Texto: Marcos Camargo

A Nissan confirmou nesta semana que vai fechar a fábrica de Cuernavaca no México que opera desde 1966. A Nissan começou a produzir o Datsun Bluebird nos anos 1960 para atender principalmente o mercado norteamericano e foi fundamental para a estratégia de crescimento da marca. Ao longo do tempo foram seis milhões de veículos montados na unidade que agora vai ser fechada até março de 2026.

 

 

A fábrica de Cuernavaca produz atualmente a picape Frontier e o Versa. A produção de ambos será transferida para Aguascalientes tanto para o mercado de exportação (caso da picape) quanto para o mercado interno e também exportação (caso do Versa).

A unidade de Cuernavaca chamada inicialmente de CIVAC foi erguida em um momento áureo da Nissan. Na época a empresa havia se fundido com a Prince e começou a experimentar outros segmentos. Quando o governo norteamericano criou uma lei de taxação de 25% a Nissan decidiu investir no México para ampliar as vendas nos Estados Unidos. 

 

 

A Nissan sempre produziu modelos como o Sunny, de porte compacto, e ampliou a presença na América do Norte nos anos 1980 com a produção de caminhões em Smyrna, no Tenessee, Estados Unidos. Também produziu o Altima, Maxima, Rogue, Pathfinder, Infinity QX60 e o elétrico Leaf nessa unidade. O crescimento da produção norteamericana levou a uma obsolescência das fábricas mexicanas e a Nissan decidiu focar sua produção em Aguascalientes.

 

 

A Nissan passa por um processo de reestruturação global que inclui o corte de 20 mil empregos e fechamento de vagas. Para se reeguer, a matriz no Japão anunciou a captação de aproximadamente 860 bilhões de ienes — o equivalente a R$ 32 bilhões — por meio da emissão de títulos de dívida. Os recursos serão destinados a fortalecer a liquidez da divisão automotiva e apoiar as estratégias de médio e longo prazo da montadora, dentro do plano batizado de Re:Nissan.

 

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