O lançamento mais importante da Nissan em 2016 chegou ao mercado. O Kicks, inédito SUV compacto da companhia, marca a entrada da Nissan neste segmento que não para de crescer. Nos últimos cincos anos, o segmento subiu de 1,7% para 9,8% de participação no mercado total. O Brasil é o primeiro país a receber o carro, que teve grande parte do seu desenvolvimento realizado no Rio de Janeiro e será vendido em mais de 80 países.
Os planos da Nissan para o Kicks são ousados: vender 4 mil unidades por mês quando o SUV estiver sendo produzido localmente, na fábrica de Rezende, no Rio de Janeiro. Isso acontecerá em março de 2017 (até lá ele será importado do México apenas na versão SL).
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Este prognóstico de 48.000 unidades anuais deixaria para trás, com tremenda folga, o compacto March, modelo mais vendido da Nissan em 2015, com 23.023 unidades (a média mensal de vendas do March em 2016 é de 1.460 unidades). “Nosso principal concorrente será o Honda HR-V e esperamos que seja possível brigar pela liderança do segmento”, disse Juliana Fukuda, gerente de markenting da Nissan.
No primeiro semestre deste ano já foram vendidas 30.882 unidades do HR-V (média de 5.147 por mês). A chegada do Kicks pode abocanhar parte deste volume, já que a novidade compartilha com o Honda o mesmo perfil urbano de consumidores. Além disso, o HR-V dividirá produção com o novo Civic e, por isso, também pode ter dificuldades para seguir emplacando o bom volume de vendas dos últimos meses, o que favorecerá o Kicks na busca pela medalha de ouro.
Analisando o portfólio mais abrangente dos concorrentes, do Kicks, que podem variar da casa dos R$ 70 aos R$ 100 mil, podemos apostar que a Nissan deve reposicionar melhor o SUV com o advento de uma versão mais cara do modelo.
Os executivos da marca desconversam, mas é possível que, uma vez com a produção nacional em vigor (ou seja, sem a preocupação com cotas do México), o Kicks reviva a nomenclatura Unique (aposentada com o sedã Sentra antes de sua reestilzação) para abrigar um nível de acabamento mais sofisticado e mais itens de conforto e conveniência. Alguns detalhes corroboram esta tese, como a ausência de luzes de conveniência nos parassois e até do piloto automático.
Além da busca pela liderança dos SUVs, o Kicks tem outra missão importante: fazer com que a Nissan tenha 3% de participação de mercado este ano.
A companhia japonesa detém apenas 2,8% de participação, considerando o primeiro semestre deste ano, o que lhe rende uma singela 10ª posição no ranking geral das marcas, atrás inclusive da Jeep, que vive às custas de apenas um modelo praticamente (o Renegade, segundo colocado no segmento dos SUVs).
Para os próximos cinco anos, a Nissan é ainda mais esperançosa, vislumbrando abocanhar 5% de parcela de mercado, o que lhe faria recuperar a 9ª colocação no ranking, considerando o resultado de 2015 das fabricantes.
