O segmento dos muscle cars (esportivos compactos com motorização bombástica), tipicamente americano, viu no ano passado a briga entre seus principais players ficar ainda mais acirrada com a chegada da novíssima geração do Ford Mustang.
Ultramoderno apesar de manter tração traseira (agora com suspensão independente) e cara de mau, e com seu passaporte pela primeira vez carimbado para ser vendido fora dos Estados Unidos via exportação oficial, o modelo começou 2015 triturando Chevrolet Camaro e Dodge Challenger no ranking de emplacamentos.
Em março, o Mustang vendeu 12.663 carros nos EUA, enquanto o Camaro bateu em 5.956 e o Challenger, impulsionado pela versão esportiva Hellcat de 707 cavalos, em 6.110 unidades. Ou seja, no mês passado o Mustang vendeu mais que os dois competidores somados.
No acumulado de janeiro a março, segundo a imprensa automotiva americana, os números ainda são eloquentes:
Mustang: 29.811
Camaro: 17.320
Challenger: 15.957
O carro da Dodge segue menos procurado que os dois rivais, talvez porque a marca ofereça um outro modelo de pegada muscle, embora não um cupê: o Charger, maior e com carroceria quatro-portas. Já Mustang e Camaro são pontos fora da curva nas gamas de Ford e General Motors.
De resto, a iminente reforma no Camaro, que muda de geração em maio (a atual é de 2008), certamente contribui para que eventuais compradores puxem o freio de mão e aguardem as novidades (a maior dela é o uso de plataforma partilhada com a Cadillac).
CÁ ENTRE NÓS
Dos três, apenas o Camaro é importado oficialmente ao Brasil, nas configurações cupê e conversivel, ambas dotadas de motor V8 de 6,2 litros e 406 cavalos de potência (o ano-modelo ainda é 2014). A GM não divulga mais preços de carros novos em seu site, mas as tabelas de mercado mais recentes apontam preços partindo de R$ 240 mil.
O novo Mustang, que nos EUA oferece três opções de motor (V8 5 litros, V6 3,7 l e Ecoboost de 2,3 l, os dois primeiros aspirados e o último turbo), ainda não tem data para chegar ao Brasil, e mesmo durante seu lançamento para a América Latina, realizado em Los Angeles em agosto de 2014, a data mais otimista comentada pelos executivos era 2016. Com o dólar oscilando na casa dos R$ 3, fica difícil fazer qualquer previsão.
O Challenger, talvez o mais “tosco” (no bom sentido!) da trinca de musculosos, continua muito distante do mercado brasileiro. A prioridade da FCA (Fiat Chrysler Automobiles, dona da Dodge) em nosso país, além de obviamente manter a liderança de vendas com a Fiat, é fazer a Jeep dar certo com seu Renegade.