O segmento de picapes tem ignorado a crise e os principais modelos foram renovados neste ano, trazendo novidades em termos de segurança e de conectividade. Agora é a vez da Mitsubishi, que apresentou a quinta geração da sua L200 Triton para o mercado nacional com mudanças visuais e mecânicas.
Externamente, a picape é totalmente nova. A grade frontal ganhou acabamento cromado com seis fendas verticais, abandonando o padrão horizontal. Os faróis têm visual mais ousado e futurista, deixando de lado a aparência “quadrada” da geração anterior. O para-choque foi redesenhado, assim como os faróis de neblina. Na traseira, as lanternas têm novo desenho, assim como o para-choque e a tampa da caçamba, que ganhou novos vincos e maçaneta mais discreta.
Sob o capô as mudanças também são grandes, já que a quinta geração adotou o novo motor turbodiesel 2.4 de 190 cv e 43,9 mkgf, que, apesar de menor, é mais potente que o antigo 3.2 de 170 cv e 35 mkgf. O câmbio também está mais moderno, com uma nova caixa automática de cinco marchas, em vez da anterior, de quatro.
Internamente, a maior novidade é o seletor eletrônico da tração, que substitui a antiga alavanca ao lado do câmbio. O painel é todo novo, assim como o quadro de instrumentos. O acabamento em preto e cinza, com detalhes prateados, transmite impressão de qualidade. Já a nova central multimídia decepciona por não permitir espelhamento para smartphones, além de ser menos intuitiva que o dos concorrentes.
“Mas, afinal, como é o comportamento da nova picape?”, você deve estar se perguntando. Nós rodamos cerca de 500 km com ela e podemos dizer que na cidade a nova L200 Triton se sai muito bem, com força de sobra aliada ao baixo nível de ruído e conforto satisfatório. A suspensão é bem ajustada e privilegia a robustez, o que pode provocar algumas críticas dos passageiros.
Outro aspecto que merece atenção é a direção com assistência hidráulica, mais robusta, mas menos leve que a elétrica na condução urbana e em manobras. Já na estrada o sistema hidráulico não exibe a mesma precisão que o elétrico em velocidades mais altas. Isso, porém, é mais questão de costume. A posição de dirigir é facilmente encontrada, graças aos ajustes elétricos do banco do motorista e à regulagem de altura do volante.
Na estrada, o novo motor 2.4 garante bom desempenho para embalar a picape, exibindo potência de sobra em ultrapassagens, transmitindo boa sensação de segurança. De maneira geral, a estabilidade da nova L200 Triton é boa, mas, como toda picape, ela mostra alguma limitação ao trafegar sobre pisos muito irregulares, principalmente com a caçamba vazia.
A opção da Mitsubishi de privilegiar a robustez em vez do conforto, aliás, é nítida. Rodando sobre asfalto, a incorporação do controle eletrônico de estabilidade é bem-vinda por aumentar a segurança em caso de manobras abruptas ou excessos nas curvas.
Resumindo, a impressão é de que as mudanças promovidas na nova Mitsubishi L200 Triton Sport HPE vieram em boa hora para ajudar a fabricante a manter o volume de vendas mensais do utilitário (objetivo principal da empresa), que atualmente gira em torno de 800 unidades.
Mesmo assim, a estratégia da Mitsubishi inclui manter o modelo anterior em linha, nas versões de entrada e intermediária, não só ampliando o seu portfólio, como oferecendo aos interessados opções mais acessíveis para quem necessita de uma picape média mais voltada ao trabalho ou utilização pesada do que para uso no dia a dia em condições urbanas.
CONCLUSÃO
A quinta geração da Mitsubishi L200 Triton chega ao mercado em um importante momento para o segmento, já que as principais concorrentes foram renovadas neste ano. No geral, a picape melhorou bastante, entregando mais desempenho e conforto, além de ficar mais competitiva. Como o objetivo principal da fabricante é manter o volume de vendas, a nova picape não terá problema para ajudar a cumprir essa missão sem maiores dificuldades. Principalmente para quem precisa de um utilitário mais robusto e moderno.