Quando o modelo foi apresentado à imprensa, em agosto último, CARRO ONLINE publicou as primeiras impressões sobre o Hyundai ix35. Recentemente, nossa equipe teve um contato mais prolongado com o SUV, e agora relata uma nova percepção sobre ele.
A unidade que dirigimos faz parte do lote Launching Edition, restrito a apenas 300 carros. A única exclusividade é a cor, um laranja metálico que chama atenção por onde o ix35 passa. E tem preço: R$ 1.000. Já o pacote de equipamentos era o top (não há nome específico), que com essa pintura vai a R$ 123.990.
O SUV da Hyundai é um dos objetos do desejo da classe média urbana brasileira. Basicamente, ele atende à “necessidade” de se proteger atrás de uma carroceria robusta e alta (se bem que é mais baixo que o Ford EcoSport), com espaço interno razoável para uma família de quatro ou cinco pessoas, inclusive na hora de viajar.
Se tudo isso vier acompanhado de um certo status, melhor ainda — e, nesse sentido, o ix35 2016 evoluiu, já que as mudanças visuais por que passou deixaram-no parecido com o andar de cima na gama da sul-coreana: o Santa Fe, SUV médio-grande com cabine de 5 ou 7 lugares (quando ganha o prefixo Grand). E o novo ix35 não se confunde com o JAC T6, SUV chinês de mesmo porte e visual pensado para ser igual ao do rival.
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O Hyundai ix35 também cumpre o papel de contemplar outros desejos de seu cliente típico: além de “segurança” e status, espera-se conforto e praticidade na cabine. O bom isolamento acústico, o trabalho suave do trem-de-força (que não grita em reduções e retomadas e gira a 2.000 rpm em velocidades mais altas) e a habitual sobriedade dos materiais e cores internos da Hyundai (basicamente, preto, azul e cinza), garantem a criação de um ambiente tranquilo. Não há nenhuma solução genial para acomodar as tralhas dos ocupantes, mas não falta espaço.
O ajustes das suspensões compensa os pneus baixos em rodas grandes — que, aliás, não fariam sentido num SUV de verdade: o ix35 não chega a ser macio, mas suas peças têm curso e amplitude suficientes para impedir chacoalhões e batidas em pistas ruins, sem prejuízo da estabilidade em velocidades mais elevadas.
MENOS
Mas há algumas ressalvas ao Hyundai, que não seriam feitas se ele fosse um carro mais barato.
Um equívoco do novo ix35 mesmo em sua versão top (que, lembremos, custa quase R$ 124 mil) é não oferecer um computador de bordo decente, vale dizer, um que ofereça consumo e autonomia instantâneos (função que mais fez falta). Confiar apenas nos tracinhos do (péssimo) marcador de combustível digital é exasperante. Quando restar apenas um, quanto faltará para acender a luz amarela e a pane seca se tornar iminente? Numa estrada deserta, como saber se uns dois tracinhos são suficientes para chegar pelo menos ao próximo posto de combustíveis?
Cabem também críticas aos comandos amontoados na porta do motorista e ao freio de estacionamento por pedal. São limitações da plataforma, claro — sem mudá-la, não adianta nem designer ou engenheiro reclamar. (O novo ix35 já roda no exterior, retomando o nome Tucson.)
Mas o cliente não tem nada com isso, e sabe que carros mais baratos possuem acionamento elétrico, por tecla. E vale lembrar que, desde que foi nacionalizado em 2013, o ix35 deixara de oferecer itens importantes, como um pack robusto de airbags (os seis estão de volta somente agora) e controle de estabilidade (importante num carro desse porte). Isso melhorou, mas por que não fazer a lição de casa inteira?
No cômputo geral, o Hyundai ix35 2016 tem os elementos necessários para continuar sendo o xodó de um perfil específico de cliente. Mas não dá para deixar de imaginar como seria melhor ter a nova geração por aqui.
No momento que abre o ix 35 seria mais seguro que ao primeiro toque abrisse só a porta do motorista. E também que na chave constasse o acionamento do alarme.