A Mercedes-Benz aproveitou o Salão de Genebra, na Suíça, para divulgar mais detalhes sobre o trem-de-força do inédito hipercarro que a divisão AMG está construindo para celebrar o aniversário de 50 anos da preparadora esportiva. O manda-chuva da AMG, Tobias Moers, confirmou que o Project One (nome provisório do carro) terá mais de mil cv de potência e falou sobre quais serão as diferenças entre o motor dele e o de um Fórmula 1. As informações são do site Motoring.
Apesar de o motor 1.6 V6 turbo ser praticamente o mesmo dos usados pela equipe Mercedes-AMG Petronas na F1, o conjunto tem características distintas das usadas na maior categoria do automobilismo. A começar pelo sistema híbrido, que no Project One será composto por dois motores elétricos (de 160 cv cada) instalados no eixo dianteiro, enquanto o bloco 1.6 V6 turbo (que deverá render pelo menos outros 680 cv) tracionará as rodas de trás, formando, assim, a tração integral do hiperesportivo.
Acoplado ao motor a combustão, os engenheiros da AMG optaram por um câmbio manual automatizado em lugar de um robotizado de dupla embreagem ou automático convencional. A decisão é devido ao tamanho mais compacto e mais leve de uma caixa convencional, que também é capaz de suportar mais torque. E assim como em um Fórmula 1, motor e câmbio serão partes estruturais do carro, ou seja, instalados diretamente no chassi.
Para abastecer os dois motores elétricos, o Project One terá uma bateria de íon-lítio leve de alta densidade e rápida descarga. Moers afirmou que o conjunto elétrico será capaz de entregar uma pequena autonomia livre de emissões, de aproximadamente 25 km com uma carga completa da bateria.
Entre as característas que o Project One manterá do motor 1.6 V6 de F1 será o turbocompressor divido em duas partes. Neste caso, turbina e compressor são instalados de maneira separada em cada extremidade do motor, a fim de reduzir a geração de calor da proximidade da carcaça quente do turbo e do compressor. As duas partes são conectadas por um eixo comum. O motor a combustão será capaz de atingir 11 mil rotações por minuto.
Para adequar o motor de F1 ao Project One e, consequentemente, homologá-lo às ruas, a AMG teve que realizar uma série de modificações. Entre elas, a alteração da taxa de compressão (especialmente para a legislação de emissões de poluentes), virabrequim e cabeçote são fundidos e o sistema de injeção direta de combustível também foi adaptado (em neutro, um F1 mantém o giro do motor em cerca de 4.000 rpm, enquanto o Project One ficará em torno de 1,200 rpm).
Tobias Moers afirmou que serão construídas 275 unidades do Project One e que o preço será de aproximadamente US$ 2,4 milhões (ou R$ 7,5 milhões). A apresentação oficial do carro ocorrerá durante o Salão de Frankfurt, na Alemanha, em setembro deste ano, mas as entregas só acontecerão no ano que vem.