Texto: André Schaun
Testamos e conversamos com o novo hatch. Ele é configurado com o inédito sistema MBUX, a Mercedes mira um público mais jovem que busca esportividade e tecnologia
Depois de quase dois anos de desenvolvimento, em fevereiro do ano passado, a Mercedes-Benz apresentou a quarta geração do Classe A, em Amsterdã, na Holanda. A promessa foi de um modelo esportivo e com apelo mais jovem, sem o conservadorismo das duas primeiras gerações do monovolume, que virou um hatch médio em 2013, na terceira geração, e teve uma mudança drástica no visual.
Para cravar de vez sua esportividade, a marca alemã apostou muito em tecnologia e interação com o motorista, já que seu público-alvo é de clientes entre 25 e 35 anos. Aqui no Brasil, a nova geração foi apresentada no Salão do Automóvel de São Paulo, em novembro de 2018, em duas versões: Launch Edition por R$ 199.900, limitada a 105 unidades, e a Vision A 250, com preço sugerido de R$ 194.900.
Com um visual que guiará o futuro da Mercedes nos próximos anos, o novo Classe A traz motor 2.0 turbo, a gasolina, de 35,7 kgfm de torque e 224 cv de potência, acoplado ao câmbio 7G-DCT de dupla embreagem com 7 marchas. Interação, foi essa a palavra usada pela marca para definir o hatch premium.
A versão testada durante o lançamento do Mercedes-Benz Classe A 2019 para a imprensa especializada, foi a Vision A 250. A diferença para a Launch Edition está apenas nos detalhes de acabamento, já que a mais cara possui volante com revestimento de couro Nappa, revestimento do teto preto, tapetes AMG, acabamento do painel em alumínio escovado, enquanto na 250 Vision é estilo fibra de carbono, as rodas são AMG de 18 polegadas e a suspensão é 15 mm mais baixa.
Na dianteira, a esportividade é marcada pelos vincos no capô – ao estilo tubarão, ou shark face – e pelos finos faróis em Led que deixam a grade ainda mais imponente. As laterais também são marcadas por linhas paralelas e por rodas de liga-leve de 18 polegadas com pneus 225/45 R18. A traseira traz lanternas levemente inclinadas que invadem a tampa do porta-malas, isso ocorre pela primeira vez nas quatro gerações do Classe A, e duas saídas de escapamento. Já o teto é panorâmico, quase todo envidraçado e o porta-malas tem capacidade de 370 litros, 29 litros a mais que a geração anterior.
Sentado no banco do motorista, a visão é de um painel divido por duas telas tateis de 10 polegadas, um touchpad no console central e volante multifuncional com comandos touch control bem sensíveis. O painel é muito bonito, bem desenhado, os materiais são sensiveis ao toque, mas peca pelo excesso de informações e comandos disponíveis para o motorista, o que pode causar confusão em uma ação rápida, por exemplo. O ideal é acostumar-se aos comandos lendo o manual com o carro parado, antes de utilizá-los.
“Ei, Mercedes”, “Oi, Mercedes” ou “Olá, Mercedes”
Graças à nova plataforma, o modelo cresceu, são 4,14 m de comprimento, 1,79 m de largura, 1,44 m de altura e 2,73 m de entre-eixos. São 13 cm mais de comprimento e 3 cm extras de entre-eixos. O cockpit é totalmente configurável, então quando o motorista posiciona-se ao volante, e seleciona seu perfil no multimídia, o carro faz os ajustes automáticos de como foi ajustado, o banco e espelhos.
A novidade, que faz jus a interação, é o novo sistema MBUX, Mercedes-Benz User Experience, que nada mais é do que um sistema inteligente que obedece a comandos de voz do motorista e realiza diversas funções; é o primeiro carro da Mercedes a receber esse tipo de tecnologia. “Ei, Mercedes”, “Oi, Mercedes” ou “Olá, Mercedes”, basta dizer isso que a central multimídia lhe responderá um “Sim”. A partir daí o motorista pode pedir ajuste de temperatura do ar-condicionado, abertura e fechamento da persiana do teto solar, ligar para alguém que está em sua lista de contatos do celular, mudar de rádio, consumo, saber o torque e a potência exercida naquele momento e tantos outros comandos.
Esportividade entregue?
O motor recalibrado também é um ponto bem positivo do Mercedes-Benz Classe A, que teve sua potência aumentada em 11 cavalos. A arrancada é surpreendente, com o torque máximo a 1.800 rpm, as trocas de marchas são bem precisas e suaves, sem dar trancos, o que surpreende. Já sua suspensão está muito mais acertada que na versão anterior, que era um dos principais pontos a serem ajustados. Com uma carroceria firme e uma ótima acústica, quando está na estrada em velocidades mais elevadas, acima de 110 km/h, a impressão que dá é que ele está em velocidade mais baixa, passando muita segurança ao condutor.
Configurado com o sistema Camtronic, de abertura e fechamento de válvulas, conforme a exigência do momento, faz com que o carro tenha uma econômica maior. Ao todo são quatro modos de condução: Comfort, ajustado para andar na cidade, Sport, quando o acelerar fica mais sensível e trabalha com giros mais altos entregando um desempenho mais esportivo, Eco, para redução de consumo, e o individual, onde o motorista pode fazer a configuração que desejar.
O freio é extremamente sensível, portanto, um motorista com o pé mais pesado deve ser bem cuidadoso na hora de frear para evitar um tranco inesperado; a dosagem leva um tempinho. Com o Assistente de Frenagem, o carro freia totalmente em situações de emergência na velocidade até 50 km/h; acima disso, até os 200 km/h ele inicia a frenagem e o motorista conclui.
Se era esportividade e tecnologia que a Mercedes-Benz queria entregar, dando mais jovialidade ao modelo, e atingir um público mais jovem, o objetivo foi cumprido, agora só o mercado dirá se a aceitação do consumidor vai ser essa, pois para comprar este carro é necessário desembolsar R$ 194.900 e tê-lo na garagem.
Aluguei este carro:A180-d na cidade do Porto e rodei ate’Lisboa e não gastei 1 tanque de diesel:realmente um excelente carro em tudo:pq não há a versão a diesel no Brasil?