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A Lexus, marca luxuosa do Grupo Toyota, lançou na última quarta-feira (6) a quarta geração do RX350. O SUV chega ao Brasil em duas versões, partindo de R$ 337.350 ou R$ 352.950 na opção F-Sport, ambas equipadas com motor V6 de 305 cv.

O novo RX350 materializa toda a linguagem contemporânea de design da marca, que aparentemente proíbe formas planas na carroceria, abusando dos vincos e ângulos pontiagudos. A avantajada grade frontal, marca registrada da Lexus batizada de Spindle Grile, ostenta um trapézio estilizado que se conecta aos vincos do capô formando um grande X do parabrisa ao parachoque do veículo. 

Lexus RX350 tem design arrojado e futurista para o segmento

Os faróis são delineados pela assinatura de LED em formato de bumerangue (outra característica comum da Lexus) e são complementados pelo conjunto óptico de neblina posicionado abaixo em formato de L (fazendo alusão ao logo da marca). Nas laterais, as linhas do teto, “cintura” (abaixo das janelas) e soleira das porta convergem à traseira do carro por caminhos assimétricos. O destaque fica por conta do efeito de “teto flutuante” pela coloração preta parcial da coluna C.  

Atrás, a silhueta da grade frontal é reproduzida entre as lanternas e as extremidades do vidro da tampa do porta-malas escurecidas dão maior amplitude ao carro. O parachoque abriga duas saídas de escapamento, uma em cada lado. 

SUV luxuoso parte de R$ 337.350

CONSERVADOR, VERSÁTIL E CONFORTÁVEL
O acabamento do RX350 é impecável quanto ao capricho da instalação e, embora haja couro e detalhes de alumínio e madeira pela cabine, o plástico emborrachado utilizado nas portas e painel não transmite a mesma nobreza que seus concorrentes alemães. 

O que chama a atenção é o contraste da cabine com o visual futurista externo do SUV. Enquanto por fora o RX350 parece apontar para um tempo adiante, os mais de 65 botões espalhados pelo console central, painel e volante demonstram a manutenção da tradicionalidade da Lexus.

A justificativa dos executivos da marca é que o Grupo Toyota apenas recentemente germinou uma companhia dedicada exclusivamente ao desenvolvimento de tecnologias de conectividade e interação com o carro, abrindo o leque da companhia para investir em comandos sensíveis ao toque, por voz ou até gestos (o futuro é incerto ainda neste quesito). 

Quantidade de botões na cabine contrasta com visual futurista

Para comandar a tela de cristal líquido de 12,3” de alta definição localizada centralizada acima do painel, o condutor tem à disposição uma espécie de joystick, chamado de Touch Interface (e que a Lexus diz lembrar um mouse de computador) para comandar a navegação da central multimídia. O sistema é bastante intuitivo, mas o controle do tal “mouse” é um tanto sensível demais, exige costume para não acabar selecionando a opção errada enquanto navega.

O software, pelo menos, é completíssimo: tem duas entradas USB, auxiliar, cartão SD, conexão bluetooth, entrada para CD e DVD, além de possuir GPS e televisão digital. O sistema de áudio é composto por 12 alto-falantes, oito speakers, quatro tweeters e um subwoofer.

Outro destaque do habitáculo do RX350 é o espaço para abrigar os ocupantes. Atrás, três adultos podem se acomodar com conforto ali. Os bancos traseiros se reclinam e ajustam a distância, enquanto dão acesso ao bagageiro na configuração 60/40 (bipartidos). Na frente, motorista e passageiro têm ajustes elétricos do assento (o condutor pode memorizar até três configurações de posição). 

Espaço interno atrás é bastante confortável para até três adultos

MOTORZÃO À MODA ANTIGA
Conforme já citamos no início da matéria, o Lexus RX350 é impulsinado por um motor 3.5 V6 da família 2GR-FKS, o mesmo que equipava a geração anterior do SUV. Contudo, a companhia promoveu algumas melhorias que resultaram num ganho de 10% em potência: são 305 cv a 6.300 rpm e 38 kgfm de torque a 4.700 rpm. 

O motor conta com a tecnologia D-4S da Lexus de dupla injeção de combustível (convencional, na admissão, e direta nos cilindros sob alta pressão). O sistema trabalha em conformidade com a demanda do veículo, dependendo da sua velocidade. Além disso, a taxa de compressão passou de 10,8:1 para 11,8:1 e o comando de válvulas variável (VVT-iW) atua tanto na admissão de ar quanto no escape dos gases.

Para enviar a tração às quatro rodas, a Lexus utiliza uma nova transmissão automática de oito velocidades, com opções de troca por aletas atrás do volante. 

ESCOLA AMERICANA
O test-drive oferecido aos jornalistas para o lançamento do RX350 percorreu um trajeto da concessionária da Lexus localizada no bairro dos Jardins, na capital paulista, e rumo à Ilha Bela, no litoral norte do Estado (ou seja, mais de 200 km de avaliação em percurso majoritariamente rodoviário). 

O comportamento do Lexus RX traduz fielmente a escola americana de utilitários, que prioriza o conforto à dirigibilidade mais esportiva. Isso significa que o quesito emoção e prazer ao volante são substituídos por um comportamento mais macio das suspensões e amortecedores. Para um cenário urbano, tal desempenho é bastante bem-vindo para encarar a buraqueira da cidade (ainda que o trabalho das suspensões seja um tanto “seco” e bastante perceptível ao motorista). 

Porém, durante o longo trecho de estrada, este comportamento revela seus reveses, sobretudo quanto à inclinação da carroceria em curvas, ligeiramente mais acentuada do que o esperado para um veículo que quer competir com rivais alemães como BMW X5 e Mercedes-Benz GLE (mais precisos no quesito dirigibilidade).

Mesmo dispondo de três opções de condução, a dinâmica do RX350 não se altera tanto. As diferenças entre o modo Eco e Sport, por exemplo, estão no aproveitamento das marchas do motor (com trocas mais cedo quando Eco) e uma sensibilidade levemente mais aguçada do acelerador (quando no modo Sport). Somente na configuração Sport+ é que a direção do RX fica mais rígida para proporcionar mais controle sobre o carro em velocidades mais altas e a suspensão é enrijecida por meio da tecnologia adaptativa variável (AVS) da Lexus. Ainda assim, o efeito prático desta alteração na suspensão é muito sutil. 

O motorista mais insistente em querer uma tocada empolgante com o RX350 ao tomar para si a responsabilidade do câmbio também vai acabar se frustrando com o carro. O SUV não permite que você comande o carro sem sua supervisão, efetuando trocas de marcha involuntárias para tentar manter o utilitário nas faixas de rotação que entende serem ideais para ele. 

Os consumidores mais antenados à tecnologias semiautônomas também não vão encontrar no Lexus alguns equipamentos que seus rivais já oferecem no Brasil, como piloto automático adaptativo, assistente de manutenção de faixa, frenagem autônoma, etc. De acordo com Roger Armellini, gerente geral de produto, a Lexus, tal como a Toyota, só investe nestes tipos de tecnologia quando elas já estão consolidadas no país. No Brasil, as duas marcas ainda estão testando a adoção dos recursos semiautônomos nos carros, por isso optam por não as oferecerem. 

Mas não é por isso que o Lexus RX350 pode ser considerado mal equipado. Na verdade, a lista de itens de série é tão extensa que preferimos reproduzi-la na íntegra logo abaixo. Mas destacamos alguns deles, como: dez airbags, faróis de LED, bancos do motorista e passageiro com aquecimento e ventilação, ar-condicionado de duas zonas (com saída para os bancos de trás), função auto hold, head-up display, teto solar panorâmico, carregador de celular por indução, etc.

META É CRESCER 50%
Com a chegada do Lexus RX350, a marca de luxo pretende aumentar suas vendas mais de 50% em um ano. Atualmente, a companhia emplaca 400 carros por ano e a meta é chegar às 700 unidades. O RX350 deve corresponder por 21% deste montante (hoje, o utilitário menor, o NX200t, é responsável por 70% do volume da Lexus no país). 

Os números estão distantes dos alcançados por suas rivais alemãs (que emplacam mais de 10 mil unidades por ano), mas a vantagem de ter um porte menor é a percepção de crescimento rápido da Lexus. De 2013 a 2015, a marca aumentou sua presença no Brasil em 90%. 

Assinatura de LED ao estilo bumerangue é marca da Lexus?

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