A Kia do Brasil passa a importar carros do México em 2016, quando fica pronta a fábrica de Pesquería, cidade da região de Monterrey. Os dois principais modelos que virão de lá são o Cerato — já com facelift — e a nova geração do Rio, compacto (sedã e hatch) que disputaria mercado com Ford Fiesta, Chevrolet Cobalt e outros.
O Cerato renovado (por enquanto visto apenas em flagrantes, geralmente no The Korean Car Blog) será lançado em junho de 2016. Antes dele, em março, chegam os novos Sportage (SUV irmão de plataforma do Hyundai ix35) e Optima, ambos com facelift e vindos diretamente da Coréia do Sul, país-sede da Kia.
O Rio feito no México deve chegar apenas em novembro do ano que vem, já dotado de motorização flex. Por ora, não existe praticamente nenhuma pista do seu novo visual (o ano-modelo 2016 ainda não tem mudanças).
A despeito de a Nissan ser a patrocinadora oficial do evento, a Kia resolveu pegar uma carona nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro (agosto de 2016) e apresentar o novo Rio (sim, por causa do nome) por meio de um lote trazido da Coréia, apenas a gasolina. Seria um teaser: as vendas em maior volume começarão em novembro.
PERSPECTIVAS
José Luiz Gandini, importador oficial da Kia no Brasil, falou sobre as novidades da marca nesta terça-feira (8), em São Paulo, em meio a algumas queixas contra o regime Inovar-Auto e a sobretaxação dos carros importados.
Ele lembrou que, em 2011, a marca teve 77.197 unidades emplacadas no Brasil, mas que em setembro daquele mesmo ano o IPI dos carros importados foi elevado em 30 pontos — e as vendas da Kia despencaram.
Este ano, os emplacamentos da Kia devem chegar a 16 mil, “com muito sacrifício”, segundo Gandini, porque o dólar valia R$ 2,30 no começo do ano e agora está perto dos R$ 4. “Somos a única marca que ainda paga esses 30 pontos a mais de IPI”, disse, referindo-se aos carros que ultrapassam a cota anual isenta de 4.800 unidades. O empresário afirmou que negocia com o governo federal um aumento desse número.
Para 2016, a Kia deve avançar em seus emplacamentos para cerca de 21 mil carros, devido ao fluxo de importados vindos do México — que ao menos não pagam a taxa de importação de 35%. Mas Gandini tem uma previsão sombria para a indústria automotiva em geral: “Não vamos chegar a 2 milhões de automóveis vendidos no ano que vem. Teremos saudades de 2015.”