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Para manter a liderança, a Toyota faz um carro com visual futurista, incluiu novos motores e câmbio,
Android Auto, Apple CarPlay e a inédita tecnologia hibrida flex

Toyota Corolla Altis Hybrid 2020

Não é todo comprador de carro que gosta só de SUV. O sedã médio tem fãs e público cativo, tanto que o Toyota Corolla é um dos modelos mais vendidos do mundo. Para não perder esta marca, agradar os clientes e conquistar novos, a fabricante japonesa promoveu mudanças radicais no seu automóvel por todo o planeta, mas respeitou as necessidades locais, apesar de ser um modelo global.

A 12ª geração do Corolla é produzida na plataforma GA-C, baseada na TNGA. Segundo a fabricante, o novo sedã médio ganhou centro de gravidade 10 mm mais baixo e o chassi ficou 60% mais rígido.

Em dimensões ele tem altura de 1.455 mm (-20 mm), comprimento de 4.630 mm (+10 mm), 1.780 mm de largura (+5 mm), e a distância entre-eixos continua a mesma da geração anterior, 2.700 mm, assim como a capacidade do porta-malas de 470 litros.

No visual a Toyota ousou, deixou de lado as linhas clássicas. O capô tem vincos nas extremidades que formam um V. Os faróis em formato de L com luzes de rodagem diurna na parte inferior. A grade frontal foi substituída por filetes cromados e o símbolo da marca no centro.

A moldura do para-choque é na cor do veículo, ao centro uma grande grade preta, e as extremidades são ressaltadas. A lateral recebeu pequenas mudanças, o vinco superior nasce no para-lama traseiro, passa por cima das maçanetas e termina no para-lama dianteiro. O inferior passou a ser côncavo. As rodas permaneceram em liga-leve 17 polegadas e os pneus 215/50 foram substituídos por modelos nas medidas 225/45.

Na traseira as linhas foram refinadas, o conjunto ficou mais arredondado, as lanternas, com novo desenho, invadem a tampa e ganharam um discreto friso cromado na parte inferior, ele também avança na tampa.

O para-choque na mesma cor do carro confunde-se com o porta-malas, e as extremidades são ressaltadas. Dois refletores inferiores nas pontas do para-choque completam o conjunto.

Novos motores e câmbios

A linha 2020 do Toyota Corolla lança no Brasil o inédito sistema híbrido flex. O motor 1.8 l de ciclo Atkinson, originalmente movido a gasolina passou por modificações para receber etanol, gasolina ou a mistura dos dois em qualquer proporção.

Segundo a fabricante, o desenvolvimento foi um trabalho conjunto entre a engenharia brasileira e japonesa. Adicionaram sistema de aquecimento do etanol para partida a frio (tipo flauta aquecida). Foram trocados as sedes das válvulas por material mais duro. O sistema de controle do motor foi recalibrado. Em relação ao movido a gasolina, trocaram o sistema de tratamento de gases (catalisador) e os bicos injetores. Também todo o sistema de combustível (tanque, bomba, filtros de linha e tubulações) foram preparados para receber o combustível derivado da cana-de-açúcar. O motor de ciclo Atkinson trabalha com taxa de compressão alta (13:1), por isso não foi necessária a modificação.

Toyota Corolla Altis Hybrid 2020

O modelo híbrido utiliza dois motores elétricos, eles passaram por ajustes do programa para partidas a frio com temperaturas abaixo de 15 °C. Quando o motor a combustão utilizar misturas superiores a 85% de etanol, (E85), o motor a combustão é sempre acionado e o sistema de desligamento automático (Start-Stop) é desativado até que a temperatura do motor e do lubrificante estejam nas condições ideais. Em baixas temperaturas e com misturas acima de E85, o sistema de injeção aumenta a quantidade de combustível para evitar que o motor desligue. Se o sistema Star-Stop estiver acionado, uma eventual parada pode fazer com que a maior quantidade de combustível não queimado desça ao cárter, contamine o lubrificante e eventualmente sature o sistema de blow-by, o que pode confundir os sensores do veículo.

Só o motor a combustão entrega 101 cv (E)/ 98 cv (G) a 5.200 rpm e 14,5 kgfm de torque. Os motores elétricos têm 72 cv e 16,6 kgfm, o que confere uma potência combinada de 123 cv. Vale lembrar que, como os motores elétricos não estão posicionados nas rodas, não se deve somar as duas potências para obter a total.

O câmbio é o Hybrid Transaxle, sem correias e polias como utilizado em um câmbio CVT. Ele é formado por um conjunto de engrenagens e planetária, há uma relação para frente, outra para a ré e a de freio motor (B). O efeito das relações contínuas acontece por causa do movimento relativo entre o motor a combustão e os elétricos. No conjunto há um redutor com um dispositivo de divisão de potência. Ele comuta o fornecimento de potência entre o motor a combustão e os elétricos.

O motor 2.0 também evoluiu. Denominado 2.0 Dynamic Force Dual VVT-iE 16V DOHC de ciclo Atkinson Flex, nele um motor elétrico, modifica os tempos de abertura das válvulas de admissão. Os ângulos das válvulas foram ajustados por sistema laser. Recebeu também injeção de combustível direta e indireta. Entrega 177 cv de potência (E)/169 cv (G) a 6.600 rpm. O torque máximo com qualquer combustível é 21,4 kgfm a 4.400 rpm.

Acoplado ao motor está o câmbio Direct Shift de 10 marchas. Para reduzir o efeito CVT convencional foi acoplada uma engrenagem mecânica que atua quando o veículo arranca, o que deixou a aceleração de saída mais eficiente.

Outra mudança significante ocorreu no sistema de suspensão. Na dianteira continua o McPherson e na traseira o eixo de torção deu lugar ao sistema independente multibraço.

Toyota Corolla Altis Hybrid 2020Equipamentos, preços e versões

A versão de entrada é a GLi 2.0 Dynamic Force Flex com preço sugerido de R$ 99.990. Traz  o ar-condicionado manual com filtro antipólen e ar quente, banco do motorista com regulagem de altura, distância e inclinação, banco do passageiro dianteiro com regulagem manual de distância e inclinação, direção eletroassistida progressiva, computador de bordo com tela de 4,2”, vidros com acionamento elétrico e sistema de áudio central multimídia Toyota Play com tela tátil de 8”, rádio AM/FM, função MP3, entrada USB, Bluetooth, conexão para smartphones e tablets com Android Auto, Apple CarPlay e SDL.

A opção intermediária é a XEi 2.0 Dynamic Force Flex, que custa R$ 110.990. Traz de série o ar-condicionado automático, controle de velocidade de cruzeiro, modo de seleção de condução Sport, borboletas no volante para trocas manuais, sistema de destravamento das portas por sensores na chave, partida do motor por botão, faróis de neblina dianteiros em LED e espelho retrovisor interno eletrocrômico.

O modelo topo de linha é o Altis 2.0L Dynamic Force que custa R$ 124.990. Os faróis dianteiros são em LED, conta ainda com pacote de segurança ativa Toyota Safety Sense. Ele é composto por sistemas semiautônomos como o alerta de mudança de faixa, controle de velocidade de cruzeiro adaptativo, farol alto automático e assistente de pré-colisão com alerta sonoro e visual e, se necessário, frenagem automática, o qual os comandos podem ser controlados também pelo volante. Tem ainda o pacote premium composto por: ar-condicionado automático de duas zonas, banco do motorista com regulagem elétrica (altura, distância, inclinação ou altura com distância), espelhos retrovisores externos eletro-retráteis com regulagem elétrica e rebatimento automático ao fechar o veículo, teto solar elétrico, limpador do para-brisa com sensor de chuva e faróis e lanternas traseiras em LED.

A versão híbrida é a Altis Híbrido Flex oferecida pelo mesmo preço R$ 124.990, nela o painel de instrumentos tem tela TFT de 7” digital e colorida com computador de bordo, o pacote premium é opcional, ele custa R$ 6.000,00.

Primeiras impressões

Apesar das mudanças visuais externas chamativas, evolução tecnológica nos motores e câmbio, a Toyota preservou o estilo clássico no interior. Saiu o criticado por uns e elogiado por outros, relógio digital. No painel, os materiais são sensíveis ao toque, o quadro de instrumentos digital tem a grafia de um modelo analógico. Comparado com a geração anterior, o volante, com ajuste de altura e profundidade, continua o mesmo de boa empunhadura. Bancos confortáveis, fáceis de ajustar e ergonômicos. Não há saída de ar para os ocupantes do banco traseiro. O multimídia com tela tátil é intuitivo, fácil para entender e descobrir o funcionamento. Pareamos smartphones de sistemas Android Auto e Apple CarPlay, com facilidade, só o modelo da Apple que exige o cabo original para responder.

Levamos para pista da ZF em Limeira (SP) e testamos a versão hibrida Altis com o pacote premium. E os números são animadores. Este não é um carro para se exigir performance, porém, no teste de aceleração 0 a 100 km/h atingiu a marca em 11,3 segundos. Na retomada de 40 a 100 km/h o tempo foi 9,7 s.

Além de mostrar bom desempenho em acelerações e retomadas, ele também tem um sistema de freios bem ajustado. No teste de fading, carregado com 200 kg, na primeira passagem utilizou 37,2 m para estancar. Na última, ou seja, a 10ª passagem o espaço percorrido foi de 38,1 m. E, para aplacar a curiosidade da maioria dos amantes de carro, o consumo, abastecido com etanol: urbano 14,6 km/l, o rodoviário é de 14 km/l, o que confere média PECO (cidade/rodovia) de 14,3 km/l e autonomia de 616 km.

O Corolla também melhorou em dirigibilidade. A suspensão traseira independente entrega mais conforto aos ocupantes, quando passa por valetas, buracos e lombadas, além de maior estabilidade nas curvas. A direção eletro assistida progressiva está bem ajustada, entende quando é necessário menor esforço para realizar uma manobra de estacionamento e se torna firme nas curvas. Um ótimo conjunto, o novo Toyota Corolla evoluiu, não mudou só o visual.

Fotos: Renan Senra

 

Ficha Toyota Corolla Altis Hybrid

 

 

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