Você já conferiu nesta quinta-feira (24) no Carro Online o lançamento das duas novas versões do VW up!: a duas portas e a automatizada I-Motion. Ambas já estão disponíveis no mercado, a partir dos R$ 26.900 (take up! duas portas) e R$ 30.990 (move up! I-Motion). Agora você acompanha as primeiras impressões do up! com câmbio robotizado, cujo teste completo você pode conferir na próxima edição da revista Carro, que chega às bancas na próxima segunda-feira (28).
A Volkswagen investiu muito no desenvolvimento do câmbio automatizado do up!. Conforme adiantado no dia de seu lançamento, a transmissão é uma das mais modernas no mercado atualmente (a mais leve deste tipo, também). Contudo, todas as vantagens de sua modernidade esbarram em seu desempenho insatisfatório no dia-a-dia. Ou seja: se nas oficinas de engenharia sua tecnologia é admirável, na rua ele não agrada.
Mesmo o rápido teste-drive do modelo, de 180 km, em um percurso majoritamente de estrada (entre a capital paulista e a cidade litorânea do Guarujá), foi o bastante para que o I-Motion exigisse paciência do motorista. Com “soluços” muito acentuados e demora para trocar as marchas, o up! empurra o motorista para frente a cada troca. O efeito é ainda mais sensível nas retomadas na estrada, especialmente a de 80 km/h aos 120 km/h.
É possível identificar, no entanto, que a central eletrônica que comanda a transmissão se esforça bastante para se adequar à dirigibilidade do condutor. Diferentes pressões no pedal do acelerador resultam em comportamentos mais ou menos dinâmicos do up!. O problema, desta vez, está no motor. Embora os 82 cv sejam um ótimo número para a categoria, o compacto só esboça algum vigor maior quando cheio, acima dos 3.000 rpm, a partir da terceira marcha e já embalado nos 80 km/h.
Em situações contrárias à descrita acima (isto é, na maioria dos casos, sobretudo na cidade), saídas de valetas ou se algum motorista mais arisco entrar na sua frente abruptamente, a recuperação em baixa rotação do motor, principalmente quando combinado ao câmbio I-Motion, é morosa demais. Vale lembrar que 85% dos 10,4 mkgf de torque já estão disponíveis às 2.000 rpm (mas estes 8,84 mkgf de torque não são o suficiente para impulsionar o up! sem afetar a paciência do motorista).
Alguns vão argumentar que nada disso supera o alívio da perna esquerda durante as duas horas de trânsito nos grandes centros urbanos do país. Certamente existe muita razão nesta análise, até porque o público-alvo do modelo, aliado à sua proposta, demarcam bem os objetivos do up! I-Motion de priorizar o conforto para uma faixa de mercado pouco atendida neste quesito. Além de contribuir para a popularização do câmbio automatizado.
Portanto, o up! I-Motion pode ser uma boa opção para quem passa muito tempo no trânsito e está cansado da alavanca de câmbio e do pedal da embreagem. O problema é que para esta mesma pessoa, a direção hidráulica (no caso do up!, a elétrica), aquecimento, ar-condicionado e rádio também fazem a diferença para enfrentar o dia-a-dia, mas nada disso está incluído de série nos R$ 30.990 do I-Motion.