O Swift vai começar a construir uma nova identidade para a Suzuki do Brasil.” É com esse objetivo que o presidente da marca japonesa, Luiz Rosenfeld, anunciou a chegada ao país da nova versão do hatch, que está chegando às lojas. O modelo estará disponível em duas versões: a Sport, por R$ 74.990, e a Sport R, por R$ 81.990.
O Swift retorna ao Brasil com uma abordagem bastante diferente daquela explorada pela Suzuki durante os anos 1990. Na época, o objetivo da marca era oferecer uma linha de compactos (hatch e sedã) práticos para o uso diário. Já nesta nova fase, o modelo (que só estará disponível na configuração hatch) quer abocanhar uma parcela do restrito segmento dos “veículos de imagem”, para diversificar o estilo da marca no país.
De acordo com Rosenfeld, a Suzuki importará entre 100 e 120 unidades do Swift por mês, e espera atingir a marca de 1.000 exemplares por ano. Mas, de acordo com os números do setor, a meta é bastante ambiciosa. Segundo os dados da Jato Dynamics, empresa especializada em análise do mercado automotivo, o MINI Cooper é o único modelo dessa categoria que vem obtendo um bom desempenho.
No acumulado de janeiro a julho deste ano, o inglês soma 997 unidades vendidas. Os outros dois possíveis concorrentes do Suzuki Swift, o Citroën DS3 e o Audi A1, registraram 264 e 288 unidades comercializadas no mesmo período, respectivamente. Em julho, o francês ganhou apenas dez novos clientes, enquanto o hatch alemão conquistou 42 novos proprietários, e a MINI vendeu 167 unidades do Cooper.
Para trazer novos consumidores ao segmento, a Suzuki aposta na famosa confiabilidade mecânica japonesa e, especialmente, na versatilidade do Swift. “O usuário pode tirar proveito de toda a esportividade dele sem abrir mão do conforto no dia a dia”, salienta Rosenfeld. E o principal argumento para destacar o desempenho do modelo é a elogiável relação peso-potência de 7,5 kg/cv do hatch, repetidamente enfatizada durante a apresentação do carro.
Sobriedade visual
Antes de descrever as impressões ao volante, é preciso ressaltar o estilo do Swift. Com um visual mais simpático do que esportivo, o compacto até esboça certa ousadia por meio da avantajada grade frontal, por exemplo. Mas não é o suficiente para impressionar.
Mesmo contando com duas saídas de escapamento, pneus de perfil baixo e belas rodas de 17’’ na versão Sport R (na Sport elas têm 16’’), as linhas arredondadas da carroceria acabam suavizando o estilo esportivo do hatch. Por dentro, o acabamento segue o mesmo padrão externo.
Com uma aparência muito simples para um carro de sua categoria no Brasil, o material utilizado na cabine não transmite a sensação de qualidade que se espera em um modelo com o preço do Swift Sport. Além de rebarbas em alguns encaixes, a espuma dos para-sóis passa longe da sofisticação e também é possível ver alguns fios atrás do porta-luvas.
A vida a bordo no banco traseiro do Swift é limitada. Apenas dois adultos se acomodam com conforto ali, e transportar três pessoas é um exagero, independentemente da altura dos ocupantes. O Swift Sport, na realidade, parece ter sido feito para dois, já que até o seu porta-malas é pequeno, com capacidade para apenas 210 litros (duas mochilas já ocupam quase todo o espaço).
Compensação emotiva
Mas, se o Swift não impressiona pela falta de capricho no acabamento, em compensação, ao volante ele mostra predicados que podem ajudá-lo a conquistar proprietários. Já pelo banco o motorista percebe a vocação esportiva do carro, uma vez que ele “abraça” bem o corpo, garantindo apoio nas curvas. A alavanca do câmbio manual de 6 marchas também está bem próxima ao motorista, proporcionando agilidade nas trocas. Os pedais são de metal e estão bem localizados, próximos um do outro, o que também facilita a condução esportiva.
Para descobrir do que o Swift Sport é capaz, ainda pudemos avaliar o hot hatch no autódromo Vello Città, no interior paulista. Na moderna pista (homologada pela FIA), foi possível explorar os limites do carro. E o Swift não desapontou. Com respostas ágeis, o motor 1.6 se mostrou bastante vigoroso e elástico, apesar de os 17 mkgf de torque surgirem tarde, a 4.400 rpm, e os 142 cv somente a elevadas 6.900 rpm.
Mesmo nas saídas de curva em aclives, com o motor girando a 3.500 rpm, não foi preciso reduzir para retomar velocidade. Quando o câmbio foi exigido, os engates se mostraram sempre precisos, facilitando a condução mais rápida.
A Suzuki não divulgou os números oficiais de desempenho do Swift, mas em uma conversa informal, o presidente Luiz Rosenfeld disse que o hatch acelera de 0 a 100 km/h em 7s5, aproximadamente. A velocidade máxima atingida no circuito foi pouco superior a 160 km/h, em 4ª marcha, mas é preciso lembrar que a pista não possui uma reta uma reta longa o bastante para o carro alcançar a velocidade final.
Ainda mais elogiável do que o desempenho do motor é a dirigibilidade do veículo. O carro se mostrou muito estável e preparado para reações rápidas sem comprometer a condução. Especialmente quando equipado com as rodas de 17’’ e pneus mais largos, o comportamento do compacto é merecedor de aplausos. E quando foi preciso, os controles de estabilidade e tração atuaram de modo exemplar. Não é à toa que o modelo pode ser alugado para ser pilotado no famoso circuito de Nürburgring, na Alemanha, pelas empresas que administram o autódromo.
Se depender apenas da emoção, o Suzuki Swift Sport tem totais condições de conquistar seu espaço entre os concorrentes. Ainda mais se for a versão R. O obstáculo pode ser o preço.
Disponível em duas versões, o Swift vem completo
A Suzuki dispõe de um amplo portfólio na gama do Swift, que pode contar até com motores menores 1.2 e 1.3. Por aqui, serão apenas duas versões com motor 1.6: Sport (foto acima) e Sport R. De série, o hot hatch já vem equipado com seis airbags, freios ABS com EBD, faróis bixenônio adaptativos, direção elétrica, ar-condicionado automático, piloto automático e sistema de som com bluetooth. A versão Sport R se diferencia pelas rodas aro 17”, sensor traseiro, dois tons de pintura na carroceria e central multimídia com navegador.
Ficha técnica:
Motor Dianteiro, transversal, DOHC, VVT, 16 válvulas, gasolina; Cilindrada • 1.586 cm³; Potência 142 cv a 6.900 rpm; Torque 17 mkgf a 4.400 rpm; Câmbio • manual, 6 marchas; Tração dianteira; Suspensão • dianteira tipo McPherson
traseira eixo de torção; Pneus • 205/45 R 17; Carroceria • Hatch, 5 lugares; Dimensões (CxLxA) • 3,89 m, 1,69 m, 1,51 m; Entre-eixos • 2,43 m; Peso • 1.065 kg;
Preço básico • R$ 81.990