Durante a cerimônia de apresentação da nova geração do Toyota Corolla, ocorrida ontem (11) em Campinas (SP), nenhum executivo da fabricante escondeu a principal missão que a novidade tem no mercado nacional: recuperar a liderança em vendas no segmento, posição ocupada hoje pelo arquirival Honda Civic. Não é à toa que a empresa anunciou que pretende comercializar 60.000 unidades do sedã por ano, pois o Civic teve 60.970 modelos vendidos em 2013 e todas as montadoras prevêem uma ligeira queda nos números em 2014.

Para atingir o seu objetivo, o Corolla mudou radicalmente, começando pelo visual. A parte frontal exibe o novo estilo da marca (similar ao do RAV4), com mais cromados. O resultado agrada, mas há quem veja uma ligeira semelhança com o Etios. Atrás, as lanternas estão maiores e formam um belo conjunto e têm luzes de LED. Nas laterais, destaque para os retrovisores com piscas integrados. As rodas de liga leve foram redesenhadas em todas as versões e medem 16″.

Por dentro, o painel causa certa estranheza, por conta do desenho. Além disso, os painéis das portas não se juntam à peça principal, como ocorre na maioria dos automóveis. Questão de costume. A ergonomia, ao menos, é perfeita e o volante multifunção contribui bastante para isso. O revestimento interno é de couro com detalhes prateados, mas um aplique no painel imitando fibra de carbono chama a atenção. Afinal, a peça não faz muito sentido em um carro sem qualquer pretensão esportiva. O relógio digital foi outro item que desagradou.

Bom mesmo é o espaço disponível, já que o novo Corolla está mais longo, mais largo e tem maior entre-eixos que o anterior. Mede 4,62 m de comprimento, 1,77 m de largura e 2,70 m de entre-eixos, enquanto o anterior possuía 4,54 m, 1,76 m e 2,60 m, respectivamente. Além disso, o três-volumes agora traz piso plano na traseira, o que também contribui para o conforto de quem viaja ali. Faz falta, porém, uma saída exclusiva de ventilação, assim como o teto solar, indisponível mesmo como opcional.

Em movimento, o novo Corolla manteve a principal característica que tanto agrada os seus consumidores: o conforto de rodagem. Mesmo equipado com eixo de torção na traseira (eficiente, mas inferior ao sistema multibraço), o sedã produzido em Indaiatuba (SP), se mostrou confortável e estável, além de silencioso. Os motores disponíveis não sofreram alterações. Apenas o sistema de partida a frio foi modificado e agora dispensa o uso de gasolina, com a adoção de um equipamento de preaquecimento do etanol no momento da partida.

Outra novidade bem-vinda é o câmbio tipo CVT (continuamente variável) que substituiu a defasada caixa de 4 marchas que equipava o modelo. Disponível para todas as versões — apenas como opcional na GLi –, o novo câmbio possui 7 marchas virtuais e funcionamento suave. Ele pode ser operado por meio de borboletas junto ao volante e conta com uma tecla Sport (instalada no console central) que altera o funcionamento da caixa, proporcionando um toque esportivo ao sedã.

Mas não é nada que chegue a empolgar, até porque outro destaque do modelo, de acordo com a Toyota, é que o novo Corolla está mais econômico, tendo obtido nota A no Programa de Etiquetagem Veicular do Inmetro em todas as versões.

Pelo que pudemos constatar, o novo Toyota Corolla deverá manter a sua clientela satisfeita e seguir como um dos automóveis mais vendidos no Brasil. Afinal, confiabilidade e conforto ao dirigir não lhe faltam. Agora, conseguir recuperar a liderança do segmento é outra questão. Ainda mais levando em conta que se trata de um sedã que custa R$ 79.990 (na versão XEi avaliada).

 

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