SUV tem motor a gasolina 2.0 litros com injeção direta de 147 cv e outro elétrico de 184 cv

Lançado em fevereiro deste ano, o Honda CR-V foi o terceiro modelo da marca a trazer o sistema eletrificado e:HEV, sendo os primeiros o Accord e Civic híbridos. Esse sistema dispensa abastecimento externo com tomada, uma vez que não é híbrido plug-in, permitindo tirar o melhor desempenho do motor a gasolina 2.0 litros com injeção direta de 147 cv e do outro elétrico de 184 cv. O SUV consegue chegar um consumo de combustível na casa dos 20 km/l se o motorista souber utilizar a tecnologia, que casa muito bem os motores a combustão e elétrico.

Todavia, o modelo, que traz um conforto e acabamento de carro premium, cobra um preço um pouco salgado: R$ 352.900.

A Revista Carro, que ficou quatro dias com o modelo, rodou 792 km com o novo Honda CR-V híbrido entre as cidades de São Paulo, Itapira e Amparo, no interior do estado, além do uso urbano pela capital paulista. Vale lembrar que no início do ano a Revista O Mecânico fez o Raio X mecânico apresentando toda a tecnologia do SUV.

Confortável para todos os passageiros

 

Importado da Tailândia, o Honda CR-V mede 4,70 metros de comprimento, 1,69 metro de altura, 1,85 metro de largura e 2,70 metros de entre-eixos. Com essas medidas, o SUV de linhas atuais e com rodas de 19 polegadas, tem como ponto alto o interior, trazendo um painel como o do Civic híbrido e com acabamento em soft touch, em material que imita madeira, conferindo elegância e bancos do motorista e passageiros com regulagens elétricas, sendo que o do motorista conta com ajustes para lombar, conferindo ainda mais conforto para o condutor. Os bancos traseiros comportam sem sufoco três adultos e tem acabamento refinado, além de contar com ajustes permitindo uma inclinação ideal para quem vai sentado atrás. O porta-malas tem capacidade de 581 litros com base reta, sendo possível levar malas de todos os tipos e jeitos.

Equipado, porém

 

O Honda CR-V vem equipado com um painel digital de 7 polegadas, que tem mostradores bem claros e de fácil visualização. Inclusive, é possível ver as músicas que estão tocando diretamente no cluster. Também traz um head-up display, que mostra as rotas do GPS, velocidade e os auxílios de condução. Até aqui nenhum problema, pois todos funcionam perfeitamente.

Contudo, a central multimídia do tipo flutuante de 9 polegadas deixa a desejar, embora conecte facilmente o Apple CarPlay e Android Auto. O ponto fora da modernidade são os botões, o touchscreen, que não tem um toque tão responsivo e as câmeras de ré. Sim, as câmeras de ré, uma vez que tem a tradicional traseira e uma abaixo do espelho retrovisor direito. Enfim, as duas são de baixa qualidade, até parecem uma TV analógica perto de outras marcas de carros chineses, por exemplo, que trazem uma definição em Full HD. Um ponto a ser melhorado.

Também vale dizer que faltou um sistema de ponto cego e, também, a solução da Honda em ligar a câmera abaixo do retrovisor ao dar a seta poderia ser mais bem aproveitada, como no caso do Hyundai Creta, que a imagem é reproduzida dentro do painel digital, não atrapalhando o uso da central multimídia, que ligada ao GPS perde a conexão por poucos segundos com o smartphone.

 

Gamificação da direção

 

Tirando o fato de as câmeras não serem HD, o Honda CR-V conta com tecnologia moderna. Inclusive, com um sistema que dispensa uma tomada como os híbridos plug-in, conferindo ainda mais praticidade, visto que é possível percorrer longos percursos sem se preocupar em achar um eletroposto, só que com o melhor do mundo dos elétricos, que é o torque e o silêncio a bordo, além da eficiência energética.

Todavia, antes de falar do consumo é preciso dizer que o Honda CR-V combina um motor 2.0 litros a gasolina com injeção direta de ciclo Atkinson com dois elétricos paralelos com a função de tração e gerador. Por conta disso, o câmbio tem duas relações de marcha para média e outra para altas velocidades, não sofrendo com engasgos ou trocas lentas, praticamente imperceptível.

 

No uso urbano, o Honda CR-V basicamente anda apenas no modo elétrico, o que permite ter uma eficiência de combustível fora da média para carros do mesmo porte equipados apenas com motores a combustão, já que no trecho urbano é capaz de fazer até 14 km/l. Porém, se souber dosar bem o pé é possível chegar aos 17 km/l, como conseguimos fazer na cidade. Já na estrada chega a uma média que supera os 13 km/l e conseguimos fazer 20 km/l. Com o tempo se torna instigante a busca pela eficiência e o carro responde como em um jogo.

Para gamificar a direção basta clicar na opção Power Flow na central multimídia. Lá é possível ver em gráficos futuristas, que lembram um jogo de vídeo game, exatamente quando e como cada motor está sendo utilizado. Por isso, se conseguir manter por mais tempo o uso do motor elétrico, no caso até uns 90 km/h, é possível diminuir ainda mais o consumo de combustível. Para ter uma ideia, em descidas na estrada, em uma velocidade de 110 km/h dá para aproveitar a inércia para funcionar apenas o motor elétrico o deixando ainda mais econômico. No final dos 792 km rodados tiramos uma média de 15,6 km/l e de São Paulo até Itapira, no interior do estado paulista, saindo de tanque cheio e baterias carregadas, chegamos lá faltando um quarto, em km era possível rodar um pouco mais de 200 km.

 

É importante dizer que o Honda CR-V tem motor a gasolina de 147 cv e 19,4 kgfm de torque, enquanto o elétrico tem 184 cv e 34 kgfm de torque. A marca japonesa não informa os dados combinados nem mesmo a potência das baterias posicionadas entre o banco traseiro e o assoalho. Por fim, chegar nesses números de consumo não requer andar como uma tartaruga pela estrada, pelo contrário, na velocidade de 120 km/h é possível atingir um bom desempenho. Só que para isso, também tem outro “pulo do gato”, o Honda Sensing

 

Use o Honda Sensing para tudo

 

O Honda Sensing são diversas tecnologias de auxílio à condução, ou seja, estão instaladas para usar e abusar, claro, não é um sistema de condução autônoma estilo Autopilot dos veículos da Tesla. Portanto, o motorista deve sempre ter atenção no trânsito. Além disso, o ideal é utilizar esses sistemas em estradas ou, no caso da capital paulista, nas marginais.

O primeiro que o motorista deve ajustar é o piloto automático adaptativo, que é capaz de manter a distância segura ao veículo à frente. O sistema do Honda CR-V ainda consegue fazer o acompanhamento em baixa velocidade, o que é ideal para o para e anda das marginais, conferindo ainda mais conforto e segurança. Portanto, se o carro da frente está a 60 km/h, mesmo se o motorista tiver colocado para andar a 120 km/h, o CR-V irá andar a 60 km/h. Agora, se não houver nenhum impedimento o SUV irá rodar aos 120 km/h, por exemplo, sem nenhum sufoco e com segurança.

 

Outro sistema importante é o sistema de frenagem para mitigação de colisão que emite diversos alertas sonoros e visuais ao detectar uma situação de provável colisão frontal. Essa tecnologia ainda aciona de maneira automática os freios, deixando a condução ainda mais segura. Também há o sistema de permanência de faixa que detecta as faixas da estrada e ajusta a direção sozinha. Ainda conta com o sistema de mitigação de evasão de pista, que detecta se o motorista irá sair da faixa sem dar seta, evitando possíveis acidentes.

Com todos esses controles ligados fica difícil causar um acidente, além de poder sempre andar na velocidade permitida da via com uma alta precisão, evitando multas em rodovias.

 

Custa caro perto da concorrência

Bom, todo mundo já sabe que o Brasil recebeu modelos eletrificados chineses. Entre os híbridos queridinhos do público estão o GWM Haval H6 e BYD Song Plus. Ambos são mais baratos do que o Honda CR-V, embora tenham uma tecnologia diferente sendo híbridos plug-in.

Em relação aos preços, o GWM Haval H6 GT, que é a versão esportiva, custa R$ 319 mil. Já o Haval H6 PHEV34 tem a mesma tecnologia híbrida plug-in só que com preço de R$ 279 mil. Já o BYD Song Plus tem preço a partir de R$ 229.800. Os modelos trazem um bom nível de acabamento e uma tecnologia de multimídia mais modernas do que o crossover japonês.

 

Por outro lado, a Honda é conhecida por ter um bom pós-vendas e carros que dificilmente irão conferir problemas mecânicos no futuro, o que é possível ser notado no silêncio interior do CR-V, bem como na absorção melhor de impactos pela suspensão, que contam com braços feitos em alumínio e bom dimensionamento das molas e amortecedores, seguindo o padrão de referência em construção e durabilidade dos carros da montadora japonesa, assim como acabamento sofisticado.

 

Enfim, quem quiser comprar o Honda CR-V Advanced Hybrid poderá escolher até cinco opções de cores tendo o Azul Astral das fotos como novidade. Por dentro, o acabamento conta com cores claras e escuras. O preço é de R$ 352.900 e, sim, vale a pena pagar pela boa construção do SUV, pela tecnologia híbrida, que dispensa a tomada, pela economia proporcionada, pelos itens de segurança e pelo conforto. Só não espere uma multimídia tecnológica e que gire com um toque no botão. Além disso, é um carro feito para família, sem tendência esportiva, mesmo com modo de condução esportivo, e para quem gosta de viajar para longe e com conforto acima da média.

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