Frankfurt não é exatamente o palco preferido da Ford para mostrar seus novos carros. Isso acontece anualmente no Salão de Detroit, ou nos emergentes eventos de Los Angeles e Nova York. Aqui na Alemanha e no Salão de Paris (realizados nos anos pares) a festa é das montadoras européias. Mas este ano a marca americana exibe duas novidades interessantes para o consumidor brasileiro, bem como deixa entrever o futuro de uma terceira.

Novo Edge possui visual mais simples e direto
O crossover Edge e a picape Ranger renovados, ambos com mudanças marcantes na dianteira, estão expostos aqui em Frankfurt. CARRO ONLINE apurou que os dois modelos chegam ao Brasil no ano que vem, entre março e abril, Edge antes e Ranger em seguida. Segundo uma fonte da montadora, nem mesmo a forte valorização do dólar vai impedir a importação do crossover do Canadá, país que não tem acordo aduaneiro com o nosso — ou seja, é uma operação de alto custo (o Edge atual é vendido no Brasil em versão única, a R$ 139 mil). Já a Ranger é fabricada na Argentina, no âmbito do Mercosul, e portanto dispensada de sobretaxas.

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A Ford acertou ao tornar mais robusto o visual desses dois modelos. Nas versões mostradas aqui, suas grades frontais (elementos-chave para a “personalidade” do carro) são mais simples, retilíneas e agressivas. O tema hexagonal foi mantido, e os faróis parecem se encaixar melhor nos cantos superiores das peças. Ficou mais fácil notar que ambos são da mesma “família”.

Nova Ranger, mais bruta e com novos faróis
O que leva, claro, ao EcoSport. O SUV compacto da Ford começa a mostrar sinais de cansaço no Brasil, e por isso vai passar por uma reforma profunda em 2016. Será muito mais que um simples facelift de meio de geração.

CARRO ONLINE apurou que o lançamento da versão 1.6 com câmbio Powershift já foi o primeiro movimento em direção a um EcoSport com gama mais ampla, novos motores e importantes mudanças no visual, uma delas na dianteira, para deixar o jipinho mais parecido justamente com Edge e Ranger. Quem quiser antever o EcoSport 2017 já pode “procurá-lo” no crossover canadense.

O interior do novo Eco também passará por uma reformulação, mas não é possível cravar se a proposta é aproximá-lo do Focus, um andar acima na gama Ford, ou se criar um novo paradigma para si mesmo e Fiesta e Ka, estes nos andares abaixo. Mudanças na motorização também são certas, entre elas, a oferta de um motor 1.5 de três cilindros. Um passo mais ousado seria incluir o 1.0 Ecoboost, esperado a qualquer momento no Fiesta, como opção também no Eco.

SEM PENDURICALHO
E por falar em ousadia… Ver de perto, aqui em Frankfurt, o jipinho finalmente livre do estepe fixado à porta traseira deixou a certeza de que a Ford analisa, e com muito cuidado, estender essa medida ao carro brasileiro já em 2016.

Os três concorrentes que tiraram o Eco da liderança absoluta do sub-segmento dos SUVs/crossovers compactos no Brasil — Honda HR-V, Jeep Renegade e Renault Duster — dispensam a firula do estepe externo, descartada há alguns anos também no Toyota RAV4.

EcoSport europeu, oferecido sem estepe na traseira: melhor, né?
CARRO ONLINE questionou um importante executivo da Ford a respeito da permanência, ou não, do item no Eco 2017, e a resposta foi menos enfática do que o esperado: o pneu sobressalente não é obrigatório na Europa, e por isso o modelo pode ser vendido apenas com um kit de reparo, que não ocupa espaço interno. Ou seja: se o estepe sair da porta traseira do Eco brasileiro, não haverá onde colocá-lo.

No entanto, o Fiesta é produzido na mesma plataforma do Eco e traz o estepe sob o assoalho do porta-malas, acessível por dentro do carro. A mesma solução pode ser adaptada ao jipinho, ressalvando diferenças na tração e na suspensão. O ganho em elegância e praticidade pode ser fundamental para o EcoSport não virar um ET no sub-segmento. Fica a aposta: o estepe externo pode virar opcional já no ano que vem. Para a próxima geração, isso é uma certeza. 

Viagem a convite da Anfavea

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