Muscle car tem motor V8 Coyote de 488 cv, chega aos 100 km/h em 4,3 segundos e custa meio milhão de reais
Em março deste ano, a Revista Carro pode ver de perto o novo Ford Mustang GT Performance, que chegou ao Brasil por R$ 529 mil com os traços dos modelos clássicos como o Fastback e do Boss dos anos 60. Inclusive, o muscle car comemorou recentemente 60 anos de história. Além disso, o tradicional esportivo da marca norte-americana vem equipado com motor V8 Coyote de 488 cv de 56 kgfm de torque, o que o permite fazer de zero a 100 km/h em apenas 4,3 segundos.
Pois bem, após vermos de perto chegou a vez de andar com o Mustang GT Performance. Saímos da capital paulista até o Autódromo Velocitta, totalizando a ida e a volta 358 km. Claro, na estrada para andar dentro da velocidade permitida, variando entre 100 km/h e 120 km/h, foi possível notar que o muscle pode ser dócil. Já na pista a diversão está garantida.
Na estrada (dócil)
Dirigir o Ford Mustang GT Performance na estrada é um pouco difícil, pois com motor V8 de 488 cv e um ronco prazeroso é complicado manter a velocidade limite permitida da via, visto que o esportivo sempre pede mais potência e torque. Portanto, dosar o pé é uma missão um pouco dramática, que sim conseguimos fazer.
Para isso, utilizamos o modo de condução Normal, que para o Ford Mustang GT Performance não é bem normal. Porém, certamente é o mais dócil entre os cinco modos. Confesso, leitor, que chega um pouco doloroso manter uma velocidade de 120 km/h. Todavia, é possível aumentar a emoção deixando o muscle ainda mais barulhento, assim em velocidades baixas parece que estar com o giro do motor elevado, gerando um pouco de emoção.
Nesse percurso de ida e volta, o Ford Mustang GT Performance fez uma média de 7 km/l, porém, quem compra um esportivo desse porte não espera economia de combustível. Nos mais de 350 km rodados foi preciso abastecer para voltar, pois foi quase um tanque cheio para rodar 179 km.
Em relação à suspensão, o Ford Mustang GT Performance vem equipado com suspensão adaptativa MagneRide, que traz uma tecnologia, que traz lubrificação capaz de carregar dados para o sistema do muscle, permitindo enfrentar as ruas brasileiras, gerando um certo conforto para os passageiros. Já na estrada, que tem o asfalto liso, o modelo confere a sensação de grudar no chão. A transmissão é automática 10 velocidades, que na estrada é melhor andar no modo 100% automático.
Por dentro, o esportivo da Ford traz duas amplas telas, sendo uma de 13,2 polegadas de painel de instrumentos e outra de multimídia de 12,4 polegadas com sistema SYNC 4, que permite visualizar todas as tecnologias do Mustang GT Performance e conectar o Android Auto e Apple CarPlay sem dificuldade. Vale ressaltar que, apesar de ter espaço para quatro pessoas, o ideal é viajar apenas o motorista e “copiloto”, pois os bancos traseiros são apertados não gerando conforto para quem vai neles.
Na pista (parte divertida)
Se na estrada andamos de maneira dócil com o Mustang GT Performance, na pista a história foi um pouco diferente. No Autódromo do Velocitta foi possível tirar toda a potência do motor Coyote e perceber que em poucos o muscle atinge os 100 km/h. No traçado de 3,4 metros com 14 curvas de alta, média e baixa velocidades foi possível testar os outros modos de condução. Inclusive, o Pista e o Pista Drag é perfeito para quem gosta de praticar drift em circuitos fechados.
Já os modos Sportivo e Escorregadio deixam o muscle um pouco menos emocionante, mas para quem não é tão seguro no volante confere segurança, aliada com performance em altas velocidades. E se na estrada é melhor usar apenas o modo automático da transmissão de 10 velocidades, na pista utilize as borboletas atrás do volante para passar as marchas e sentir ainda mais força do motor.
Claro, para toda essa potência e o torque precisam ser freadas. Para isso, a Ford instalou freios Brembo com 390 mm e seis pistões na dianteira e 320 mm e quatro pistões na traseira. Desta maneira, é possível sentir o freio arisco, possibilitando freadas bruscas com firmeza, uma vez que casa perfeitamente com a suspensão MagneRide, que consegue entender a pista e desempenhar a melhor performance nas curvas.
O modelo ainda conta com o freio de estacionamento eletrônico Drift Brake e recursos para pista que incluem também o Line Lock para manobras de “burn out”, cronômetros e medidores auxiliares no Track Apps, sendo ideal para quem leva o esportivo para correr na pista. Por segurança, não utilize essa tecnologia na estrada.
Ademais, por ser tração traseira é preciso ter um pouco de cuidado para não o deixar escapar. Já as rodas de 19 polegadas contam com pneus Pirelli P-Zero 255/40 na dianteira e 275/40 na traseira conferindo ainda mais esportividade e segurança. Enfim, o Ford Mustang GT Performance é perfeito para quem pratica track days e é amigável na estrada.
Dados do motor e dimensões
Sob o capô, o Ford Mustang GT Performance manteve o Coyote V8 5.0, que entrega até 488 cv com 56 kgfm de torque. Esse conjunto motriz ganhou um novo mapeamento eletrônico, novo sistema de escapamento, corpo de borboleta, entre outras novidades. A transmissão é de 10 velocidades automática. O esportivo faz de zero a 100 km/h em apenas 4,3 segundos.
O muscle car mede 4.811 mm de comprimento, 2.080 mm de largura com os retrovisores e 1.398 mm de altura, sendo 22mm mais longo e 5mm mais baixo que o Mustang Mach 1, que passou pelo Raio X da Revista O Mecânico.
Ademais, o Ford Mustang GT Performance, que é vendido por R$ 529 mil, conta com aplicativo FordPass Connect, agendamento de serviços online, serviço leva e traz, Guia 360, acompanhamento preventivo inteligente e atendimento do Ford Concierge, além de estar disponível nas cores: Vermelho Zadar, Vermelho Arizona, Azul Estoril, Azul Algarve, Branco Ártico, Cinza Torres, Cinza Catalunha e Preto Astúrias. Vale ressaltar que recentemente testamos a versão Mustang Mach-E, que é 100% elétrica, indo até o litoral paulista.
Por fim, para quem pode pagar mais de meio milhão de reais, o Ford Mustang GT Performance vai conferir esportividade com estilo. Claro, utilize o máximo dessa “diversão” na pista e mantenha a prudência na estrada, mesmo sendo difícil de dosar o pé com um ronco emocionante de um V8.