Enquanto no Brasil a terceira geração do Focus dá adeus sem um substituto, na Europa o hatch estreia versão ST como motor de Mustang

É uma pena, mas devo alertar você, caro leitor: o carro das fotos que ilustra esta página jamais chegará ao Brasil. A Ford já admitiu o fim da fabricação da terceira geração do Focus na Argentina sem anunciar um substituto para o posto do médio. Em fase de re­estruturação, a marca rumará na direção de novos SUVs e picapes em seu portfólio latino-americano.

Essa diretriz encontra alguma resistência no continente europeu, onde no ano passado a quarta geração do Focus foi lançada e consegue manter índice sustentável de compradores. Agora, a marca revelou os detalhes do esportivo ST, rival histórico do Volkswagen Golf GTI. E ele não está para brincadeira: sob o capô, traz o mesmo 2.3 EcoBoost do Mustang de entrada vendido nos Es­tados Unidos. No hatch, porém, ele foi “amansa­do”: são 280 cv de potência (34 cv a menos que no muscle car) a 5.500 rpm e 42,8 kgfm de torque entre 3.000 e 4.000 rpm.

O câmbio padrão é o manual de seis marchas das versões convencionais, mas com relações exclusivas – uma caixa automática de sete marchas estará disponível como opcional. Na configuração com pedal de embreagem, a Ford promete ace­leração de zero a 100 km/h em menos de 6 segundos.

O ST traz ainda a mesma tecnologia anti-lag desenvolvida pela marca para o Ford GT e a pi­cape F-150 Raptor. Com os modos de condu­ção Sport ou Track acionados, o sistema mantém o acelerador aberto mesmo quando alivia-se a pressão no pedal, diminuindo o tempo que o tur­bocompressor leva para encher. Assim como no Mustang, a versão com caixa manual pode trazer o sistema rev-matching, que promove automaticamente uma aceleração para igualar velocidade do veículo com rotação do motor uma vez engatada a marcha inferior.

Além do motor turbo, a configuração ST acres­centa à quarta geração do Focus melhorias em suspensão e freios. As molas foram endurecidas em 20% na dianteira e em 13%, na traseira, além de redução de 10 mm na altura. Os discos de freio estão maiores em diâmetro (330 mm na dianteira e 302 mm na traseira) e as pinças dianteiras são de dois pistões. Segundo a fábrica, a resistência ao superaquecimento está quatro vezes maior na comparação com a antiga geração do esportivo.

Posto de comando

Na cabine, destaque para os bancos estilo concha fornecidos pela Recaro, o volante de couro per­furado com base achatada, os pedais com apli­que metálico e a alavanca de câmbio estilizada. O ST conta ainda com sistema que reproduz o som do motor por meio dos alto-falantes, a fim de criar uma atmosfera ainda mais esportiva.

O hatch traz uma notável lista de itens de as­sistência ao motorista, como controle de cruzei­ro adaptativo com função trânsito, reconhecimen­to de placas, faróis adaptativos com ampliação do feixe de luz em rotatórias, sistema de estaciona­mento automático com acionamento dos pedais (quando com câmbio automático) e projeção de informações no para-brisa (head-up display).

O sistema de infotenimento é o conhecido SYNC 3, com tela de 8 polegadas e compatibili­dade com os sistemas Apple CarPlay e Android Auto. Há ainda a função hotspot Wi-Fi, que pode compartilhar a internet 4G do carro com até 10 dispositivos de forma simultânea.

A nova geração do Focus ST está prevista para estrear nas concessionárias do Velho Conti­nente durante o verão europeu, entre junho e se­tembro. Quer mais um motivo para lamentar a per­da do Focus (hatch e sedã) em nosso mercado? Basta lembrar que, na Europa, além do hatch de cinco portas, a configuração ST estará disponível para a carroceria perua.

 

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