Dizer que o país está em crise não é novidade para ninguém. Apesar disso e do cenário nada animador para os próximos meses, as fabricantes de automóveis não andam economizando no lançamento de carros – produzidos no Brasil ou não. Para se ter ideia, foram 73 novos modelos que chegaram ao mercado neste ano (sem contar versões e veículos apenas com pequenas alterações estéticas).
Com tantas novidades, reunimos, mais uma vez, 12 jornalistas especializados e lançamos o desafio: indicar o principal automóvel lançado no país neste ano, independentemente de categoria, porte, potência ou preço. Produzido ou montado no Brasil, importado, movido a gasolina, diesel, flex, híbrido… nada disso importa. Os únicos critérios foram: o carro deve ter chegado ao mercado em 2016 e ser novo ou com mudanças relevantes na parte mecânica (motor e câmbio, principalmente).
Um detalhe importante é que esta reportagem não deve ser confundida com o Best Cars, a mais democrática premiação de automóveis do mundo, realizada pelo Grupo Motorpress em vários países, na qual os leitores indicam seus automóveis e fabricantes preferidos em diversas categorias. Aqui, o júri é formado apenas por jornalistas. E então, está curioso para saber qual foi o modelo campeão de 2016? Vire a página e confira!
Foi uma vitória consagradora. Afinal, dos 12 jornalistas que fizeram parte do júri, metade escolheu a Fiat Toro como principal novidade no mercado em 2016. Mas é preciso reconhecer que a picape média-compacta produzida em Goiana, PE, fez por merecer todo esse destaque.
Começando pelo porte: até a chegada da Fiat Toro, não havia outro modelo com dimensões similares à venda no país. A ideia foi oferecer um veículo capaz de conciliar o conforto de um SUV pequeno com a versatilidade de um utilitário com caçamba. E, pelo que indicam os números de vendas da Fenabrave, os consumidores também aprovaram a novidade, já que a Toro é a segunda picape mais vendida do país, atrás apenas da sua “irmã menor”, Strada (que conta com inúmeras versões de cabine, acabamento e motorização).
O repórter Hector Vieira resumiu bem: “A Fiat Toro é a maior picape com estrutura monobloco produzida no país, e isso exigiu que a fabricante executasse um trabalho notável com a adoção da suspensão traseira multibraço, que proporciona conforto singular ao modelo”.
O editor-assistente Rodrigo Ribeiro ressalta a iniciativa da fabricante: “A Fiat foi ousada e conseguiu criar uma picape totalmente nova para um segmento inexistente. A Toro reúne tecnologia e recursos inexistentes até em veículos mais caros”.
Os elogios, porém, se concentram nas versões com motor a diesel, já que o propulsor 1.8 Flex ainda não se mostrou devidamente “casado” com a picape. Mas a chegada ao mercado de uma nova configuração, com o novo 2.4 TigerShark (confira teste nesta edição), pode ajudar a minimizar as críticas.
Outro modelo que deu muito o que falar neste ano obteve a segunda colocação na preferência dos jornalistas: o novo Honda Civic. Com visual muito mais ousado e moderno, o modelo de origem japonesa (que abandonou o estilo tradicional três-volumes para adotar o visual fastback) chegou “causando”, como se diz.
Além do visual jovial, o grande destaque do modelo é a versão Touring, com motor 1.5 turbo de 173 cv a gasolina e câmbio CVT. Quem avaliou o modelo se encantou: “A Honda soube reinventar o Civic e, na minha opinião, acertou em cheio. O carro está lindo e, por dentro, também foi encontrada uma boa solução para aposentar o painel de dois níveis. Com tantos rivais de peso na categoria, penso que a Honda está muito bem representada”, analisou Mário Sérgio Venditti, editor do site Autoline.
Três modelos receberam um voto e ficaram empatados na terceira colocação: Audi A4 Avant, VW Golf TSI e Jeep Compass. “Acho interessante a Volkswagen oferecer ao consumidor brasileiro, finalmente, motores de baixa cilindrada eficientes e confiáveis, ainda mais em modelos tidos como premium”, explica Eduardo Bernasconi, da revista FullPower, que escolheu o Golf.
Já o editor técnico da CARRO, Bob Sharp, indicou o Audi A4 Avant não só pela excelência do veículo, mas também pelo respeito da Audi para com o consumidor brasileiro ao oferecer um tipo de veículo que, embora pouco desejado atualmente, ainda conta com admiradores fiéis. O editor-chefe da CARRO, Wilson Toume, ficou com o Jeep Compass pelo conjunto do veículo e por sua importância como produto nacional.