Quando a Porsche apresentou o Macan ao mundo, durante o Salão de Los Angeles no ano passado, não havia tantas desconfianças como em 2001, quando ela inovou ao dar vida ao Cayenne. Afinal, a fabricante alemã já tinha provado que nenhum produto seu sairia da linha de montagem sem o DNA da Porsche, independentemente da carroceria. E com o Macan não é diferente.

Tabelado a R$ 399.000 na versão S e a R$ 499.000 na Turbo, o novo SUV compacto da marca começou a ser vendido no Brasil em maio e a revista CARRO teve a oportunidade de avaliar como é guiar o Macan topo de linha.
Visto de fora, o esportivo utilitário reúne diversas influências de outros modelos da Porsche. A grade frontal e o capô são heranças do Cayene, enquanto o conjunto óptico tende mais para o esportivo 918 Spyder. Dele também são inspirados os vincos e as lâminas nas soleiras das portas. As rodas aro 21’’, exibem as belas pinças de freio e seus discos ventilados. O caimento estilo cupê é característico do Porsche.

A traseira é a mais sóbria, mas exibe destaques como as lanternas afiladas de LEDs (similares às do 911, com efeito tridimensional). As luzes de ré — também de LEDs — estão posicionadas discretamente ao lado dos refletores. As saídas duplas do escapamento também chamam a atenção e dão um indício do vigor do SUV.

O interior do Macan é primoroso. As colunas e o teto são revestidos por um tecido semelhante a veludo, enquanto as laterais e as partes inferiores da cabine têm acabamento de couro. Os bancos abraçam o corpo dos ocupantes com firmeza e conforto e ainda contam com sete ajustes elétricos que permitem “moldá-los” a praticamente qualquer biotipo. Já atrás, é melhor que apenas dois passageiros ocupem o espaço. Até porque um terceiro ocupante ficaria incomodado devido à posição da saída do ar-condicionado.

Apesar de o Macan oferecer as conveniências que o dono de um veículo desse nível espera ter, o SUV foi projetado para que o motorista não se esqueça que, em um Porsche, a esportividade e o desempenho nunca são deixados de lado.

E isso já fica claro na ergonomia. No console central, a alavanca do câmbio está em posição elevada, facilitando o seu uso. O manuseio de botões e demais comandos não é suave, mas tudo funciona com perfeição, transmitindo uma impressão de robustez e qualidade. O volante, por sua vez, tem ótimo diâmetro, e permite fácil acesso às borboletas do câmbio.

No quadro de instrumentos, o destaque é o conta-giros no centro, que tem um pequeno velocímetro digital na parte inferior, sendo que o principal, circular, fica na esquerda. Um charmoso cronômetro com relógio digital fica posicionado na parte superior do painel.

O Macan Turbo é equipado com um motor 3.6 V6 biturbo de 400 cv a 6.000 rpm, e 56 mkgf disponíveis já a 1.350 rpm. Ele trabalha conectado a um câmbio robotizado de dupla embreagem (PDK) de 7 marchas. Segundo a fabricante, esse conjunto pode fazer o Macan acelerar de 0 a 100 km/h em apenas 4s6.

Apesar dessas credenciais, ao acionar o motor, não se ouve um ronco tão imponente, ou capaz de arrepiar. Nesse momento, o conforto e o requinte falam mais alto.

E chega a ser até difícil se controlar e não desrespeitar os limites de ruas e rodovias, já que o motor responde com tanta agilidade que qualquer pisada com mais vigor faz o veículo dar um salto à frente. O excelente acabamento, com baixo nível de ruído e ausência de vibrações, contribui para que o motorista possa perder a noção da rapidez com que está dirigindo.

A tração integral e a suspensão pneumática (que no modo esportivo rebaixa o veículo em 40 mm) conferem estabilidade exemplar ao Macan, mesmo em altas velocidades. O modelo também conta, na versão mais sofisticada, com um sistema eletrônico de distribuição do torque nas rodas traseiras que permite contornar curvas com mais agilidade e velocidade.

Já o câmbio merece elogios à parte. No modo automático, além de se ajustar automaticamente à forma de condução do motorista, a caixa trabalha sempre de maneira suave, sem trancos ou ruídos indesejáveis, mesmos nas reduções ou quando se opta pelas trocas manuais, por meio das borboletas junto do volante.

Os freios completam o conjunto do Macan de maneira exemplar. São potentes, precisos e oferecem fácil modulação, tanto em aplicações fortes, quanto na utilização do veículo em meio ao trânsito congestionado.

Só é preciso lembrar que, mesmo oferecendo um desempenho digno dos demais modelos da marca, o Macan é um SUV. Então, para quem busca um veículo que oferece uma boa dose de esportividade e, mesmo assim, ainda consegue acomodar quatro adultos com conforto e requinte, este novo Porsche pode ser a opção.

Ficha técnica:

Motor V6, dois turbocompressores, dianteiro, longitudinal, gasolina; Cilindrada • 3.604 cm³; Potência 400 cv a 6.000 rpm; Torque 56 mkgf a 1.350 rpm; Câmbio • robotizado, dupla embreagem, 7 marchas, tração integral; Suspensão dianteira independente; suspensão traseira independente; Pneus • 235/55 R21/255/50 R21; Carroceria • SUV, cinco lugares; Dimensões (CxLxA) • 4,69 m, 1,92 m, 1,62 m; Entre-eixos • 2,80 m; Peso • 1.925 kg; Desempenho 0 a 100 km/h • 4s6; velocidade máxima 266 km/h; consumo médio 11,2 km/l; Preço básico • R$ 499.000.

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