Demissões atingem principalmente as divisões de financiamento e vendas

A Mercedes-Benz confirmou que iniciou demissões na China em 25 de fevereiro. A medida afetará cerca de 15% dos funcionários, principalmente das áreas de vendas e financiamento. A marca alemã disse em comunicado para sites locais, que essa medida serve para ajustar a operação e melhorar a competitividade. “Diante de um ambiente de mercado desafiador e das transformações na indústria automotiva, a Mercedes-Benz tem ajustado suas operações para melhorar a eficiência e a competitividade”. Além disso, a montadora acrescentou que as mudanças incluem a otimização de processos e estruturas organizacionais para tornar as operações mais enxutas e eficientes.

As demissões atingem principalmente as divisões de financiamento e vendas. A decisão ocorre em meio à crescente concorrência no maior mercado automotivo do mundo. O setor financeiro da Mercedes-Benz enfrenta desafios devido à oferta de condições mais competitivas por bancos estatais chineses, segundo o relatório publicado na China. A empresa já começou a reduzir o quadro de funcionários, incluindo o não renovação de contratos temporários. Todavia, ainda não está claro se a medida afetará o escritório central da Mercedes-Benz na China ou suas unidades produtivas em parceria com fabricantes locais.

Vale lembrar que essa decisão reflete os desafios enfrentados por montadoras europeias na China. Fabricantes tradicionais perdem participação para marcas chinesas, especialmente no segmento de veículos de luxo. Além da Mercedes-Benz, Porsche, BMW e Audi lidam com a concorrência de startups chinesas como Nio, Huawei Maextro, BYD, assim como fabricantes locais como Hongqi.

De volta à China, outras montadoras também revisam suas estratégias para o mercado chinês. A Volkswagen, por exemplo, adotou a abordagem “Para a China, na China”, investindo em startups locais e utilizando plataformas de fabricantes chineses. A Porsche reduziu o quadro de funcionários após três anos seguidos de queda nas vendas, totalizando 56.887 unidades em 2023, uma retração de quase 30% em relação ao ano anterior. A BMW também não renovou contratos de trabalho, afetando entre 2% e 5% da força de trabalho, e planeja novas reduções. Por fim, a Mercedes-Benz enfrenta dificuldades para vender seus elétricos na China. Em janeiro, foram vendidas 153 unidades do sedã EQE, uma queda de 78,5% em relação às 715 unidades do mesmo período do ano anterior. O EQE SUV teve 179 unidades comercializadas, queda de 87,6% na comparação anual e de 51,4% em relação a dezembro.

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