Gostaria de ajuda sobre umas dúvidas que ainda tenho em relação à nova gasolina: Se considerarmos a mistura de álcool presente tanto na “gasolina comum” quanto na “premium”, apesar das novas mudanças, o consumo esperado ainda será menor que a gasolina europeia? E quanto à durabilidade do motor? Neste sentido, especifico que o divulgado no mercado é que o consumo de álcool é bem superior ao de gasolina. Ademais, os motores flex precisam de um reforço para aguentarem o álcool (bem mais corrosivo que a gasolina). Assim, enquanto consumidor e apaixonado por carros, gostaria de tais explicações para acreditar que de fato nossa “nova gasolina” deixou de ser ruim para ser tão boa quanto a europeia em termos de consumo e durabilidade do motor.

Mauricio Paes Soares – Brasília/DF

 

Mudança de fato na gasolina é apenas padronização de sua densidade na bomba, portanto já com álcool a 27,5% (gasolina comum ou ela aditivada) e 25% (todas as premium). Acontece que a densidade costumava ser inferior a 715 gramas por litro, desse modo havia menos energia por volume, cuja consequência é maior consumo. Agora com toda gasolina ter pelo menos 715 g/L de densidade, poder-se-á menor consumo, mas não mais do que 1% a 2%.

A outra mudança da nova gasolina é apenas outra maneira de exprimir octanagem, em que saímos de um método arcaico para nos nivelarmos ao resto do mundo à exceção de Estados Unidos e Canadá (que deverão mudar para padrão mundial, assim como ocorreu aqui no dia 3 deste mês). Com a mudança feita aqui nada absolutamente muda no funcionamento dos motores, uma vez que as octanagens são as mesmas, apenas mudaram de nome.

A questão da corrosividade do álcool nos motores flex inexiste. Basta pensar que temos aqui motores a álcool há 40 anos, essa questão foi dominada há décadas.

A partir de 1/01/2014 o enxofre da gasolina foi reduzido drasticamente, 93,75% em relação ao que era, momento em que chegamos ao nível de qualidade mundial da gasolina. Lamentavelmente nessa mesma data era para toda gasolina passar a adtivada, como é nos países centrais há 20 anos, mas um impasse entre a Agência Nacional do Petróleo e a Petrobrás, sobre onde se daria a aditivação, se nas refinarias ou nas distribuidoras, acabou sem solução e o programa foi encerrado após dois adiamentos, em 2015 e 2016. Aliás, recomendo-lhe só utilizar gasolina aditivada (Petrobrás Grid, Shell V-Power e Ipiranga DT Clean).

Em consumo de gasolina, sempre ficarermos para trás dos demais países enquanto nossa gasolina contiver tanto álcool. Mundo afora, quando a gasolina tem álcool, é 10% apenas.

 


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