Agora com motor flex e plataforma MQB, a sétima geração do sedã quer reconquistar o público pela ampla tecnologia embarcada e economia de combustível
Mais refinado, mais expressivo e com maior impressão de tamanho. Este foi o pedido do marketing da Volkswagen ao departamento de design para a sétima geração do sedã Jetta. As linhas mais limpas do modelo anterior foram deixadas de lado em favor de volumes mais esculpidos, especialmente no capô, para-choques e nas laterais. Vendo-o de perto, ele parece ligeiramente maior do que seus 4,70 m de comprimento (4,3 cm mais longo que o Jetta de sexta geração) e 1,80 m de largura (2,1 cm maior, sem espelhos).
O sedã chega ao Brasil importado do México em duas versões: Comfortline 250 TSI (R$ 109.990) e a esportiva R-Line 250 TSI (R$ 119.990), distinta visualmente pelos detalhes em preto como a grade frontal, retrovisores externos, revestimento interno do teto e os logos R-Line no volante e na grade. Esta versão de topo também traz de série painel digital, ajuste automático do farol alto, detector de fadiga e um belo conjunto de auxílios eletrônicos ao motorista, que inclui controle de velocidade de cruzeiro adaptativo e três tipos diferentes de assistências de frenagem: em alta velocidade, em trânsito urbano e manobras de estacionamento.
A lista de equipamentos de série para as duas versões engloba ainda seis airbags, controle de estabilidade e tração, bloqueio eletrônico do diferencial, ar-condicionado de duas zonas, faróis dianteiros e traseiros em LED, câmera de ré, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, freio de estacionamento eletromecânico, imobilizador em subidas, partida por botão e trancamento automático das portas, farol de neblina com conversão estática (ilumina na direção do esterço da curva em velocidade igual ou acima de 40 km/h) e assistente de partida em subida. Há apenas um opcional nas duas configurações: o teto solar panorâmico, por mais R$ 4.990. Outros itens como carregador de celular por indução (R$ 470) e sistema de som JBL são vendidos como acessórios em concessionária.
Em busca de equilíbrio visual
Curiosamente, agora que é construído sobre a plataforma MQB, o Jetta se diferencia em definitivo do Golf, hatch do qual foi a versão sedã entre a primeira e a quinta gerações. A nova identidade do sedã é caracterizada por uma grade dianteira bem mais ampla com a intenção de remeter ao Passat – mais nas aletas cromadas da versão Comfortline do que no visual “apagado” da R-Line. Mas em ambas as especificações, a semelhança nas linhas traseiras com o Virtus, especialmente na região do spoiler, dificilmente passará sem ser notada pelo público.
Os balanços da carroceria (distância longitudinal dos cubos de roda até as extremidades do veículo) também foram modificados. O balanço dianteiro foi encurtado em 1 cm e o traseiro, esticado em 1,6 cm. Essa alteração, apesar de pequena, permitiu perfil mais agradável nas proporções entre os três volumes do sedã e, como pretendido inicialmente, aumentou a sensação de tamanho do modelo. Porém, a escolha por pneus mais finos e com perfil mais alto (passaram de 225/45R17 para 205/50 com o mesmo raio) tira bastante da elegância do resultado final se comparado ao anterior.
Discreto e funcional como sempre
Apesar do aumento do entre-eixos em 3,7 cm decorrente da nova plataforma, boa parte das medidas do habitáculo se manteve. Houve ganho de 4 cm na altura do assento do motorista ao teto (de 91 para 96 cm). A ergonomia para quem dirige é muito boa, com os instrumentos bem à mão. O alinhamento da tela do multimídia Discover Media com o painel de instrumentos forma um conjunto de excelente visualização e facilidade de operação, digno de conceitos de “cockpit” adotados em outros veículos de alta gama, mas sem exagero estético.
Aliás, em todo o painel frontal, o pragmatismo das linhas retas da Volkswagen impera mais uma vez, só que desta vez com a qualidade de acabamento no mesmo nível dos melhores modelos deste segmento. Caso o motorista considere o ambiente muito sério, a sisudez pode ser quebrada pela iluminação interna configurável em 10 cores. Esse recurso pode estar atrelado ou não à seleção dos quatro perfis de condução (Normal, Sport, Eco e Individual), que modificam não só o comportamento da direção, transmissão e motor como também a iluminação ambiente e a cor dos instrumentos.
Mas, considerando o preço da versão R-Line, há uma perda irreparável: o ajuste do banco do motorista, que era elétrico na geração anterior e passou a ser apenas manual. Além disso, os passageiros do banco traseiro não desfrutam da mesma qualidade de acomodação quando se necessita levar três pessoas atrás. O túnel central é muito alto e prejudica bastante quem está sentado na posição central. Falta, ainda, a saída de ar para os bancos traseiros – que o Virtus, fabricado em versão encurtada da mesma plataforma, tem.
Agora é flex (e muito econômico)
Tanto o Jetta Comfortline quanto o R-Line são dotados do mesmo câmbio automático de seis marchas, como virou padrão na VW. O motor 250 TSI em versão flex também é o mesmo: 1,4 litro de 4 cilindros, com turbo e injeção direta, capaz de atingir 150 cv de potência a 5.000 rpm e 25,5 kgfm de torque constante entre 1.400 e 3.500 rpm – números estes tanto com etanol quanto com gasolina.
Muitos sentirão saudade da sobra de força do motor 2.0 TSI a gasolina de 211 cv, que tornava o sedã um verdadeiro “sleeper”, mas o foco agora é outro. Em nossos testes, o consumo de etanol do Jetta R-Line, usando o modo Eco de condução, e com o sistema stop-start ligado, foi invejável: 8,4 km/l em percurso urbano e 12,1 km/l no rodoviário.
Entre os 10 sedãs médios flex automáticos mais vendidos do país, sua média PECO de 10,1 km/l não só é a melhor como a comparação com os demais é até covardia, seja com Citroën C4 Lounge THP (8,5 km/l), Honda Civic EXL (8,4 km/l), Chevrolet Cruze LTZ (8,2 km/l), Nissan Sentra 2.0 CVT (8,1 km/l), Toyota Corolla XEi (8,0 km/l) ou Ford Focus Fastback (7,8 km/l).
Em desempenho puro, não espere os números do antigo 2.0 turbo, mas houve sensível melhora em relação à versão 1.4 turbo somente a gasolina: na pista da ZF em Limeira/SP, o novo Jetta 1.4 TSI flex, no modo Sport de condução, acelerou de zero a 100 km/h em 8s93 (0s84 melhor) e na média das três provas de retomada, foi 1s2 mais rápido.
Esse trem de força é o mesmo que será adotado nos futuros modelos T-Cross, Polo GTS e Virtus GTS, que devem aparecer no Salão do Automóvel de São Paulo em novembro deste ano. Se em um modelo de 1.331 kg já atingiu tais números de performance e consumo, os adversários que se preparem para reagir rápido. O Jetta de sétima geração é o aviso.
FOTOS: RENAN SENRA
Confira o teste completo do Volkswagen Jetta R-Line na próxima edição de Outubro/2018 da Revista CARRO.
Ficha técnica – Volkswagen Jetta 250 TSI 2019
MOTOR
Combustível: Bi-combustível (Gasolina/Etanol)
Cilindrada (cm³): 1395
Diâmetro dos cilindros x curso dos pistões (mm): 74,5 x 80
N° de cilindros / disposição / válvulas por cilindro: 4 / Em linha / 4
Posição: Transversal à frente do eixo
Potência máxima: 150 cv a 5000 rpm
Torque máximo: 25,5 kgfm entre 1400 e 3500 rpm
Taxa de compressão: 10:1
Formação de mistura: Injeção Direta Multiponto
TRANSMISSÃO
Conjunto câmbio-diferencial: Automático, seis marchas à frente, conversor de torque
Rodas motrizes: Dianteiras
Relações de marchas
1ª – 4,459:1
2ª – 2,508:1
3ª – 1,556:1
4ª – 1,142:1
5ª – 0,851:1
6ª – 0,672:1
Ré – 3,185:1
Relação de diferencial dianteiro: 3,234:1
SUSPENSÃO
Dianteira: Suspensão independente tipo McPherson; Molas helicoidais; barra estabilizadora
Traseira: Suspensão semi-independente com braços longitudinais; Molas helicoidais
DIREÇÃO
Tipo: Eletroassistida
Diâmetro de giro do veículo: 11,2 m
Relação de direção (média): 14,96
Voltas no volante (batente a batente): 3,01
FREIOS
Programa eletrônico de estabilização com sistema de auxílio à direção (ESC) incluindo ABS + EBD com assistência de freio (BAS), ASR e EDS
Dianteiros: Disco ventilado, diâmetro de 288 mm
Traseiros: Disco, diâmetro de 272 mm
RODAS E PNEUS
Roda 7Jx17 com Pneu 205/55 R17
DIMENSÕES EXTERNAS
Comprimento: 4.702 mm
Largura (sem espelho retrovisor): 1.799 mm
Largura (com espelho retrovisor): 2.037 mm
Altura (teto): 1.474 mm
Distância entre eixos: 2.688 mm
Bitola (dianteira/traseira): 1540 mm / 1533 mm
AERODINÂMICA
Coeficiente aerodinâmico (Cw): 0,299
Área frontal: 2,21 m²
Cw x A: 0,661 m²
CAPACIDADES
Porta-malas: 510 litros
Tanque de Combustível: 50 litros
PESOS
Em ordem de marcha: 1.331 kg
Peso bruto total (PBT): 1.850 kg
Carga útil: 519 kg
Carga admissível sobre o eixo dianteiro: 960 kg
Carga admissível sobre o eixo traseiro: 940 kg
MANUTENÇÃO
Revisões, km/tempo: 10.000 km ou 1 ano (informação VW)
Troca de óleo do motor, km/tempo: 10.000 km ou 1 ano (informação VW)
Troca de óleo da transmissão, Km/tempo: Não é necessário, somente inspeção de nível nas revisões (informação VW)
até quem fim!!!! Parabéns Henrique, são mais de 16 itens, em relação ao Virtus, nos quais a maioria são de segurança, que vc já descreveu! Dizer que um Jetta é um Vitao somente mesmo pra quem não tem grana pra comprar o Jetta.
MELHOR CARRO QUE COMPREI ATE HOJE!!
JA TIVE CIVIC, COROLA E OUTROS.
MELHOR QUE CIVIC, COROLA, E OUTROS POR AI.
MUITO CONFORTAVEL E ECONOMICO.
NOTA DEZ!!!
Estou no terceiro Jetta, carro para eu rodar na cidade a trabalho. Atende plenamente minhas necessidades. Gosto de carro médio e confortável. O que não gostei no R-line é que não vem com Paddle-Shift, pois só dirigia os anteriores nesse modo de direção, essa foi a maior perda pra mim. Dirigi o GLI, muito bom, top, mas para trabalhar todos os dias achei desnecessário pagar mais R$ 35.000,00 por isso além do custo de IPVA e seguro mais caro.
Concordo com vc, os japas vem pelado e caro pra krl!Vendi meu Civic porque e duro demais e puro plastico, isto ninguém fala!.Brasileiro e burro olha aparência do carro e acha que tem qualidade.VW é Audi animal!, com preço de VW, tem que desenhar senão não entende.
Que bom que cada um tem sua opinião né? A minha é totalmente o contrário! Civic é um lixo em acabamento e motorzinho 2.0 aspirado. Digo o mesmo do Corolla. Abraços
Que pena que você não tem dinheiro nem pra comprar um Virtus né? Só se financiar em umas 48 parcelas não é mesmo campeão?
Devia ter esperado um pouco e guardado um dinheiro a mais pro Jetta GLI…
Peguei um confortline carro muito top porém com muitas perdas comparado ao modelo anterior
Banco do carona sem ajuste de altura
Sem saídas de ar traseiras no console central
Não rebate os retrovisor e não aquece os mesmos
Sem aletas de troca de marcha
Adquiri há pouco dias um Jetta R Line 250 TSI, zero. Surpreendi-me com o conforto, silêncio, dirigibilidade e, principalmente, com a economia de combustível.
Conduzindo no modo Eco, num percurso de 575 km, com gasolina aditivada, o rendimento obtido foi de 21,74 km/L e, num percurso de 525 km, com álcool, o rendimento foi de 15,30 Km/L. Simplesmente fantástico!
Achar que é um Virtus com anabolizantes é uma comparação míope. Os carros podem parecer externamente, afinal a VW nunca foi de ousar em design, mas a eletrônica de segurança deste JETTA é um século a frente do Virtus. ACC, frenagem de emergência, frenagem de ré, frenagem até 30km/h, bloqueio de diferencial XDS, modos de condução configuráveis, aviso de colisão, aviso de fadiga e o conjunto ótico o diferenciam do Virtus em muito. O Virtus pega somente uma versão mais simples da tela multifunção digital e a central multimídia de 8 com conectividade a smartphones. E só. A VW está cobrando mais do que os concorrentes porque nenhum deles tem todos estes ítens. Mas ficando mais caro as pessoas não vão se animar. Se fosse do mesmo preço dos concorrentes japoneses e da GM aí o consumidor perceberia as vantagens do novo Jetta.
Jetta 2.0 flex e gasolina poderia indicar consumo, nao e turbo.
Da para adaptar turbo neste jetta
Os consumos de Etanol citados para todos foram aferidos em testes de uso real pela Revista CARRO sempre nos mesmos trajetos, sempre com o mesmo motorista e sempre mantendo a mesma velocidade padrão. Lembrando que a média PECO é 55% na cidade e 45% em rodovia:
Citroën C4 Lounge THP Tendance: 7,1 km/l (cidade) e 10,2 km/l (rodovia)
Chevrolet Cruze LTZ 1.4 AT: 7,3 km/l (cidade) e 9,9 km/l (rodovia)
Honda Civic EXL 2.0 CVT: 7,2 km/l (cidade) e 9,9 km/l (rodovia)
Nissan Sentra 2.0 CVT: 6,5 km/l (cidade) e 10,2 km/l (rodovia)
Toyota Corolla XEi 2.0 CVT: 7 km/l (cidade) e 9,2 km/l (rodovia)
Ford Focus Fastback Titanium Powershift: 6,4 km/l (cidade) 9,7 km/l (rodovia)
Os consumos apontados para os concorrentes não batem com a realidade. Não entendo como podem errar tanto.
Frente estranha e traseira do Virtus, os japoneses Corolla e Civic são muito mais bonitos na minha opinião.
Um “Virtão” pelo dobro do preço do irmão menor.
ficou show, mas 10k acima da previsão ( do que deveria ser mesmo )
nos EUA baixou U$ 500, pra variar aqui subiu R$ 15.000
Paulo, os testes com etanol em veículos flex são o padrão técnico da Revista CARRO. Segundo o padrão do Inmetro, os números de consumo de gasolina do Jetta 250 TSI flex são 10,9 km/l na cidade e 14,0 km/l em estrada. Um abraço.
A última vez que fizeram um comparativo sobre o uso de etanol nos Estados brasileiros, em apenas 3 ou 4 valia a pena abastecer com esse combustível. Dai minha estranheza sobre essas “análises ” só com esse combustível. Esp pra alguns lerem. É isso?
Ou seja, Jetta ficou a cara do popular “premium” Virtus. Aparência sóbria, horrível, motor mais fraco que o excelente 2.0T, e, lógico, mais caro! Passo…