Porém nem todas devem usar o benefício por não terem operação de montagem no país
Texto: Marcos Camargo
Esta semana o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) atualizou a lista das 16 marcas que terão uma cota para importação de kits de carros desmontados no valor somado de R$ 2,6 bilhões.
A BYD havia pedido em junho isenção de impostos para importar carros em lote de kits SKD (semi-desmontados) mas segundo a decisão do governo a medida agora vai beneficiar, na prática, 16 empresas. E a cota será dividida entre todas elas.
Estão na lista a Audi, BMW, BYD, Caoa Chery, GAC, GWM, Honda, Hyundai, Jaguar Land Rover, Kia Motors, Mercedes-Benz, Omoda-Jaecoo, Porsche, Renault, Toyota e Volvo.
Só quem tem estrutura fabril deve ser beneficiado como são os casos da BYD, GWM e GAC que está perto de anunciar uma parceria para montar carros na fábrica da Mitsubishi em Goiás. Land Rover, Renault, Toyota, Honda, Audi e BMW já tem estrutura fabril e também poderão usar o benefício dentro do intervalo de tempo da portaria.
Sobre a medida
A Portaria Secex nº 420 isenta o imposto de importação, por meio de cotas, para veículos montados no Brasil sob os regimes SKD (kits semi-desmontados) e CKD (completamente desmontados). A medida, válida de agosto de 2025 a janeiro de 2026, permitirá o início da montagem de veículos híbridos, híbridos plug-in e elétricos.
As outras nove empresas já têm operações industriais. Embora sejam beneficiadas, Porsche e Mercedes Benz não devem fazer importação de kits enquanto Omoda Jaecoo e GAC não tem ainda uma unidade que permita estruturar a operação fabril em tão pouco tempo.
A medida visa facilitar a transição para a eletrificação, mas reacende debates sobre o nível de nacionalização e o real impacto industrial desses regimes. Na prática a cota deve beneficiar empresas já estruturadas como BYD e GWM que tem unidades fabris iniciando a operação em Camaçari e Iracemápolis respectivamente. A GWM vai inaugurar a fábrica no próximo dia 15 de agosto e a BYD deve iniciar a operação nos próximos meses.