Com a crescente demanda por eletrificação, os condomínios precisam investir em pontos de carregamento para veículos elétricos para não ficarem para trás
Dados divulgados pela Anfavea (Associação Nacional de Veículos Automotores) indicam que 43,7 mil veículos eletrificados foram emplacados no Brasil em 2022 até o mês de novembro. Por conta dessa crescente demanda pela eletrificação, os condomínios precisam investir em pontos de carregamento para veículos elétricos para não ficarem para trás no mercado, segundo a Elev, empresa especializada em soluções para o ecossistema da eletromobilidade.
Apesar da rede de carregadores públicos e semipúblicos estar acompanhando o crescimento do setor, para o sócio-diretor da Elev, Ricardo David, isso ainda não é o bastante. O especialista da empresa afirma que alguns pontos fundamentais ainda precisam de atenção para que o segmento dos elétricos possa crescer ainda mais no país. Para ele, é necessário a criação de um plano nacional de mobilidade, com a entrada dos condomínios nesse debate para a criação de soluções coletivas de carregamento de veículos eletrificados nesses locais.
“Um dos motivos principais para o aumento de carros elétricos emplacados no Brasil, apontados pela ABVE, é a disponibilidade de carregadores públicos e semipúblicos. Porém, vale atentar para a necessidade de discussão de espaços coletivos. Os condomínios brasileiros ainda precisam se adaptar e esse debate precisa acontecer”, afirma Ricardo.
Segundo a empresa, os novos empreendimentos de grande porte já trazem em seu projeto inicial espaços destinados exclusivamente para carregamento de veículos elétricos, mas isso ainda não é o bastante. É necessário que a tecnologia também esteja disponível em locais que já estão construídos, mas para que isso aconteça, é necessário investimento dos condomínios para a adaptação desses espaços.
Para Ricardo, quem se antecipar à demanda evitará dores de cabeça no futuro. “Não basta apenas conectar o carro elétrico na tomada do condomínio e pronto. São necessários investimentos e adaptação. A estrutura elétrica do condomínio consegue receber essa nova demanda de carros elétricos sendo carregados? Quem iniciar esse debate antecipadamente vai evitar dores de cabeça futuras”, diz o executivo.
Outro ponto que pode afetar diretamente os condomínios são as políticas públicas para o setor que podem começar a ganhar forma em um futuro próximo. Segundo Ricardo, o Governo Federal poderá realizar investimentos no setor nos próximos anos, fazendo com que haja uma corrida dos condomínios para se adequarem às novas exigências. “O Brasil não havia se comprometido com o fim das frotas de automóveis a combustão. Porém, com uma nova gestão no Governo Federal, medidas de investimento no setor podem surgir nos próximos anos”, afirma o diretor.
Texto: Daniel Palermo
Foto: divulgação/Elev