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Passar recibo faz parte da vida na indústria automotiva. Às vezes, um carro da marca rival faz tanto sucesso que se torna impossível não “imitá-lo” (entre aspas porque a palavra é forte). Um dos casos recentes mais conspícuos foi o Mercedes-Benz GLE, que adotou o estilo crossover-cupê do X6, da arquirrival BMW. Agora, o sucesso do Honda CR-V parece ter estimulado os departamentos de design e marketing de fabricantes rivais.

É o que se conclui ao apreciar, aqui no Salão de Frankfurt, que abre ao público nesta quinta-feira (17), os conceitos Toyota C-HR e Nissan Gripz. Sob a habitual camada de exagero que recobre os protótipos, ambos exibem um quê de HR-V (no caso do C-HR, até o nome ficou parecido), vale dizer, um corpo relativamente bojudo, alongado, mais baixo que um SUV e mais alto que um sedã. A proposta é de robustez, esportividade e praticidade. Tudo muito típico de crossovers — melhor definição para o Honda e esses futuros concorrentes.

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Honda CH-R foi apresentado inicialmente no Salão de Paris de 2014, numa versão de duas portas. O que está aqui em Frankfurt tem quatro (as maçanetas ficam escondidas na coluna C, como no HR-V) e, segundo executivos da Toyota, está a um passo da produção. Uma versão final dele deve ser mostrada no Salão de Genebra, em março de 2016.

Versão definitiva do C-HR será mostrada em março de 2016
A fabricante japonesa quer oferecer seu futuro crossover a clientes que que têm “estilo de vida urbano e ativo”. Uma das premissas para isso é não ser um trambolho difícil de manobrar e estacionar: o C-HR conceitual mede 4,35 metros, no limite do adequado para uso na cidade. A altura fica em 1,5 metro, e a largura, em 1,85 m. A Toyota não informou o entre-eixos, mas prometeu um centro de gravidade mais baixo, melhorando a dirigibilidade do carro definitivo.

A motorização proposta pelo conceito é híbrida, mas certamente haverá propulsores somente a combustão, e também certamente menores que 2 litros. E o estilo, de dianteira com o tema “asa”, muito comum nas fabricantes asiáticas e adotado mais recentemente pela Renault (a grade do C-HR poderia estar no Captur ou no Kadjar), antecipa outros modelos da Toyota para os próximos anos.

O TAMANHO DE CADA UM

Modelo Comprimento Largura Altura Entre-eixos
Honda HR-V 4,29 m 1,77 m 1,59 m 2,61 m
Toyota C-HR 4,35 m 1,85 m 1,5 m n.d.
Nissan Gripz 4,1 m 1,89 m 1,5 m 2,58 m
Nissan Kicks 4,3 m 1,8 m 1,6 m 2,62 m

O Nissan Gripz, que estréia neste Salão de Frankfurt (e que só foi anunciado uma semana antes do evento), mostra que a marca vai mesmo investir pesado para se tornar referência em SUVs e crossovers globais, conforme CARRO ONLINE já havia adiantado ao experimentar modelos como Juke, Qashqai e X-Trail.

O protótipo da Nissan: mais longe da produção, mais perto do off-road
O protótipo, apesar de relativamente pequeno e ainda bastante cru, tem linhas semelhantes às do C-HR. Sua vocação parece ser a de um utilitário esporte mais hábil, já que apresenta boa distância livre do solo — característica que só faz sentido em veículos off-road. Não à toa, o Gripz (cujo nome remete à idéia de aderência à pista) é inspirado no Nissan 240Z, antigo esportivo de rali.

As dimensões do Gripz são intrigantes: apesar da carroceria elevada, ele tem o mesmo 1,5 m de altura do C-HR, mas é 25 cm mais curto e 4 cm mais largo (veja todas as dimensões em quadro nesta página). As portas do protótipo são do tipo canivete, abrindo para cima — algo impensável num carro de produção, e indicador de que muita coisa ainda vai mudar até esse carro chegar às ruas.

Gripz (alto), C-HR embaixo) e HR-V (detalhe): a semelhança deve aumentar ainda mais quando os dois conceitos forem despidos dos exageros
Os executivos da Nissan não usam a mesma expressão (active urban lifestyle) dos colegas de Toyota, mas dizem (mais ou menos) a mesma coisa: o Gripz dará origem a um carro pensado para atender às demandas da vida urbana nos dias úteis e ao desejo de aventura nos fins de semana. Não seria surpresa se tivesse tração integral, ao menos em algumas versões.

A Nissan propõe motorização elétrica, com bateria de íon-lítio, mas com motor a combustão acoplado para funcionar como gerador, solução semelhante à do Chevrolet Volt. Com isso haveria ganho na autonomia, mas se a proposta de passeios diferentes no uso de lazer for levada a sério, é inevitável que haja opção de motor a combustão, especialmente turbodiesel.

Segundo a Nissan, quando o Gripz virar realidade ele será um modelo totalmente inédito, e não um substituto de outro carro da marca. Vale lembra que um outro crossover Nissan é esperado como player nesse segmento: o Kicks, apresentado no Salão de São Paulo de 2014 e um pouco maior que o Gripz (cujas medidas, claro, podem mudar). Mas seria somente no Brasil e mercados similares; o carro mostrado aqui em Frankfurt é bem mais europeu que latino. 

Viagem a convite da Anfavea

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