Competidores:
Honda Civic EXR: Versão topo de linha do sedã custa R$ 83.990 e é bem equipada. Por quê? Civic e Corolla são arquirrivais há décadas. Menos atualizado, o Honda entra na briga mais equipado que o Toyota.
Toyta Corolla XEi: R$ 2.620 mais caro que a anterior, versão intermediária sai por R$ 79.990. Por quê? Em sua décima primeira geração, o Corolla ficou mais moderno, ganhou novo visual e câmbio, mas está muito caro.
Quando elaboramos um teste comparando a nova geração de um veículo com seu(s) principal(is) concorrente(s), estamos acostumados a ver a novidade subir ao primeiro lugar no pódio, e há uma lógica simples nessa história: um modelo recém-lançado tem não apenas a possibilidade de superar seu antecessor, mas também de se adiantar perante a concorrência. E, por isso, foi grande a surpresa ao ver o novo Toyota Corolla perder o seu primeiro comparativo contra o arquirrival Honda Civic, na Carro.
Alinhamos esse tira-teima por preço na casa de R$ 80.000, valor em que se enquadra a versão intermediária do Corolla, a XEi (R$ 79.990, ou R$ 2.620 mais cara em relação à geração anterior), e a topo de linha do Civic, EXR (R$ 83.990). Em comum, os sedãs oferecem sistema de entretenimento com tela tátil, navegador, entrada auxiliar e Bluetooh, ar-condicionado digital, freios ABS, controlador de velocidade, volante multifunção com borboletas, trio elétrico e câmera de ré. E enquanto o Toyota tem 5 airbags (apenas 4 no Honda) nessa versão, ele fica devendo teto solar e controle de tração, oferecidos no rival.
Embora ligeiramente menos equipado e com preço mais alto, o Corolla largou de vez a imagem de “tiozão”, como era popularmente apelidado. Além das novas dimensões, o sedã teve o visual totalmente renovado, transformando-se em um veículo com visual contemporâneo. Há, no entanto, uma série de pequenos deslizes e detalhes que tiram parte do brilho criado pelo design externo do sedã.
Enquanto no Civic, por exemplo, motorista e passageiro da dianteira são recebidos por uma cabine envolvente e com linhas fluidas, cujo visual é mais “limpo”, todo o console do Corolla fica mais distante dos ocupantes. Além do mais, embora ofereça painel de instrumentos bonito e de fácil leitura, o console central do Toyota foi desenhado com diversos ângulos e “degraus” no formato, além de empregar diversas cores e materiais diferentes.
A própria disposição dos componentes do console central do Toyota não é das mais bem organizadas: o relógio digital descentralizado, cuja posição afastada do conjunto de controles do ar-condicionado e sistema de entretenimento fazem-no parecer perdido, mesma sensação passada pelo aviso de airbag do passageiro, cujo destaque na posição onde se encontra é notável — e questionável. Precisava estar tão em evidência assim?
O sedã da Toyota ainda apresenta pequenos detalhes herdados da versão anterior, que tiram parte do prestígio de ser novidade. O desenho da grelha do câmbio automático permanece basicamente inalterado em relação ao modelo 2013, e o aplique de cromado em seu formato reflete invariavelmente a luz do sol nos olhos do condutor. As hastes para abertura do tanque de combustível e porta-malas, localizadas no assoalho ao lado esquerdo do banco do motorista, também permanecem inalteradas em relação ao modelo anterior — e a falta de acabamento cuidadoso, somadas ao design simples dessas peças, deixam a desejar para um veículo deste valor, mesmo estando basicamente escondidas no piso.
Por outro lado, é notável no novo Corolla o amplo espaço interno e até mesmo a melhor pega oferecida pelo novo volante. Ele ainda “veste” o condutor de forma menos envolvente que o Civic, mas a suspensão e direção receberam uma notável pitada de tempero para tornar o Toyota mais gostoso de dirigir. E o resultado é satisfatório, embora o Honda mantenha-se como o mais instigante de guiar. Em termos de desempenho, o Corolla apresentou uma verdadeira revolução. O tão criticado câmbio automático de 4 marchas deu lugar a uma nova caixa de marchas do tipo CVT (continuamente variável), com 7 marchas virtuais, e o resultado ficou excelente para a categoria. O novato deixou o Honda para trás nas provas de desempenho, embora tenha obtido consumo médio ligeiramente superior ao do Civic.
Na soma de pontos, o Corolla revelou boas características, como espaço interno e porta-malas, além de notável evolução em relação ao modelo anterior, especialmente quanto ao visual externo e ao novo câmbio. Todavia, o sedã da Toyota comete pequenos escorregões com relação ao acabamento interno, itens de série e preço elevado. Deixou a desejar.
Nossa Conclusão:
1º Honda Civic 2.0 EXR: 7,7
A nova geração do Honda Civic, com motor 1.5 turbo de 180 cv e outras inovações tecnológicas deverá chegar ao Brasil em 2015. Enquanto isso, a atual geração do sedã da Honda mostrou uma consistente série de boas características — embora a soma de pontuação total tenha sido mínima a seu favor. Na atual configuração, o Civic perde em desempenho, porta-malas e é ligeiramente menos espaçoso que o Toyota Corolla. Porém, no outro lado da moeda, ele entrega direção e suspensão com o melhor compromisso entre conforto e dirigibilidade, tem consumo ligeiramente inferior, é mais bem equipado quando equiparado por preço com o Toyota e ainda oferece interior mais aconchegante, bem organizado e intuitivo que o rival. Ele é o mais eclético desta dupla.
2º Toyota Corolla 2.0 XEi: 7,6
A segunda posição do Corolla em seu teste de estreia foi um choque, afinal, as expectativas para sua chegada eram altas. O sedã da Toyota melhorou muito em relação à versão anterior: motor e câmbio são muito eficientes, o desing está mais moderno, e o espaço interno agrada. No entanto, o novo preço da versão XEi colocou-o no mesmo patamar de preço do Honda Civic EXR (topo de linha), que, além do melhor consumo, dirigibilidade interior mais aconchegante, tem controle de estabilidade, teto solar elétrico. Seu custo-benefício poderia ser melhor.
Opinião de:
Leonardo Barboza: Nos quesitos qualidade e durabilidade, Honda e Toyota estão sempre lado a lado e deixam a concorrência para trás. Mas, embora eles não sejam perfeitos, é preciso conferir os detalhes para definir a escolha entre um e outro. E mesmo que o Toyota Corolla tenha evoluído muito e melhorado em alguns aspectos, como motor e câmbio (que, na minha opinião, até ficou melhor que o do Civic), eu ainda me sinto melhor a bordo do Honda. Assim, meu voto vai para o Civic.
César Tizo: A diferença mínima de pontos entre Corolla e Civic mostra como esses eternos rivais são modelos equivalentes. Ótimos carros, não é por acaso que vendem tanto. Entre os dois também opto pelo Civic, que me parece um carro mais bem resolvido. O custo-benefício do Corolla mostra-se preocupante, uma vez que deve equipamentos importantes, como o controle de estabilidade. A Toyota certamente precisará rever seu posicionamento, afinal nem só de fama vive um bom produto.