Com boa autonomia, 500e tem custo inviável

Poucas coisas são mais simpáticas no trânsito infestado de SUVs do que um Fiat 500. Especialmente se for a única unidade da versão elétrica do modelo disponível no Brasil. O 500e trazido pela Fiat para testes e exposições (incluindo o Salão do Automóvel) foi pintado no tom “laranja elétrico”, destacando ainda mais o modelo. Além da cor, rodas, apliques na carroceria e interior também são exclusivos.

O motor elétrico tem 111 cv e 20,3 mkgf. Ainda que seja 275 kg mais pesado que a versão 1.4 de entrada, o 500e surpreende: em nossos testes, ele só não foi mais rápido que a nervosa versão Abarth. A ótima aceleração faz com que o controle de tração frequentemente entre em ação, já que os pneus 185/55 não têm a aderência ideal. Assim, um composto mais “grudento” é o que falta para deixar o 500e impecável em uma condução mais apimentada, já que sua bateria com 97 células de íons de lítio fica alojada no assoalho, baixando o centro de gravidade do hatch.

Ainda que seja extremamente divertido deixar outros motoristas boquiabertos a cada saída de semáforo, conduzir o 500e de forma mais econômica é ainda melhor. Seu freio renegerativo aproveita bem a energia cinética e atua até a velocidade baixar para 8 km/h – depois disso conta-se apenas com os freios normais.

Com isso a autonomia ultrapassa facilmente os 160 km divulgados pela fábrica, permitindo seu uso sem recarga por dois ou três dias.

Deixar a bateria ficar abaixo dos 20%, porém, é mau negócio: nessa circunstância o tempo de recarga ultrapassa 20 horas. A contrapartida é que o sistema embutido no 500e permite uma recarga rápida de 4 horas em uma fonte de 240V, disponível em alguns shoppings de São Paulo. O tempo de um jantar e uma sessão de cinema já é suficiente para “encher o tanque”.

A Fiat estima que o gasto para recarregar a bateria do 500e é de R$ 8,10. O que não entra na conta são os R$ 110.000 do carro nos EUA, único lugar onde ele é vendido. Aqui, ele custaria o dobro disso, o que não é nada simpático.