Dias desses eu estava na estrada, ultrapassando e sendo ultrapassada pelo novo Honda Civic. Pude apreciar o seu belo desenho, incluindo o da traseira, que costuma ser o ponto fraco dos designers: em geral, o resultado costuma não ser tão bom quanto o da dianteira! 

Como tinha acabado de entregar o “meu” Honda Civic, no qual rodei durante muitos dias, acompanhei por um bom tempo o modelo da estrada, bem pilotado por um condutor bastante arrojado. Com certeza está mudando o perfil do consumidor desse modelo, antes reservado a pessoas, digamos assim, mais conservadoras. 

Acabei rodando com o Civic em duas etapas. Na primeira, eu estava em pleno Salão do Automóvel de São Paulo, em novembro. Aquele caos de trânsito, inúmeras caixas e objetos para transportar (tivemos estande lá) e tudo transcorreu em paz. O carro é bem espaçoso, confortável e me surpreendeu. Parecia que ele até compreendia o meu desejo: “Por favor, estou cansada e gostaria de rodar com o menor estresse possível”. Pois bem, foi assim que aconteceu. Câmbio CVT automático com sete marchas, que muitos jornalistas criticaram, mas que eu, sinceramente, achei excelente. Aprovado na cidade!

Design da nova geração do Civic me surpreendeu pela beleza

O sistema de conectividade também mereceu respeito, com o celular espelhado no visor do painel. Uma facilidade para quem estava no meio daquela confusão, que são os dias de salão. O meu trabalho acabava sendo adiantado, ao utilizar o viva-voz nas ligações, sem ter que tirar um dedinho do volante ou atrapalhar a minha atenção à frente. 

Mas gostaria de destacar algo que realmente chamou atenção: o sistema Honda LaneWatch. Trata-se de uma câmera no espelho retrovisor direito que, ao ligar a luz de sinalização para alertar a mudança de faixa ou para avisar que se vai entrar em uma rua a seguir, o espelho transmite a imagem da câmera no retrovisor, mostrando os pontos cegos no sistema multimídia. Ou seja, o próprio espelho torna-se um visor que exibe toda a lateral do carro. Precisa ser muito distraído não perceber que um outro carro, motoboy ou ciclista estão se aproximando. Parece que isso só existe no Honda Accord. Realmente, eu nunca tinha visto!

Desenho ao estilo fastback da carroceria é charme do sedã japonês

Da segunda vez que fiquei com o carro, foi para rodar na estrada. Novamente, fui surpreendida pelo desempenho e pelo baixo consumo. Trata-se de um motor 1.5 turbo com 173 cv de potência, com relação custo-benefício bem honesta! O Civic fez quase 16 km/litro na estrada, na sua única versão a gasolina (ele ainda não tem motor movido a etanol). Muito estável, com suspensão bem ajustada para um sedã. Consegui me divertir e, ao mesmo tempo, me sentir segura e confortável. 

As pessoas falam sobre o seu preço, que não é barato. Esta versão Touring que avaliei custa R$ 126.190 (com a pintura perolizada) e tem três anos de garantia. Também se comenta por aí que com esse valor dá para comprar uma marca alemã, o que não é verdade. Veja o Audi A3 sedã, que com os equipamentos semelhantes ao do Civic passa a custar R$ 146.000. Idem para o Mercedes-Benz Classe C, que com a lista de equipamentos custaria R$ 155.900. 

Dia chuvoso em São Paulo não prejudicou meu prazer ao guiar o Civic

Já no ano retrasado, ao participar de duas reuniões, uma na Audi e outra na BMW, vi que as duas marcas tinham contratado profissionais vindos da Honda e da Toyota, justamente para tentar conquistar os fiéis consumidores das marcas japonesas. Mas, ao que parece, são as marcas alemãs precisam tomar cuidado. Vamos dizer que a manutenção do Civic costuma ser mais barata que a dos concorrentes mais badalados e que os modelos Honda têm um dos melhores valores de revenda do mercado. 

Agora quero rodar com a versão Sport com motor 2.0 e câmbio manual. Em breve contarei também essa história

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