Espaço interno avantajado e porta-malas de 490 litros pode atrair clientes de sedãs compactos

O Citroën Basalt chegou ao mercado brasileiro para complementar os carros C-Cubed, que utilizam a mesma plataforma CMP e são complementares, visto que o C3 hatch é o modelo de entrada, o Basalt um SUV cupê intermediário e o C3 Aircross um crossover topo de gama. Os três compartilham interiores semelhantes e motorização, só que cada um busca atrair públicos diferentes. O Basalt tem os preços competitivos entre R$ 89.990 e R$ 107.390, além de contar com um espaço interno avantajado e porta-malas de 490 litro para atrair clientes de sedãs compactos ou de quem precisa de muito espaço para o dia a dia, por exemplo, motoristas de aplicativos e taxistas. Um ponto que deixa a desejar é sem dúvida o acabamento todo trabalhado no plástico duro.

No asfalto e na terra

Durante o lançamento do Citroën Basalt saímos da capital paulista a bordo da versão Shine rumo ao interior do estado, precisamente Itu, um trecho de 128 km ida e volta. Portanto, foi possível testar o SUV cupê em ação, ou seja, exatamente como um cliente vai usar esse veículo. Estrada, cidade com trânsito e até trecho com chão batido.

Na cidade, o primeiro ponto que é possível perceber é a suspensão de longo curso, semelhante aos C3 e C3 Aircross. Gera conforto e, também, lembra os modelos da Fiat, outra marca da Stellantis. No chão batido até que vai, só não ande com o Basalt em estradas de terra molhadas pois não foi feito para isso, embora tenha um bom ângulo de ataque de 21º e 28º de saída, o que também é bom para as valetas das ruas de grandes metrópoles como São Paulo.

Já na estrada, é possível viajar confortável. Claro, quatro pessoas, uma quinta vão um pouco aperta. Ademais, o entre-eixos é de 2,64 metros, o que é um bom espaço para esticar as pernas. Mesmo com 1,58 metros de altura uma pessoa alta não vai bater a cabeça no teto como acontece com o Fiat Fastback, outro SUV cupê da Stellantis. No tamanho ainda são 490 litros de porta-malas, o que é mais do que o suficiente, 4,34 metros de comprimento e 2,01 metros de largura, o que o torna prático na hora de manobras. Inclusive, a câmera de ré, que não tem uma resolução HD, visto que o crossover busca o custo-benefício, é melhor do Peugeot 208, por exemplo, só não espere um padrão de qualidade dos modelos chineses.

O motorista, que está em uma posição elevada, não vai poder ajustar o cinto de segurança, o que é péssimo para os mais baixinhos e, também, mais altos. Em contrapartida, a versão topo linha conta com ar-condicionado digital, ao contrário das outras que conta com sistema convencional de ar-condicionado.

Agora, em relação ao desempenho, o motor T200 1.0 turbo, já presente em oito modelos da Stellantis, entrega 130 cv com torque de 200 Nm de torque, o que é suficiente para ter uma boa perfomance, mesmo que a transmissão do tipo CVT segure um pouco nas retomadas. Ponto fraco, já esperado, fica para o isolamento acústico. Lembrando, o foco nesse caso não é esportividade, mas sim alinhar potência e economia, o que ele consegue. Durante o teste conseguimos fazer 14,8 km/l com gasolina combinado (conforme o computador de bordo). Já o Inmetro divulga 8,3 km/l na cidade e 9,6 km/l na estrada com etanol e 11,9 km/l no trecho urbano e 13,7 km/l no trecho rodoviário com gasolina.

Acabamento é o ponto fraco

Se o espaço interno, a capacidade do porta-malas, o preço e a mecânica são pontos de destaque, o acabamento interno do Citroën Basalt é pobre, uma vez que só há plástico duro. Não tem um acabamento soft touch (aliás nenhum dos novos C3 tem) o que afugentará clientes que buscam um acabamento mais refinado. De consolação, a marca oferece de série painel de instrumentos digital com bom grafismo e, também, multimídia de 10 polegadas com conexão com Android Auto e Apple CarPlay, que funciona bem e já é conhecida, pois está no C3 e C3 Aircross. No entanto, ela funciona com sistema Android e não é uma conexão nativa como nos Fiat e Jeep (Uconnect) de forma que a conectividade com sistemas do carro é bem simplificada.

Também não há nenhum sistema de auxílio a condução semiautonoma e o carregador de smartphone por indução é apenas opcional. Os faróis são halógenos, só que os DRL são de LED e há rodas de liga-leve nas versões mais caras.

Teria?

Bom, essa pergunta é feita por todo mundo. Para respondê-la é preciso entender que o Citroën Basalt não foi pensado para um cliente que busca um produto mais sofisticado, uma vez que ele pode procurar essa sofisticação em outros modelos das marcas da Stellantis ou em outras rivais. Agora, se a pessoa que for comprá-lo busca um veículo com um bom custo-benefício, uma vez que diferente dos Citroën do passado, esse promete uma mecânica mais confiável e robusta, multimídia que funciona de maneira simples, conectando rapidamente o smartfone e, é claro, espaço interno para os passageiros e bagagem, certamente o Basalt irá atender. Alie esses fatores, e também será um bom modelo para quem roda como motorista de aplicativo ou táxi.

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