SUV tem motor de 292 cv, pode rodar até 443 km, só que faltam alguns equipamentos para um preço de R$ 440,1 mil

Depois do fim do Bolt e Bolt EUV, a Chevrolet recomeçou uma nova família de modelos elétricos com duas correntes distintas. Ano passado lançou o Blazer EV e também Equinox EV, versões elétricas produzidas no México para o mercado norteamericano e depois terá os modelos chineses da Baojun e Wuling da China. Não é um mercado fácil pois além de dominado pelos chineses como a BYD e alguns modelos premium, há pouco espaço para crescer. Fruto dessa ofensiva a GM vende no Brasil o Equinox EV desde o ano passado. O SUV da GM é tecnológico, tem motor de 292 cv, autonomia para rodar até 443 km, traz tela enorme como os orientais, só que o preço pode atrapalhar a popularização da marca no mundo dos elétricos e, também, a conquistar os clientes, uma vez que faltam alguns equipamentos, além de ter rivais de luxo mais baratos. Veja avaliação da Revista Carro.

Avaliação

Ao longo de uma semana rodamos com o Chevrolet Equinox EV pelas ruas e estradas de São Paulo. Com uma boa autonomia, aliada com o sistema do Google, assim como acontece nos carros da Volvo, é possível viajar sem ansiedade para carregar bateria. Funciona assim: o Google Maps, já instalado na grande central multimídia, indica onde tem eletropostos funcionando e sem carga rápida, média ou lenta. Além disso, ao traçar uma rota o sistema mostra com quantos porcento de bateria você chegará ao destino, por exemplo, imagine que o Equinox EV esteja com 87% de bateria e você precise ir até o centro da cidade, ao colocar o destino final no mapa ele vai dizer que você chegará com 80%, tirando assim aquela ansiedade ou até medo de ficar sem carga no meio do caminho.

Isto posto, vamos aos números, o SUV tem bateria de 85 kWH, que permite rodar até 443 km pelo Inmetro. Em uma tomada rápida de até 150 kW, é possível sair do zero até chegar aos 80% em apenas 48 minutos. A GM ainda oferece 8 anos de garantia ou 160 mil km, o que ocorrer primeiro. Portanto, é muita autonomia para fazer viagens tranquilas para o interior de São Paulo, praias, enfim. O rodar é basicamente semelhante ao de um veículo a condução.

Rodando com Equinox

Falando em rodar com carro, o Chevrolet Equinox EV tem suspensão típica de carro norte-americano, macia na medida correta, sendo diferente dos chineses, que tem um rolar mais mole, o que não é legal para as nossas ruas.

Ademais, são dois motores elétricos, um em cada eixo, que entregam 292 cv com 46 kgfm de torque, o que é muito para o dia a dia, visto que o modelo faz de zero a 100 km/h em apenas 5,8 segundos com retomadas de 80 km/h a 120 km/h em 4,8 segundos. Inclusive, leitor, se você quiser saber tudo sobre a parte técnica do Chevrolet Equinox EV a Revista O Mecânico fez um Raio X especial com um professor do SENAI explicando a tecnologia deste crossover.

Caso o motorista queira economizar a bateria ainda o SUV ainda tem a função one-pedal permite dirigir apenas com pé no acelerador, quando você tira o pé dele o carro faz a frenagem e já carrega a bateria do veículo. Essa função deixa o crossover para o trânsito das grandes cidades.

Dimensão e equipamentos

No tamanho o Chevrolet Equinox EV mede 4,84 metros de comprimento, 1,94 metro de largura, 1,64 metro de altura e 2,95 metros de entre-eixos. O porta-malas tem a capacidade de 441 litros. Portanto, o modelo tem um bom espaço para esticar as penas para quem vai sentado no banco traseiro, assim como um bom espaço para colocar bagagens.

Em relação aos equipamentos, o SUV elétrico conta com um um amplo painel digital e uma multimídia de 17,7 polegadas com conexão com smartphones, OnStar, outros veículos elétricos e My Chevrolet App, teto solar panorâmico, rodas de 19 polegadas, sistema de condução semiautônomos, como controle de cruzeiro adaptativo, frenagem automática, além de banco do motorista com regulagem elétrica, aquecimento dos bancos e volante, entradas USB-C na dianteira e traseira, entre outros.

Só que para um carro na casa dos R$ 400 mil faltam alguns itens como carregador de smartphone por indução, ajuste elétrico no banco do passageiro, ar-condicionado de duas zonas, por exemplo.

Preço atrapalha

Certamente, o preço de R$ 440.190 do Chevrolet Equinox EV atrapalha a popularização do modelo, que não é um veículo premium, mas tem valor superior aos modelos de luxo, fazendo que o cliente escolha os rivais. Embora, o crossover, que utiliza a plataforma Ultium, seja moderno e avançado, com uma boa tecnologia, tenha uma autonomia que permite ir longe sem nenhum empecilho, motor com potência na casa dos 290 cv, bom espaço interno, faltam equipamentos, que são encontrados em modelos premium por um preço menos salgado.

Antes de chegar aos luxuosos, o cliente pode optar pelo chinês BYD Yuan Plus, que é vendido por R$ 235.800. Também um SUV elétrico, só que tem 204 cv, 294 km de autonomia e não tem o sistema da Google. Neste caso, a escolha será puramente preço e, também, pela popularidade dos carros elétricos chineses.

Agora, se o cliente quer ter o sistema da Google, acabamento refinado, potência de 408 cv, autonomia de 393 km, que é próximo dos 400 km, tem o Volvo EX40 como opção, custando R$ 329.950, certamente, será a melhor escolha. Por fim, há o BMW iX1 com preço de R$ 362.950, potência de 204 cv e autonomia de até 332 km, sem falar do ótimo acabamento que o modelo alemão terá, além de ser bem equipado.

Fatos relevantes

Claro, para tentar se popularizar no segmento de elétricos a Chevrolet prepara uma nova ofensiva. Para isso, a GM venderá o Spark EV, que é fruto da marca Baojun, uma joint-venture entre os norte-americanos e a chinesa SAIC-Motor. Esse modelo será um novo veículo elétrico de entrada da montadora no Brasil. Outra novidade, fruto dessa parceria, será o Wuling Starlight S, que ganhará o nome de Captiva EV.

Certamente, ao se aliar com os chineses da marca da gravatinha dourada venderá modelos elétricos mais baratos que o Equinox EV e do que o Blazer EV, hoje oferecido por R$ 503.109. Com isso, a Chevrolet deve ganhar popularidade e aumentar o volume de vendas no segmento de elétricos, incomodando as chinesas BYD e GWM, que já estão estabelecidas no Brasil.

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