Sedã traz mais potência que o rival, é amistoso no dia a dia mas poderia ser mais equipado
Texto e Fotos: Marcos Camargo Jr.
O BYD foi o coringa dos sedãs médios em 2024. Mais barato que o Honda Civic ou Accord, mais evoluído que um Corolla Hybrid por ser plugin e mais barato que todos eles, o sedã BYD agora passou por um novo teste de rodagem. Em uma viagem entre São Paulo e Minas Gerais testamos todos os atributos do sedã que ultrapassou a Toyota no segmento dos híbridos vendendo 1.950 unidades no último mês do ano.
Um dos principais atrativos do BYD King é a sua eficiência que possibilita uma autonomia de até 1.200 km com o tanque cheio e a bateria carregada. E desta vez fizemos uma avaliação com o carro recarregado e descarregado para saber o veredito. No entanto, o modelo não inclui os sistemas de condução semiautônoma presentes em seu principal concorrente, o Toyota Corolla o que é um ponto negativo.
Ficha técnica do BYD King
Com visual já conhecido o BYD King ostenta espaço maior do que parece ter. São 4,78 m de comprimento, 1,84 m de largura e 1,49 m de altura além de entre-eixos de 2,71m. É suficiente para a proposta mas poderia ser um pouco mais largo e a posição de dirigir um pouco mais baixa.
Seu motor combina o 1.5 quatro cilindros de 110cv com motor elétrico de 197cv que resulta em 235 cv de potência combinada e adota adota bateria de 18,3 kWh (nominal) e tem recarga AC de até 6,6 kW.
O BYD King oferece dois modos principais no console central: EV e HEV. O modo EV utiliza exclusivamente o motor elétrico, ideal para o ambiente urbano, com uma autonomia de até 100 km sem consumir gasolina (há uma outra versão, a GL com autonomia menor de 71km). Já o modo HEV combina o motor a combustão com o elétrico, especialmente útil em alta velocidade, onde ambos os motores trabalham em conjunto.
No trecho de estrada saindo de São Paulo com 100% da bateria em ciclo híbrido chegamos a Minas Gerais no centro do estado com 25% de bateria onde o computador de bordo registrou 23,8 km/l de consumo. Mas, no trecho restante, o consumo aferido com a bateria descarregada foi de 19,9 km/l. Ainda que o percentual seja considerável, o consumo não é nada ruim, pelo contrário.
Na cidade especialmente no interior mineiro não havia um wallbox disponível mas fizemos as recargas para o uso urbano em um carregador portátil, que pode ser conectado em tomadas de 110V e 220V. O problema é que o cabo da BYD exige que além da tomada precisar estar aterrada corretamente (algo ainda mais raro do que achar um Wallbox), o tempo de recarga chega a 10h. É possível recarregar mas exige tempo. Em 220V o tempo de recarga vai para 6h30.
Na prática, bastava recarregar o carro toda a noite, tendo um alcance de até 115 km sem usar gasolina o que é mais que o suficiente para o uso urbano. Neste período o motor elétrico de 197 cv sem necessidade de acionar o 1.5 dá conta do recado.
Conforto e Estabilidade
O BYD King se destaca pelo conforto esperado para um sedã médio com baixo nível de ruído e a estabilidade que é típica de um carro desta categoria. Para uma proposta familiar oferece um porta-malas de 450 litros bem adequado.
Tecnologia e Recursos
Equipado com a tecnologia DM-i, o BYD King oferece uma autonomia superior a 1.200 km e um consumo de aproximadamente 25,6 km/l. O sedã caracteriza pela boa transição entre os motores a combustão e elétricos. É importante lembrar que recarregar as baterias rendem autonomia e também a economia de combustível esperados.
O interior conta com uma tela giratória de 12,8 polegadas compatível com smartphones Apple e Android com conjuntos de câmeras e comando de voz e um painel de instrumentos de 8,8 polegadas, que permite ajustes de várias funcionalidades do veículo.
No entanto, o King derrapa feio ao não oferecer controle de cruzeiros adaptativo e os itens esperados do pacote ADAS. Para ser competitivo talvez, a BYD resolveu retirar estes itens que são oferecidos em outros mercados diga-se de passagem. Ainda assim o King tem seis airbags – frontais, laterais e cortina –, frenagem inteligente, controle eletrônico de estabilidade e tração.
A versão testada do King foi s GS que custa R$ 187.800 e oferece o motor 1.5 combinado com motor de 197cv e uma bateria maior além de acrescentar ajustes elétricos no banco do passageiro, função bidirecional para carregar outros dispositivos, ar-condicionado de duas zonas e sistema de som com oito alto-falantes.
No universo dos híbridos plugin o King se destaca pelo custo benefício. Poderia ter teto solar e pacote Adas mas pelo preço oferecido e pela potência superior ao dos concorrentes sem chegar perto dos R$ 200 mil, preço do Corolla, a BYD se posiciona com boa entrega e itens de série pelo valor cobrado pelo sedã médio.