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Veículo 100% limpo chega com valor sugerido de R$ 149.800 e tem mais de 150 unidades vendidas em menos de 24h

Se pudéssemos dizer que a semana “B” da BYD foi essa, a última de junho, seria algo natural de se falar, pelo menos aqui no Brasil, momento em que a fabricante anunciou a chegada do seu quinto elemento, o Dolphin, e que confirmou a aquisição da fábrica da Ford, em Camaçari, Bahia. Antes de chegar ao Brasil e de anunciar o BYD Dolphin no Brasil por um valor sugerido agressivo de R$ 149.800, Stella Li, CEO da BYD Américas e Vice-Presidente Executiva da companhia, teve uma agenda intensa. Conversou com os principais jornais do país, concedeu entrevistas para redes de TV e cuidou de perto de todo o evento de lançamento do Dolphin. Ela é uma executiva multiplataforma, que nasceu com a BYD e que alcançou notoriedade e ascensão no mundo.

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Voltando para o anúncio da fábrica baiana, a planta contará com três linhas de produção: uma para automóveis elétricos, outra para pesados e uma terceira para baterias. A ideia é que ela abasteça o mercado interno e externo, transformando o Brasil em um dos principais celeiros do mundo eletrificado.

BYD Dolphin chega ao Brasil por R$ 149.800

Enquanto a fábrica não começa a operar, a BYD importa e revende automóveis no Brasil e América Latina. O Dolphin, por exemplo, será comercializado também em países como México, Chile, Colômbia, Uruguai, Bolívia, Peru, Paraguai, Equador, entre outros.

Por aqui, o veículo concorre com modelos elétricos e ao mesmo tempo, com os movidos a gasolina, mas com uma diferença: a de oferecer preço de entrada para um carro que atua na categoria média. Os elétricos compactos, por exemplo, JAC E-JS1 (R$ 145.900) e Renault Kwid E-Tech (R$ 146.990) oferecem autonomia menor e espaço interno inferior. Já os maiores Renault Zoe (R$ 239.990) e Nissan Leaf (R$ 293.790) apresentam um valor mais “salgado”.

BYD Dolphin tem entre eixos de carro grande, 2,70 m

BYD Dolphin tem entre eixos de carro grande, 2,70 m

Com 2,7 metros de entre eixos, o Dolphin oferece um excelente espaço interno que é favorecido pelo assoalho plano (sem o duto do escapamento ou da transmissão) e pela ausência de um enorme motor na parte dianteira. A área envidraçada também prevalece a visibilidade, assim como as informações de condução, disponíveis na tela sensível ao toque de 12,8″, com rotação elétrica para posição vertical e horizontal, e com a câmera panorâmica, que oferece um ajuste fino do motorista na hora das manobras mais delicadas.

O convite para entrar no carro já vem com ele estacionado. O Dolphin permite que por meio de um aplicativo o motorista possa abrir ou trancar o automóvel pelo celular, mesmo que o proprietário esteja até fora do país. Outros recursos possíveis estão na programação do ar-condicionado e na verificação do nível da bateria. Outro sistema oferecido é um videogame e um karaokê, que funciona inclusive com canções brasileiras.

Botão de partida do Dolphin

Botão de partida do BYD Dolphin fica no console central

 

O “Start” que faltava. Se os elétricos estão chegando, os alquimistas já vieram bem antes, basta olhar para atrás e perceber que a eletrificação já estava muito perto de acontecer. Nos quatro primeiros meses deste ano, foram emplacados quase 20 mil leves eletrificados, um aumento de 51% sobre o mesmo período do ano passado. Os números comprovam o rápido crescimento do segmento.

Segundo um levantamento realizado pela McKinsey & Company, em 2040, deverá circular, no Brasil, 11 milhões de automóveis movidos à bateria elétrica. O volume representa 55% das vendas de novos, 20% de toda capacidade industrial instalada. O “start” está aí, basta sentar-se, pisar no freio e acionar um botão no console, semelhante ao dos irmãos, e começar a dirigir. Por conta da segurança, o Dolphin emite um ruído em baixas velocidades que só é anulado quando a velocidade aumenta. Muito incômodo aos tímpanos no início, mas algo que acaba acostumando-se no decorrer de um percurso.

O volante, progressivo e com respostas bem rápidas, dá o tom de agilidade nos grandes centros. Os comandos ficam próximos aos dedos. A suspensão é firme e o balanço é quase zero, pois apesar de compacto, o carro pesa 1.405 kg. A fonte do movimento é a moderna bateria Blade de 44.9 kWh. Um modelo de lítio-ferro-fosfato (LiFePO4) que usa configuração em forma de lâmina, permitindo uma melhor distribuição do calor gerado durante o uso e ajuda na dissipação térmica. Carregado totalmente, o BYD Dolphin EV roda 291 quilômetros e, segundo dados do Inmetro, é o veículo com melhor eficiência energética disponível no Brasil, ou seja, ele é o que melhor aproveita a capacidade da bateria com 0,42 MJ/km. Essa bateria pode ser recarregada de forma simples. Com um adaptador é possível em tomadas residenciais. Já nos carregadores de alta potência que estão em shoppings, postos, estacionamentos e muitas residências, a bateria do Dolphin pode ir de vinte a oitenta por cento em apenas 25 minutos.

Interior BYD Dolphin

Informações ao alcance e volante com respostas rápidas são os diferenciais do modelo que anda bem na cidade

 

Estima-se que para recarregar a bateria por completo em uma tomada de casa são necessárias 8h. O valor gasto, levando em consideração a distribuidora e os impostos de cada região, é em média de R$ 45. Ou seja, um tanque cheio com autonomia de quase 300 quilômetros por um preço bem mais baixo. Quando o assunto é desempenho, o BYD Dolphin marca de 0 a 100 km/h em 10,9 segundos e atinge uma velocidade máxima de 150 km/h. Três modos de condução podem ser selecionados: Sport, ECO e Snowfield.

Amigo perfeito para acampar

O Dolphin também pode ser transformado em uma fonte de energia. Com o sistema VtoL (Vehicle to Load), com o uso de um adaptador, o automóvel se transforma numa fonte de energia. Com isso, é possível conectar equipamentos externos como cafeteira, laptop, pipoqueira e até uma luminária.

Cores e garantia

O BYD Dolphin EV chega nas cores Cinza (Grey), Rosa (Afterglow Pink) e Amarelo (Cheese Yellow). A garantia é de cinco anos ou 200 mil quilômetros rodados. A bateria tem garantia de oito anos ou 200 mil quilômetros percorridos.

Conclusão

Será que a coqueluche está chegando à classe média? Talvez. Afinal, andar de carro elétrico há um ano era exclusividade dos ricos. O preço que se pagava para rodar não valia tanto a pena, mas o que importava era mostrar para o vizinho que havia ali um cidadão amigo do meio ambiente. Com o tempo, empresas começaram a considerar e aderiram a causa. Hoje, é possível dizer que a exclusividade limpa chegou a maior classe do país, a “B”, aquela que trabalha muito para consumir. O próximo passo seria um elétrico popular? Não, ainda não. Se você precisa de um carro para cidade e que te ofereça agilidade e praticidade, o Dolphin é uma boa opção. Ele é uma excelente opção para ruas. Agora se você usa estradas com velocidade média de 120 km/h (permitida), o modelo talvez deixe a desejar, pois tem boa arrancada e fraco desempenho em retomadas e na velocidade final (máxima de 160 km/h). O acabamento é bom e o espaço interno é farto. Tudo que a família brasileira precisa para o dia a dia. Um dia após o seu lançamento, o BYD Dolphin mostrou que chegou com força ao mercado e superou todas as expectativas do consumidor brasileiro. Considerando o momento do anúncio de preço até as 18h de ontem, o modelo conseguiu a expressiva marca de um modelo vendido a cada dois minutos e meio, ou seja, a impressionante marca de 146 unidades já vendidas pela rede de concessionárias da marca por todo o Brasil.

Texto: Rodrigo Samy

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