Sempre que pego carona em um carro vazio, prefiro me acomodar no banco dianteiro, pois não acho gentil agir como se estivesse em um táxi. Mas abri uma exceção quando aproveitei que o editor de testes Leonardo Barboza iria para um local próximo ao meu destino e tive meus quinze minutos “de patrão” a bordo do BMW 750Li.
No banco (ou poltrona) traseiro direito há espaço de sobra para praticamente qualquer adulto, mas, por meio de um botão, você pode recolher o banco dianteiro e obter uma área útil digna da classe executiva de um avião.
Após ficar perfeitamente confortável, você pode acompanhar o GPS, controlar a iluminação interna, o ar-condicionado (com direito a perfume), a regulagem e a massagem do banco e o sistema multimídia com telas individuais traseiras. Tudo isso é feito por um tablet exclusivo que fica encaixado em um suporte no console.
Não que se assumir o posto do motorista seja ruim. Seu V8 biturbo gera 450 cv e 66,3 mkgf, mais do que suficientes para levar o sedã de 5,24 m aos 100 km/h em meros 4s96. A direção com assistência variável e a suspensão pneumática ajustável quebram preconceitos ao dar agilidade de hatch médio ao sedã com jeitão de barco.
A referência náutica, aliás, vai além da enorme carroceria 14 cm mais longa desta versão que a do Série 7 convencional. Mesmo com diversos sistemas auxiliares (incluindo as rodas traseiras que esterçam), é uma boa ideia promover seu carona a prático quando for manobrar o 750Li em lugares apertados.
Nessas horas, o inovador sistema de estacionamento semiautônomo, que permite ao motorista controlar a manobra do lado de fora do carro, seria útil. Limitações na legislação ainda não permitem tal equipamento no Brasil, mas ao menos há a inovadora chave com tela LCD que controla o sistema equipa o pacote único do 750Li. O maior destaque da longa lista de itens do Série 7 no Brasil é, de longe, o Executive Lounge. Ele é exclusivo da versão alongada e remove o banco traseiro inteiriço para criar dois reguláveis, sendo que o direito conta com o já citado sistema de rebatimento do banco dianteiro. Teto solar que simula um céu estrelado, sistema de áudio de cinema e geladeira removível são outros mimos.
Tudo isso condiz com os R$ 719.990 pedidos pela BMW por seu maior e mais luxuoso modelo no Brasil. E o preço é até uma “pechincha” se lembrarmos que o recém-lançado Mercedes-Maybach S 500 (que oferece nível de requinte e conforto similares) custa mais de R$ 1,2 milhão. Para os 50 clientes que a BMW espera ter por ano, deve ser um ótimo negócio.