O segmento de picapes está aquecido no Brasil, com a chegada das atualizações da Toyota Hilux, Chevrolet S10 (em breve), além das estreantes Renault Duster Oroch e Fiat Toro. De olho nesse movimento, a Ford tratou de renovar a Ranger e recheá-la de equipamentos tecnológicos para tentar se sobressair em relação à concorrência mais acirrada.

O motor flex é 2.5 de 173 cv

Além de tecnologia, a linha 2017 da Ranger traz mudanças visuais externas e internas. Por fora, a dianteira exibe nova grande frontal com desenho hexagonal, abandonando o estilo retargular. Os novos faróis têm estão mais afilados e pontiaguos, ou seja, mais modernos que os antigos quadriculados. O para-choque também traz novo desenho, com os faróis de neblina reposicionados. O capô também foi renovado, e agora possui uma elevação central que tenta passar mais imponência. 

A grande aposta da Ford para a sua picape são os equipamentos, já que na configuração mais cara, a Limited, ela conta com: sete airbags, controle de estabilidade e de tração, assistente de partidas em rampa, controlador de velocidade em descidas, assistente de frenagem de emergência, sensores crespuscular, de chuva, e de manobras (dianteiro e traseiro), câmera de ré e bancos de couro com ajustes elétricos. Além disso, a versão Limited traz piloto automático adaptativo, farol alto automático, assistente de manutenção à faixa e alerta de colisão frontal, que são inéditos no segmento.

A traseira recebeu poucas mudanças

Internamente, o acabamento da versão Limited é bom, mesmo abusando do plástico rígido. Aparência e toque agradam. A disposição dos botões ficou mais funcional na linha 2017, deixando tudo ao alcance do motorista. A posição da tela do kit multimídia também favorece a interação com o motorista, evitando distrações prolongadas.

O grande destaque do habitáculo da Ranger, contudo é o novo sistema multimídia, que utiliza o Ford Sync 2 e ficou mais intuitivo, oferecendo diversas funções de navegação para o motorista. O painel parcialmente digital também deve ser destacado, já que é um diferencial no segmento.

ACELERANDO A NOVA RANGER FLEX
A Ford realizou o lançamento da Ranger 2017 na cidade de Puerto Iguazu, na Argentina, onde CARRO ONLINE testou o modelo 2.5 flex de 173 cv, acoplado à caixa manual de cinco velocidades, na versão Limited. Esta configuração topo de linha com motor flex e manual não fará parte do portfólio regular da Ranger no Brasil. Os clientes interessados nela deverão encomendá-la na concessionária, o que pode render uma espera de até quatro meses para o modelo chegar.

No Brasil, a versão flex será oferecida apenas nas configurações XLS e XLT, que não têm o mesmo nível de acabamento e itens de série que a Limited. Por exemplo, o pacote de condução autônoma não existirá nas versões flex brasileiras, mas o nível de equipamentos continuará agradável, já que, de série, todas as Ranger vêm com sete airbags, controle de estabilidade e de tração, assistente de partida em rampa e controlador de velocidade em descidas, além do painel parcialmente digital e central multimídia Sync.  

Por aqui, a versão Limited será exclusivamente equipada com o propulsor 3.2 turbodiesel de 200 cv, conforme você já viu a avaliação aqui no CARRO ONLINE. Inclusive, é esta versão que ilustra a galeria incorporada no início desta reportagem.

De volta à avaliação do motor 2.5 flex, seus 173 cv entregam boa aceleração nas saídas, mas deixam um pouco a desejar em velocidades mais altas, principalmente em ultrapassagens na rodovia. Nesta situação, o torque de 25 kgfm em quinta marcha (ou seja, numa faixa menor de rotação), não bastam para ter a agilidade necessária para realizar a manobra, obrigado o motorista a trabalhar mais com o câmbio entre a quarta e até a terceira marcha (dependendo da necessidade) para obter mais segurança ao ultrapassar.  

O isolamento acústico da cabine também poderia ser melhor, já que nesses casos os ocupantes são bastante afetados pelos ruídos externos.

A nova direção elétrica da picape mostra que chegou em boa hora, deixando a condução mais leve e prazerosa. A suspensão vence facilmente qualquer tipo de buraco, valeta e lombada que apareça no caminho, mas a sensação de “pula-pula” na cabine ainda é bem sensível aos ocupantes.

O acabamento interno é bom, mas poderia ser melhor

O câmbio não é dos mais leves, o que é característico de picapes maiores. Ele é robusto e requer força do motorista para realizar as trocas, o que prejudica sua precisão nos engates. 

O novo sistema multimídia ficou mais intuitivo

No geral, a Ford Ranger Limited Flex 2.5 agrada pelo visual, acabamento interno e itens de série, mas o desempenho deixa a desejar em algumas situações. 

EXPECTATIVA DE VENDAS
A Ford evita cravar números de vendas para a nova Ranger 2017, mas Oswaldo Ramos, diretor de marketing da Ford, comentou rapidamente como ficará o mix de vendas do utilitário no Brasil: “acredito que será algo bem próximo de 80% diesel e 20% flex, já que atualmente o volume da flex fica um pouco abaixo dos 30%. Com a chegada da linha 2017, o volume da diesel deve crescer ainda mais”.

O volante multifuncional facilita a vida do motorista

Mesmo não falando sobre números, a expectativa da Ford é melhorar o volume de vendas e, quem sabe, se aproximar da briga pela liderança, já que em 2015 a Ranger vendeu apenas 16.880 unidades, enquanto a líder do segmento, S10, vendeu 33.330 unidades e a segunda colocada, Hillux, vendeu 32.900 unidades.

As pré-vendas da nova Ford Ranger começam em abril e as primeiras unidades chegarão as concessionárias em maio.

CONFIRA OS PREÇOS E VERSÕES DA RANGER 2017:

Ranger XLS Flex 2.5 MT 4×2 – R$ 99,5 mil

Ranger XLT Flex 2.5 MT 4×2 – 109,5 mil

Ranger Limited Flex 2.5 MT 4×2 – 118,9 mil (apenas sob encomenda)

Ranger XLS Diesel 2.2 4×4 MT – 129,9 mil

Ranger XLS Diesel 2.2 4×4 AT – 142,9 mil

Ranger XLT Diesel 3.2 4×4 AT – 166,9 mil

Ranger Limited Diesel 3.2 4×4 AT – 179,9 mil

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