Marca sueca aposta na oferta de mais itens de série desde a versão básica para enfrentar os rivais Q3, X1 e GLA
A linha 2020 do Volvo XC40 trouxe mudanças no pacote de equipamentos e versões, além de uma inédita opção híbrida. O objetivo da Volvo é claro: manter seu representante competitivo em um cenário onde os concorrentes ganharam atualizações recentes (como a nova geração do Audi Q3 e a reestilização do BMW X1) ou estão em vias de receber mudanças (Mercedes-Benz GLA).
Para isso, a marca sueca optou por fazer um “downgrade” na potência do motor em troca da oferta de mais itens de série. Agora, a versão Momentum passa a ser a opção de entrada e adota o motor 2.0 T4 de 190 cv e 30,6 kgfm – anteriormente, utilizava o 2.0 T5, de 252 cv e 35,7 kgfm. A tração, antes integral, passa a ser somente dianteira, o que resultou em redução de 49 kg no peso em ordem de marcha (passou de 1.733 kg para 1.684 kg).
Em relação à antiga T4 (sem sobrenome), a Momentum acrescenta ar-condicionado digital de duas zonas, rodas de 19 polegadas, barras de teto na cor prata, molduras em alumínio no volante, opção de painel bicolor, seletor de modos de condução, banco do passageiro com ajustes elétricos e carregador de celular por indução, entre outros.
A lista de equipamentos traz ainda quadro de instrumentos com tela digital de 12,3”, central multimídia de 9” com Android Auto e Apple CarPlay, sistemas de frenagem autônoma de emergência (City Safety) e de alerta de mudança de faixa (LKA) com assistente de direção.
Ao volante do XC40 Momentum T4, a menor potência em relação ao antigo T5 não é perceptível na cidade. A entrega de torque máximo é feita às mesmas baixíssimas 1.500 rpm, enquanto a oferta do pico de potência caiu de 5.550 rpm (T5) para 4.700 pm (T4). Na unidade avaliada, alguns trancos incomodaram no controle de neutro (momento em que o câmbio desacopla quando em Drive em breves paradas).
Na estrada, a potência menor faz falta somente a quem já havia acelerado a versão T5, como eu. Segundo dados de fábrica, o XC40 T4 acelera de zero a 100 km/h em 8s4 e chega à velocidade máxima de 210 km/h. A suspensão tem acerto mais firme, que privilegia o controle de oscilação da carroceria em curvas, sem a suavidade para lidar com buracos vista no novo Audi Q3.
Interior moderno “de série”
A cabine do XC40 Momentum é mais refinada que a da antiga T4, com detalhes cromados no volante e apliques prateados no painel, além da opção de painel bicolor e oferta de quatro tons diferentes de couro para os bancos. No geral, a atmosfera do interior em nada lembra uma versão “de entrada” – o quadro de instrumentos digital e a central multimídia, por exemplo, são exatamente os mesmos para toda a gama.
O XC40 traz saídas de ventilação para os bancos traseiros e três entradas USB ao todo, sendo uma delas do tipo C. Detalhe interessante é que a trava que faz o bloqueio dos vidros traseiros (a fim de evitar acidentes com crianças) também impede a abertura das portas de trás pelo lado de dentro, sem que seja preciso ativar este recurso manualmente.
A alavanca do câmbio de oito marchas agrada pelo desenho minimalista e acionamento eletrônico. Porém, a troca manual de marchas é incomum: para reduzir, é preciso deslocar a peça para a esquerda, enquanto as trocas ascendentes são feitas para a direita – não há borboletas no volante.
No quadro de instrumentos, faz falta a medição de consumo no padrão km/l – a tela indica sempre o padrão europeu, de L/100 km. Benefício do motor de menor potência é a redução no consumo. Segundo dados do Inmetro, o XC40 T4 2020 registra 9,5 km/l na cidade e 11,9 km/l na estrada – no antigo T5 2019, as médias eram de 8,5 km/l e 10,8 km/l, respectivamente. O nível de emissões de CO2 caiu de 145 g/km para 130 g/km.
O Volvo XC40 Momentum T4 chega por R$ 185.950 (aumento de R$ 6 mil em relação ao período de pré-venda). Ainda assim, é um preço bastante competitivo nas relações custo por cavalo e custo-benefício na comparação com os rivais Q3 Prestige (150 cv, R$ 179.990), GLA 200 ff Style (156 cv, R$ 185.900) e X1 sDrive20i GP (192 cv, R$ 199.950).
· DADOS DE FÁBRICA | |
Motor | Dianteiro, transversal, 4 cilindros em linha |
Cilindrada | 1969 cm³ |
Potência | 190 cv a 5.000 rpm |
Torque | 30,6 kgfm a 1.500 rpm |
Câmbio | Automático de 8 marchas |
Suspensão (dianteira / traseira) | Indep. McPherson/Indep. Multibraço |
Pneus e rodas | 235/55 R18 |
Freios (dianteira / traseira) | Disco ventilado/Disco sólido |
Peso (kg) | 1.684 |
Comprimento (mm) | 4.4251 |
Largura (mm) | 1.863 |
Altura (mm) | 1.652 |
Entre-eixos (mm) | 2.702 |
Porta-malas (litros) | 460 |
Tanque de combustível (litros) | 54 |
Preço | R$ 185.950 |
Texto e fotos: Gustavo de Sá
No texto é citado que a potência máx é atingida a 4700rpm, porém na ficha técnica no final diz que é 5000rpm. Qual das duas informações está correta?