Com inédita opção de caixa automática, picape compacta quer ampliar ainda mais a liderança isolada no segmento
Líder isolada entre as picapes e veículo mais vendido no Brasil em 2021, com mais de 100 mil unidades emplacadas, a Fiat Strada está em plena forma. Mesmo sem ser incomodada pelas rivais, a fabricante de origem italiana decidiu agregar ao utilitário um item cada vez mais desejado pelos consumidores: câmbio automático. Com nova caixa CVT herdada do SUV Pulse, a Strada pode ampliar ainda mais o sucesso nas concessionárias?
Apresentada em dezembro de 2021, a Fiat Strada com câmbio CVT é vendida nas versões Volcano (R$ 111.990) e Ranch (R$ 116.990), aqui avaliada. Externamente, a Ranch diferencia-se pelos estribos laterais, para-barros, retrovisores na cor preto brilhante, rack e detalhes na cor cinza, capota marítima com o logotipo Ranch, rodas de 15” com visual exclusivo e pneus de uso misto.
Na cabine, o painel traz apliques na cor marrom e logotipo Ranch abaixo da central multimídia. O mesmo tom é usado nos bancos em couro, na costura do volante e da coifa do câmbio. Há ainda soleiras nas portas e apoio de braço para o motorista. O console central foi redesenhado, a fim de abrigar um inédito carregador de celular por indução. O efeito colateral é que, com isso, a picape perdeu espaço para alojar copos e objetos.
Motor 1.3 recalibrado
Por conta das novas regras de emissões, todas as versões da Strada com motor 1.3 Firefly ganharam nova calibração, o que resultou em ligeira perda de potência e torque. Agora, são 107 cv com etanol a 6.250 rpm (2 cv a menos) e 98 cv com gasolina (3 cv a menos) a 6.000 rpm. O torque também é menor, com 13,7 kgfm com etanol a 4.000 rpm (0,5 kgfm a menos) e 13,2 kgfm com gasolina (0,5 kgfm a menos) a 4.250 rpm.
O câmbio CVT da Strada é o mesmo do Fiat Pulse – e que, em breve, estará em Argo e Cronos. Fornecido pela japonesa Aisin, traz simulação de 7 marchas e borboletas no volante. De acordo com a Fiat, a nova caixa traz óleo do tipo ‘for life’, sem a necessidade de substituição ao longo da vida útil do modelo. O câmbio possui três modos de condução (normal, manual e sport).
Ao volante, a Strada CVT agrada pela suavidade nas acelerações em uso urbano. A caixa automática entende facilmente o estilo de condução do motorista, o que pode auxiliar a economizar combustível ou extrair mais desempenho do 1.3. A ligeira perda de potência é desprezível ao rodar com o carro vazio. Entretanto, os 0,5 kgfm a menos de torque deverão fazer falta nos momentos de caçamba cheia.
Por falar em carga, a capacidade total foi reduzida de 650 kg na Strada manual, para 600 kg na Ranch – por conta do peso extra do câmbio e dos acessórios. Vale destacar que esta capacidade inclui não só a carga transportada na caçamba, mas também a soma de todos os ocupantes da cabine. A picape ainda agrada pela calibração da suspensão (McPherson na dianteira; eixo rígido, na traseira), que é competente na absorção de irregularidades e não deixa a caçamba “pular” quando vazia.
Segundo dados de fábrica, a nova Strada automática é capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em 12 segundos (com etanol) – 0,8 segundo mais lenta do que a Strada manual de 109 cv. A velocidade máxima com o mesmo combustível é de 165 km/h. Em consumo, de acordo com dados do Inmetro, a Strada CVT registra as médias de 8,8/12,4 km/l em ambiente urbano (E/G). Na estrada, na ordem, são 9,9/13,9 km/l. Em nossa avaliação, registramos a média urbana de 9,1 km/l (com etanol).
A Strada Ranch vem de fábrica com faróis em LED, quatro airbags, controles de estabilidade e tração, assistente de saída em rampa, central multimídia de 7 polegadas com espelhamento sem fio, sensor de estacionamento traseiro, alerta de perda de pressão dos pneus e câmera de ré. Entretanto, por estar na faixa ao redor dos R$ 120 mil, a picape poderia oferecer itens como rebatimento elétrico dos retrovisores, sensores de estacionamento na dianteira e, principalmente, controle de cruzeiro.
A Strada Ranch com câmbio automático do tipo CVT tem as credenciais certas para ampliar o sucesso no mercado, já que reúne dois aspectos em alta entre os consumidores: a preferência por picapes e a busca por câmbio automático. Na visão da própria Fiat, a expectativa é que as versões CVT alavanquem as vendas da Strada em 10%. A julgar pelo degrau de pelo menos R$ 21 mil em relação à Toro automática de entrada, essa participação pode ser ainda maior.
Ficha técnica – Fiat Strada Ranch CVT
• DADOS DE FÁBRICA |
Fiat Strada Ranch 1.3 CVT 2022 |
Motor | Dianteiro, transversal, 4 cilindros em linha |
Cilindrada | 999 cm³ |
Potência | 107 cv a 6.250 rpm /98 cv a 6.000 rpm (E/G) |
Torque | 13,7 kgfm a 4.000 rpm/13,2 kgfm a 4.250 rpm (E/G) |
Câmbio | Automático do tipo CVT, simulação de 7 marchas, tração dianteira |
Suspensão (dianteira / traseira) | Indep. McPherson/Eixo rígido |
Pneus e rodas | 205/60R15 |
Freios (dianteira / traseira) | Disco ventilado/Tambor |
Peso (kg) | 1.235 |
Comprimento (mm) | 4.480 |
Largura (mm) | 1.781 |
Altura (mm) | 1.576 |
Entre-eixos (mm) | 2.737 |
Volume da caçamba (litros) | 844 |
Tanque de combustível (litros) | 55 |
Preço | R$ 116.990 |
Fotos: Divulgação