Com reforço no recheio de série e suspensão revista, Ford Ranger ganha rodar mais confortável na linha 2020
O ciclo de vida (intervalo entre uma renovação completa e outra) das picapes médias é, geralmente, superior ao das outras categorias de veículos. Enquanto o tempo de mudança de geração de um hatch ou sedã é por volta de 7 anos, o destes utilitários pode ultrapassar os 10. Os motivos para essa característica são diversos, mas passam pelos custos de desenvolvimento e o anseio dos consumidores desta categoria por mudanças radicais.
A Ford Ranger, que estreou em 1982 nos Estados Unidos, chegou por aqui em 1995, já na segunda geração. A terceira e atual linhagem foi lançada no Brasil em 2012 e recebeu a primeira reestilização em 2016 – e a segunda renovação de estilo em junho passado.
O discreto tapa no visual inclui grade com dois filetes cromados, para-choque dianteiro e nicho dos faróis de neblina redesenhados, além de faróis principais com luzes de rodagem diurna em LED. Na lateral, as rodas mantiveram o mesmo desenho, mas agora vêm com acabamento diamantado. Na cabine, a única mudança é a troca da cor cinza de painel e bancos pela predominância de preto.
A Ranger Limited aqui testada é a configuração topo de linha. Por R$ 188.990, traz de série 7 airbags, faróis baixos de xenônio, chave presencial, partida do motor por botão, farol alto automático, multimídia SYNC 3 com tela tátil de 8 polegadas, sensor de pressão dos pneus, ar-condicionado digital de duas zonas, bancos em couro, sensores de chuva e de estacionamento na traseira, além de câmera de ré.
O pacote de segurança ativa, que já se destacava na linha anterior, com controle de cruzeiro adaptativo e sistema de permanência em faixa, foi ampliado. Agora, traz sistema autônomo de frenagem com detecção de pedestres e reconhecimento de sinais de trânsito com indicação no quadro de instrumentos.
Novidade bem-vinda é a adição de uma mola metálica na tampa traseira, que deixa a peça mais Ford leve na hora de abrir ou fechá-la – a Ford diz que a força necessária para esta movimentação passou de 12 kg para apenas 3 kg. A Ranger Limited 2020 não teve alterações no motor 3.2 da família Duratorq, de cinco cilindros, que gera 200 cv e 47,9 kgfm de torque. O câmbio continua o automático de seis marchas e a tração, 4×4 com reduzida.
A suspensão foi revista e teve barra estabilizadora redesenhada, além de novo ajuste de molas, amortecedores e buchas. O rodar ficou mais confortável no uso urbano, embora a traseira ainda pule ao passar por imperfeições no asfalto, efeito comum na categoria pelo tipo de construção (carroceria sobre chassi) e de suspensão traseira (eixo rígido com feixe de molas). A leveza da assistência elétrica da direção na cidade faz o motorista esquecer estar a bordo de uma picape com mais de 2 toneladas.
Na pista, a Ranger 2020 foi de zero a 100 km/h em 11s3, perdendo para as rivais Amarok V6 (8s1), S10 High Country (9s7) e Frontier LE (10s2) – a picape Ford foi melhor somente que L200 Triton Sport HPE (12s1) e Toyota Hilux SRX (13s5). Nos três ensaios de retomada, a Ranger também ficou atrás das mesmas oponentes. Ainda que não se destaque em desempenho, a Ranger 2020 dá um banho em tecnologia na comparação com as rivais.
Eu Amo a Ford Ranger Limited 2020