A Anfavea, entidade que representa as montadoras de veículos com fábrica no Brasil, segue pessimista quanto às vendas em 2016. Na verdade, quase triplicou seu pessimismo: no começo do ano, previa retração de 7% em relação aos resultados de 2015 (quando o mercado já caiu 26,6% ante 2014).
Nesta segunda-feira (6), a entidade reconheceu que a crise política e econômica afetará ainda mais o mercado automotivo e revisou a previsão de queda para 19%. E isso num mês em que os emplacamentos mostraram leve recuperação: 167.489 unidades em maio, contra 162.939 em abril. Um crescimento de 2,8%.
No entanto, na comparação com maio de 2015 (212.696 unidades), houve queda de 21,3%; e no acumulado anual (janeiro a maio) foi registrado recuo de 26,6%: nos primeiros cinco meses deste ano foram emplacadas 811.739 unidades, ante 1.106.425 no ano passado.
O novo presidente da Anfavea, Antonio Megale, comentou a situação: “Acreditamos que o segundo semestre apresentará vendas melhores, mas isso não será suficiente para uma queda próxima à nossa primeira previsão”.
Assim como as vendas, a produção de veículos aumentou em maio: 175.309 unidades, contra 169.813 em abril, um aumento de 3,2%. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a queda foi de 18% (213.843 um ano atrás). No acumulado do ano houve recuo de 24,3% (834.054 unidades ante 1.101.686). A previsão para a produção, segundo a Anfavea, é de queda de 5,5% este ano.
EXPORTAÇÕES EM ALTA
As exportações de veículos aumentaram em todas as comparações. Foram exportadas 46.895 unidades em maio, contra 35.851 em abril (crescimento de 23,9%). Na comparação com o ano passado, o aumento foi de 15% (40.762 unidades exportadas em maio de 2015). No acumulado do ano o crescimento foi de 21,8% (183.253 este ano, 150.479 em 2015).
“Com o câmbio mais competitivo e os acordos de livre comércio, as exportações ganharam força”, disse o presidente da Anfavea.