O Mercedes-Benz CLA acaba de chegar ao mercado em sua versão extrema: a 45 AMG. A exemplo do hatch, apresentado no final do ano passado, o sedã recebeu o tratamento da divisão esportiva da fabricante alemã. Seguindo a mesma receita do Classe A 45 AMG — que tinha previsão de venda de 100 unidades em 2014 e nos primeiros quatro meses já comercializou 80 unidades (o que sinaliza um sucesso de vendas) —, o CLA é um carro tão interessante quanto.
Segundo Leandro Rodrigues, responsável pelo marketing de produto da Mercedes-Benz, o CLA 45 “veio para continuar a missão do A 45, que é a de levar a esportividade da AMG para o segmento de entrada”. Rodrigues conta que essa versão já havia sido pensada logo no começo do desenvolvimento do CLA, e a fabricante não hesitou em colocar o projeto em prática.
O modelo manteve, por exemplo, o painel original do carro, mas ficou mais refinado. Alem disso, a divisão AMG conseguiu deixar o seu DNA mais evidente, mantendo a filosofia “um homem, um motor”, ou seja, cada bloco leva a assinatura do responsável por sua montagem. “É natural todo o processo de construção do carro ser pensado para o máximo em performance desde a prancheta”, explica Leandro Rodrigues.
Esse modelo também é uma peça importante na estratégia de futuro da “AMG Performance 50”, que vai perdurar até o 50º aniversário da divisão esportiva, em 2017. O plano contempla uma série de lançamentos de novos produtos da divissão esportiva até a data em questão.
O CLA 45 AMG é equipado com o motor 2.0 turbo de 360 cv, o mais eficiente do mundo. Ele libera toda a sua potência a 6.000 rpm, mas o torque de 45,8 mkgf começa a surgir a 2.250 rpm e se estende linearmente até 5.000 rpm. Isso resulta numa arrancada de 0 a 100 km/h em apenas 4s6, segundo números divulgados pela montadora. A velocidade máxima anunciada é de 250 km/h. Mas, assim como no A 45 AMG, o cliente pode adquirir o opcional que o permite atingir 270 km/h.
Esse propulsor projetado para os carros compactos da AMG são mais leves, mais resistentes e foram desenvolvidos com aço de alta resistência e alumínio. De acordo com Leandro Rodrigues, há uma camada de Nanoslide que reveste os cilindros internamente. Esse material é formado por partículas de ferro e carbono, auxiliando na fluidez do óleo e reduzindo o atrito interno.
E por precisar de refrigeração reforçada, foi instalado um radiador na caixa de roda direita para o resfriamento do propulsor. O controle dinâmico que beira a perfeição é alcançada pela tração integral 4Matic e pela suspensão esportiva.
Quando usado no modo manual, o câmbio automatizado de dupla embreagem corresponde à vontade do motorista e não muda as marchas, mesmo quando o motor atinge o giro máximo. Isso faz com você se sinta ainda mais responsável pelas façanhas – ou barbeiragens – que comete.
A cabine agrada pela esportividade, sem perder de vista o visual luxuoso e o conforto, típicos nos automóveis da Mercedes-Benz. O volante tem revestimento em Alcântara com grandes aletas de alumínio atrás do volante. O habitáculo recebeu 14 pontos luminosos na cor âmbar.
Com um carro desses, dá para imaginar do que ele é capaz nas curvas do autódromo de Interlagos (SP) e para tanto contamos com a ajuda do piloto Ricardo Maurício, da Stock Car, na avaliação do cupê. Ao dar a partida no 2.0 é impossível não apreciar a sinfonia emitida pelas duas saídas de escape.
A segurança transmitida pelos freios é tão intensa que não resisti. Com o CLA 45 AMG a 200 km/h, freei só depois da placa dos 100 metros da reta dos boxes de Interlagos. Mas fui alertado por Rodrigues, que me acompanhou: “Freie antes dos 100 metros!”. Graças aos discos de freios dianteiros e traseiros, com respectivamente 350 mm e 330 mm, a capacidade de frenagem impressionou até Ricardo Maurício: “É um carro que freia bastante, embora pese 250 kg a mais que a versão de competição”, afirmou. De quebra, o CLA 45 AMG também é mais estável do que o Classe A com o mesmo pacote.
Ele chega ao mercado brasileiro por R$ 289.900 e vem com quatro airbags, ABS, ESP, EBD, tração eletrônica em cada roda, estacionamento automático, bancos esportivos e elétricos, faróis bixenônio e muito mais. Por conta do controle de tração, o “soco na nuca” não é dos mais violentos. Mas a diversão é inerente a qualquer modelo com a inscrição AMG.
Confira nosso vídeo realizado no autódromo de Interlagos, em São Paulo: