Ter 33 modelos à disposição para rodar em três pistas de testes, sendo uma delas off-road, é algo bem exclusivo. Há anos que o grupo Chrysler abre as portas do seu circuito de testes Chelsea Proving Ground, em Michigan, EUA, para que os jornalistas avaliem a linha do ano seguinte, no caso, os modelos 2015. A variedade de marcas também era representativa, confirmando, na prática, a fusão Chrysler/Fiat. Havia modelos Ram, Jeep, Dodge e Chrysler. Da parte da Fiat, estavam por lá os Fiat 500 (incluindo o esportivo Abarth, que virá para o Brasil) e o Alfa Romeo 4C. Por sinal, este belo e veloz exemplar italiano, juntamente com o Dodge Viper, foram os mais disputados: todos queriam acelerar esses bólidos na pista. Quais deles virão para cá? O primeiro será o novo Cherokee, até o final deste ano. O Dodge Durango, com um facelift, chega em fevereiro. Está a caminho uma versão do Dodge Journey, a Cross Road. Mas, sem dúvida, o Jeep Renegade, que será feito no Brasil, é o mais aguardado.
Começamos a avaliação com o Cherokee, que está todo novo. Mudou tudo, até mesmo a plataforma, que foi baseada na do Alfa Romeo Giulieta, uma das primeiras “fornadas” geradas após a aquisição da Chrysler pela Fiat (que deu origem ao grupo FCA). O modelo parece maior, agora muito mais voltado para o conforto, como deve ser um SUV de luxo. Entretanto, a Jeep se preocupa em manter também a sua cultura de veículos “parrudos” e confiáveis. Portanto, este carro pode tanto levar a família, como encarar as piores trilhas com bastante diversão.
O modelo que acelerei foi justamente a versão que virá para o Brasil, com motor V6 3.2 e sistema start-stop, produzida na fábrica em Toledo, Ohio, um moderno complexo industrial, que tive a oportunidade de visitar.
Foi interessante ver que, apesar dos muitos robôs, as linhas de montagem ainda estavam repletas de pessoas descontraídas (muitas mulheres!), usando bermudas, chinelões ou roupas de ginástica. A valorização do ser humano no lugar das máquinas contribuiu para levantar a autoestima desses funcionários, devastados pela crise econômica iniciada em 2008.
Pude perceber, em conversas informais, como eles são gratos à Fiat pela aquisição, que trouxe esperança às muitas famílias que dependem da fabricante.
Vamos ao Cherokee: a frente impressiona, com as suas sete grades tradicionais bem destacadas. Ele ficou com mais “cara de mau”. Esse motor V6 é novo, com 271 cv a 6.500 rpm de potência e consumo de 13,1 km/l na estrada, que, segundo a Jeep, é um grande avanço. Esse era um dos aspectos negativos do Cherokee: muito “gastão”. Esse consumo é resultado também do novo câmbio de 9 marchas, automático ou manual, cujas trocas podem ser feitas deslocando-se a própria alavanca.
O sistema stop-start é outro auxílio para a sua eficiência energética: o sistema consegue otimizar a economia, sem desligar totalmente o motor quando o veículo para em um semáforo, por exemplo.
Brad Pinter, gerente de marketing de produto da Jeep, explicou: “Com todos esses recursos, conseguimos uma redução de consumo de mais de 45%”. O Cherokee ficou bem agradável de dirigir, sem aquele jeito “jipão” que tinha antes. Acelerei fundo e confirmei que o desempenho não é o principal destaque deste modelo, que visa mais o conforto do que a esportividade.
Brad Pinter também ressaltou os 70 novos itens de segurança, como o alerta de colisão e frenagem que previne acidentes, câmeras de segurança que mostram o movimento ao redor do carro, faróis automáticos, monitoramento do ponto cego, sensores de estacionamento, regulagem da luminosidade dos espelhos, entre outros. A tração é 4×4, mas tem um sistema que libera a tração do eixo traseiro quando não é necessário o uso da tração total. O controle de tração Select-Terrain pode ser regulado em cinco modos de uso: automático, neve, esportivo, areia, lama e rocha. O interior também é confortável e luxuoso, com vários cuidados de acabamento. As cores do interior são inspiradas na natureza: montanhas, vulcões, desertos, mar…
O Cherokee está sendo relançado no Brasil, segundo a Jeep. Vale a pena esperar, pois os seus vizinhos vão morrer de inveja!
Ficha técnica:
Motor V6, 24 válvulas, dianteiro, longitudinal, gasolina; Cilindrada 3.239 cm³; Potência 271 cv a 6.500 rpm; Torque 32,2 mkgf a 4.400 rpm; Câmbio • automático, 9 marchas, tração integral; Suspensão dianteira independente; Suspensão traseira independente; Pneus • 245/65 R17; Carroceria • SUV, cinco lugares;
Dimensões (CxLxA) • 4,62 m, 1,86 m, 1,72 m; Entre-eixos • 2,72 m; Peso • 1.863 kg.







