Em um cenário não muito favorável na Europa, a Fiat quer reverter o histórico de queda nas vendas e um prejuízo operacional que já atinge 2,15 bilhões de euros ao longo dos últimos três anos.
Nesta terça-feira (6) os principais executivos da fabricante, liderados pelo CEO Sergio Marchionne, revelaram o plano de ações da empresa para os próximos cinco anos.
Em primeiro lugar, pelo menos na Europa a empresa aposta que o número de vendas deverá se manter estável até as 700.000 unidades por volta de 2018, porém até o ano em questão a meta é que a Fiat já esteja entregando resultados positivos.
Com relação às vendas globais, o objetivo é passar das atuais 1,5 milhão para 1,9 milhão em 2018, sendo que a América Latina seguirá como o principal mercado para a fabricante, com 800.000 unidades emplacadas dentro de cinco anos.
Para os países da região Ásia-Pacífico nos quais ela atua, o objetivo é triplicar as vendas e atingir um volume de 300.000 unidades. Para a América do Norte, a meta é contabilizar 100.000 carros vendidos.
Estratégia de produtos
Para conseguir os resultados esperados, a Fiat planeja uma boa reestruturação em sua gama de produtos.
A família 500 crescerá com a inclusão do 500X, um crossover compacto, segmento em alta na Europa e também no Brasil.
Um novo hatch 5 portas substituirá o Punto na Europa em 2016 e ficará posicionado entre o 500 e o 500L, uma minivan derivada do subcompacto.
Já o Bravo, hatch médio da marca, dará lugar a uma nova família de produtos composta por um hatch, um sedan e uma station wagon. A variante três volumes, inclusive, será responsável por substituir o Linea na Europa.
Para 2017 está prevista a estreia de um crossover compacto e, em 2018, o lançamento da nova geração do Panda. Um inédito roadster também entrará no portfólio da Fiat em 2015. Com apelo de “carro de imagem”, ele será destinado, inicialmente, à Europa e EUA.
Por enquanto não há nenhuma confirmação desses modelos no Brasil, porém é bem possível que essa nova gama de modelos de médio porte, substituta do Bravo, chegue por aqui também.
Fiat Chrysler
Para o conglomerado FCA (Fiat Chrysler Automobiles), a Chrysler ganhará cada vez mais força com a adição de novos produtos. Saiba mais detalhes, marca por marca:
Chrysler
A Chrysler contará com a inclusão de produtos importantes, como o novo sedã compacto 100 em 2016. Já para 2017 está prevista a chegada de um crossover grande e, um ano depois, um modelo da mesma categoria, porém menor nas dimensões.
A minivan Town & Country, também oferecida no Brasil, será reformulada em 2016, sendo que sua “gêmea” Dodge Grand Caravan sairá de linha no ano em questão. Uma versão híbrida para a Town & Country também está nos planos.
Com essas medidas, a Chrysler espera elevar as vendas das atuais 350.000 unidades para 800.000 em 2018.
Dodge
Como já citado, o Dodge Grand Caravan será descontinuado, porém a marca contará com algumas novidades.
O sedã médio Dart, concorrente para Honda Civic e Toyota Corolla, terá um versão esportiva de alta performance SRT em 2016, mesmo ano em que a nova geração do Journey ganhará as ruas nos EUA. Assim como o Dart, ele também terá uma opção SRT.
Para o início de 2018, a Dodge vai incorporar um hatch e um sedã compacto, o Durango será mantido na gama e o Charger e Challenger serão reformulados em 2018. O superesportivo SRT Viper, por sua vez, passará por uma atualização em 2015.
O objetivo é alavancar as vendas da Dodge das 596.300 unidades para cerca de 600.000 em 2018.
Jeep
A Jeep é a que deverá a maior elevação em número de vendas, saindo de uma base global de 732.000 unidades para 1,9 milhão em 2018.
O Renegade é o primeiro modelo da “nova fase” da Jeep e chegará no mercado europeu no início de 2015, mesmo ano em que começará a ser vendido também por aqui.
O Compass e o Patriot serão substituídos por um modelo único em 2016, ano em que a Jeep comemora 75 anos. Já o Wrangler e o Grand Cherokee, por sua vez, passarão por uma reforma completa em 2017.
Ram
A linha de picapes de grande porte será revista em 2017, enquanto uma nova van comercial, que receberá o nome de ProMaster, será incluída no catálogo de modelos da marca já no início do próximo ano. Ela dividirá a plataforma com o Fiat Doblò.
Maserati
A Maserati trabalha no Levante, um inédito crossover, ainda sem previsão para estrear. Do conceito Alfieri, revelado na edição deste ano do Salão de Genebra, serão derivados um novo cupê e um conversível para o portfólio da marca.
Uma data concreta é para a estreia da nova geração do GranTurismo: em 2018 ele chegará às lojas, ano em que a Maserati espera colocar 75.000 unidades nas ruas, uma alta considerável em relação às 15.000 comercializadas no ano passado.
Alfa Romeo
Com um maciço investimento de 5 bilhões de euros nos próximos cinco anos, mais de R$ 15,5 bilhões, a Alfa Romeo ampliará a linha atual de quatro para oito modelos, incluindo um novo sedã com tração traseira para concorrer com Mercedes-Benz Classe C e BMW Série 3.
Se tudo correr como previsto, as vendas da italiana, que passará a operar como uma marca independente, devem passar das 75.000 unidades de 2013 para 400.000 em 2018.
Ferrari
Durante a apresentação sobre a Ferrari, Marchionne fez questão de destacar que ela não será vendida e manterá com a gama atual de modelos, composta por esportivos V8 e V12. As vendas deverão seguir limitadas a 7.000 unidades ao redor do mundo.