A Hyundai apresentou nesta terça-feira (25), em São Paulo, o novo ix35, reestilização do SUV que, desde 2013, é fabricado no Brasil, em Anápolis (GO). Além das mudanças no visual, que de modo geral deixaram o modelo mais parecido com o Santa Fe (um degrau acima na gama) e também ao inédito Creta/ix25 (um abaixo), a Hyundai voltou a oferecer mais de uma versão de acabamento e equipamentos.
São três; aliás, a fabricante sul-coreana nem se deu ao trabalho de batizá-las:
Entrada – R$ 99.990
Possui: sistema de áudio com CD/MP3/AUX/USB, Bluetooth, bancos parcialmente em couro, rodas aro 18″, chave tipo canivete, ar-condicionado com saída traseira, LED nos faróis dianteiros, apoio de braço central e porta-copo no banco traseiro, freios a disco, encostos de cabeça ativos, barras de proteção contra impactos laterais nas quatro portas, faróis de neblina, sistema de autoacendimento dos faróis, retrovisores rebatíveis eletricamente, sensor de distância no parachoque traseiro e repetidores em LED nos retrovisores. Pisada na bola: possui apenas airbags frontais.
Intermediária – R$ 109.990
Acrescenta: câmera de ré, navegador por GPS, entrada e partida sem chave (botão no painel), controlador de cruzeiro, rádio integrado com leitor de CD e DVD, MP3 e comandos no volante, tela de LCD, central multimídia com câmera de ré e GPS integrados, entrada para iPOD/USB/auxiliares e rack de teto. Essa versão também pisa na bola no quesito airbags (são apenas dois), mas a Hyundai CAOA toca de lado ao garantir um lote de 4.500 unidades dotadas de bolsas laterais e de cortina.
Top – R$ 122.990
Acrescenta: bancos, volante e manopla do câmbio em couro, maçanetas cromadas, protetor externo para a base das portas, controle de estabilidade (ESP) e tração (TCS), ar-condicionado de duas zonas, regulagem elétrica do banco do motorista com ajuste lombar, airbags laterais e de cortina (finalmente!), lanternas traseiras em LED e teto solar panorâmico.
O motor é o mesmo nas três versões: um 2.0 bicombustível acoplado a câmbio automático de seis marchas. São 167 cv (a 6.200 rpm) de potência e 20,6 kgfm (a 4.700 rpm) de torque com etanol; e 157 cv (a 6.200 rpm) e 19,2 kgfm (a 4.700 rpm). O ix35 entregava 178 cv (etanol), mas houve recalibração para privilegiar a eficiência energética.
Oferecido nas cores branco, preto, prata e cinza, o ix35 terá uma edição especial de lançamento (Launching Edition): são 300 unidades, divididas entre as versões intermediária e top, pintadas num tom metálico de laranja (R$ 1.000 extras).
VAI BEM
O Hyundai ix35 é o atual líder de vendas entre os SUVs compacto-médios (ele equivale ao i30 e ao Elantra), com 9.823 unidades emplacadas no país este ano até o final de julho. É um número suficientemente bom para situá-lo logo atrás de modelos mais em conta, como Honda HR-V, Ford EcoSport, Renault Duster e Jeep Renegade; logo à frente do “primo” Hyundai Tucson; e muito (mas muito mesmo) à frente dos rivais diretos, como Mitsubishi ASX, Kia Sportage e Toyota RAV4.
Apesar da reestilização, a fabricante joga na defesa e diz pretender apenas manter o ritmo de vendas, entre 1.700 e 1.800 carros mensais.
Vale notar que o ix35 de entrada 2015/16 custa exatamente o mesmo que o 14/15 em versão única. Ou seja, a Hyundai ampliou a gama para cima, criando duas novas faixas de preço, mesmo com fabricação no Brasil (em vez de importação da Coreia do Sul) e um índice de nacionalização relativamente alto, de 60%. A explicação: fabricar (ou montar) no Brasil diminui a taxação, mas outros custos (mão-de-obra, logística) ficam mais elevados.
A Hyundai CAOA segue oferecendo garantia total de cinco anos.
IMPRESSÕES AO DIRIGIR
CARRO ONLINE participou de um test-drive do “novo” ix35 (as aspas são porque, lá fora, já há uma nova geração do modelo, outra vez denominada Tucson) em cenário urbano e rodoviário, nas condições de motorista e passageiro dianteiro e traseiro.
A primeira coisa que chama atenção a bordo é o baixo nível de ruído, fruto do esmero no isolamento acústico e do bom torque disponível na faixa dos 2.000 giros, suficientes para que o SUV deslize a constantes 120 km/h na estrada.
A segunda coisa é que a Hyundai acertou ao criar uma cabine impessoal: tudo é neutro, frio, em preto (bancos, painéis de porta), branco (forro do teto) e azul (iluminação dos instrumentos), excetuando um cromado ou aplique de metal aqui e ali. Isso garante reconfortante impressão de espaço ampliado (o entre-eixos “real” é de 2,64 metros) e ajuda a tornar a viagem a bordo do ix35 — na condição de passageiro — quase relaxante.
Já o motorista tem outra primeira percepção, resultante da posição de dirigir: a de que o ix35 não é um SUV, e sim um carro de passeio comum. O 1,65 metro de altura da carroceria “perde” até do 1,69 m do EcoSport.
Mesmo assim, os vincos e especialmente a grade frontal do ix35 garantem a “presença” buscada por quem adquire um carro desses. Já o motor de 2 litros, embora deva algum fõlego nas retomadas, casa muito bem com o câmbio de seis marchas e no geral transmite segurança a quem dirige.
Como o uso do ix35 e assemelhados é predominantemente urbano, não faz falta a tração integral — até porque as rodas de aro 18, calçadas com pneus para asfalto, não ajudariam numa situação de fora-de-estrada. Mas é quase inadmissível que as versões de entrada e intermediária não ofereçam mais do que os dois airbags frontais obrigatórios (como dito, o pack extra da segunda configuração é limitado a 4.500 carros).
Por sua vez, a versão top deve opção de entretenimento para quem leva crianças no banco traseiro: por R$ 122.990, era de se esperar pelo menos uma tela de vídeo à disposição da garotada.
O Hyundai ix35 também é assunto na edição 263 da revista CARRO. Não perca!
Ótima matéria, imparcial! Parabéns!