Competidores

Audi A4: Na versão Attraction, conta com motor 2.0 turbo de 180 cv. Custa R$ 123.000.

Por quê? A opção testada aqui é uma novidade na linha A4 e o torna mais competitivo em preço frente aos rivais.

BMW 320i: Também 2.0 turbo, a nova geração do tradicional sedã parte de R$ 124.950.

Por quê? Apesar de um pouco mais caro, o BMW é o mais potente e conta com forte reputação dentro da categoria.

Mercedes-Benz C 180: É o menos potente, com seu 1.6 turbo de 156 cv e tabelado em R$ 121 900.

Por quê? O Classe C e o Série 3 são eternos rivais. Por trás do C 180, há toda a tradição e representatividade da marca da estrela.

Fazer uma macarronada é uma tarefa simples e fácil. Se você não tiver muita habilidade, basta comprar o macarrão e o molho prontos, cozinhar tudo, e pronto. Mas você já experimentou uma daquelas macarronadas da mamma, com a massa feita em casa e o molho carinhosamente preparado com tomates selecionados? Então você sabe que ela tem um sabor todo especial.

Pois é, ter um Audi, um BMW ou um Mercedes-Benz é a mesma coisa. O preço, como você bem sabe, não é baixo, mas são modelos que entregam tecnologia de ponta, foram projetados nos melhores centros técnicos e de design e fabricados seguindo rígidos padrões de produção.

Não é à toa que todo aquele que é apaixonado por carro tem admiração por esse trio alemão e almeja possuir um deles na garagem.

A chegada da versão Attraction do A4 gerou uma situação muito interessante: agora, os sedãs de entrada das três marcas possuem opções na faixa dos R$ 120.000.

Para ter um GPS no BMW, é preciso desembolsar mais de R$ 10.000

Porém, como faria a nossa boa mamma zelando pelo bem de seus filhos, vai uma bronca geral: os alemães nas versões aqui reunidas carecem de alguns equipamentos de série que não poderiam ser desprezados em função daquilo que custam. O navegador por GPS, é um bom exemplo.

No C 180, ele sequer é opcional. No A4 Attraction e no 320i, está disponível em pacotes que os encarecem em cerca de R$ 10.000. Se até mesmo as versões mais equipadas do Toyota Corolla e do recém-chegado Ford Fusion — que têm, inclusive, navegador acionado por comando de voz — contam com o equipamento de fábrica, por que não esses alemães? Assim, caso você opte por algum deles, é bom saber que terá de fazer algumas concessões.

Apesar da frieza que atribuímos ao povo alemão, estes sedãs são pródigos em cativar pelo sentimento. Lembra aquela paixão juvenil que você sentia na época do colégio? É algo próximo disso.

Quando você abre a porta e vê o acabamento impecável, a ótima posição de dirigir que eles proporcionam e a qualidade dos materiais empregados em tudo que está ao seu redor, você entende por que muita gente investe o valor de uma casa para ter um deles. Além do status, é claro.

A Mercedes aposta no motor 1.6, enquanto os concorrentes vão de 2.0

Além de ser enxuto até nos opcionais, o Mercedes é o que tem o conjunto mecâ­nico mais, digamos, tímido. Seu 1.6 turbo entrega 156 cv e, apesar de moderno, o câmbio automático de 7 marchas não consegue ser tão eficiente quanto o CVT do Audi ou a caixa de 8 marchas — tam­bém automática — do BMW. Se tem a melhor potência específica do trio (97,8 cv/litro), o C 180 exibe a pior relação peso­-potência (9,5 kg/cv). Ao assumir o co­mando do Mercedes, você sente que ele precisa se esforçar para acompanhar o ritmo do BMW e do Audi e a constatação surge nas medições: ele foi 1s5 mais lento que o 320i no 0 a 100 km/h.

 Será que, para compensar, o Mercedes consome menos? Apesar do Start-Stop, a resposta é não. Com média PECO de 11,6 km/litro (que está longe de ser ruim) o C 180 perdeu nesse quesito para o Audi (12,5 km/litro) e o 320i (13 km/litro), que também conta com a tecnologia que des­liga o motor com o carro parado. Aliás, a ausência do Start-Stop é sentida no Audi.

Um aspecto interessante que você deve levar em conta ao escolher entre A4, C 180 e 320i é a proposta de cada um. O BMW é o que tem a orientação mais esportiva, com sua carroceria mais baixa e a direção rápida. O Audi não fica atrás, mas ele ten­ta conciliar o cuidado com o conforto e é o único a oferecer a opção de trocas se­quenciais das suas 8 marchas virtuais por meio de borboletas atrás do volante.

Mas o A4 acelera de uma forma bem peculiar, o que pode agradar alguns e desagradar outros. Ele arranca de forma vigorosa, ganhando velocidade rapida­mente e, se provocado, faz até mesmo você colar as costas no banco. Isso é o re­sultado do ótimo torque de 32,6 mkgf já a 1.500 rpm. Como a caixa CVT é capaz de trabalhar sempre na condição ideal para aproveitar tudo o que o motor entrega, te­mos um casamento bem harmonioso.

A bordo do C 180, é nítida a sensação de que, nele o foco é tratar os ocupantes com um rodar suave, absorvendo ao máximo as irregularidades do piso.

É claro que nenhum dos sedãs come­te algum deslize grave quando o assunto é dirigibilidade, o que seria inaceitável. Como é esperado dentro dessa categoria, tratam-se de automóveis exemplares no que diz respeito ao controle dinâmico.

Agora que você já sabe como esses sedãs se comportam na hora de dirigir, vamos a um aspecto em que eles sobressaem: o interior. Em primeiro lugar, é bom deixar claro que os três são ideais para levar até quatro adultos, sendo que o grande túnel central limita o espaço no banco traseiro. No Mercedes e no BMW, isso é justificado pelo fato de ambos possuírem tração traseira, mas a Audi poderia rever esse ponto nas opções do A4 com tração dianteira, como o modelo analisado.

Mesmo assim, o A4 é o que oferece mais espaço para os ocupantes, tanto na avaliação objetiva pela soma das medidas internas, como na sensação que ele transmite para os passageiros. Não que o 320i e o C 180 sejam apertados, mas a área disponível para motorista e passageiros é mais “justa” neles, em especial no Mercedes. Com relação à capacidade do porta- -malas, o trio se equivale.

No C 180, a área disponível para o motorista e passageiros é mais justa que os concorrentes

Um detalhe nada agradável diz respeito à manutenção destes carros, um ponto em que você deve prestar bastante atenção. Nossa cesta de peças para o 320i saiu por elevados R$ 11.208. O Audi A4, com R$ 11.181, não ficou muito atrás. Nesse contexto, até que os R$ 8.073 pedidos pela Mercedes parecem pouco.

O BMW e o Audi também foram equivalentes nos custo das revisões até os 30.000 km, com uma média de R$ 3.500, frente aos R$ 2.600 do C 180, o modelo mais “camarada”, se é que podemos definir assim. A garantia total dos três é de dois anos sem limite de quilometragem.

Quando equipados com todos os opcionais disponíveis, como os modelos que você vê nas fotos, o preço do 320i sobe para R$ 144.950 (configuração Sport com GPS) e chega a R$ 133.500 para o A4 Attraction. O Mercedes C 180 não conta com opcionais. Se você aceita um conselho, leve o seu preferido para casa com a configuração mais completa ou, no caso do BMW 320i, ao menos com o navegador, em um catálogo intermediário, disponível a partir de R$ 134.950.

Quer saber qual é o melhor entre estes três ótimos carros? No fim das contas, o 320i mostrou-se a melhor opção entre o A4 Attraction e o C 180. Beneficiado por estar uma geração à frente dos rivais (saiba mais sobre a nova geração do Classe C em nossa reportagem de capa), entre oponentes tão fortes, ele compartilha o ótimo acabamento e a dinâmica impecável, com a vantagem de andar mais e consumir menos. Precisa mais?

Nossa Conclusão

O campeão: BMW 320i

1º BMW 320i – Média Final: 8,3

Agora que a fábrica de automóveis da BMW no Brasil está confirmada, o Série 3 – em conjunto com o Série 1 e o X1 – é um grande candidato a ser nacionalizado. Se isso se concretizar e o preço ficar mais competitivo, as demais fabricantes que atuam nesse segmento terão uma bela questão para enfrentar. Em relação ao C 180 e o A4, o 320i conta com o projeto mais moderno. Isso representa um espaço interno melhor aproveitado e vantagens em termos de propulsão, uma vez que ele também foi o melhor em desempenho e consumo. O alto padrão de acabamento e a tecnologia embarcada, como o computador de bordo I-Drive, ajudaram na vitória deste BMW.

Pontos positivos: Conjunto motor e câmbio, acabamento interno, qualidade construtiva, dirigibilidade e tecnologia a bordo.

Pontos negativos: É o mais caro dos três e sua manutenção também não é nada barata, em especial o custo de peças.

2º Audi A4 Attraction – Média Final: 8,2

Apesar do preço considerado neste comparativo, vale citar que a Audi comercializará o A4 Attraction por R$ 118.900 apenas no período de lançamento. Em relação aos rivais, o Audi conta com algumas diferenças técnicas importantes, como a tração dianteira e o câmbio de relações continuamente variáveis. No mesmo padrão de excelência dos rivais, o que assustou no Audi foi seu custo de manutenção, o mais elevado dos três, o que lhe custou alguns pontos. Mesmo dentre os opcionais, ele deve equipamentos importantes, tais como o sensor de estacionamento. Assim como o BMW, equipá-lo também acarreta em um custo muito elevado.

Pontos positivos: Espaço interno, câmbio, conforto a bordo, comportamento dinâmico.

Pontos Negativos: Custo de manutenção muito elevado e, assim como no BMW, o valor dos opcionais.

3º Mercedes-Benz C 180 – Média Final: 8,2

O Classe C é o que conta com o preço inicial mais acessível (apesar da diferença ser pequena), contudo deve muitos itens de série, como os faróis bixenon, presente nos concorrentes. Sua versão intermediária, C 200, conta com potência equivalente à do A4 e 320i reunidos aqui, porém parte de R$ 138.500. Apesar de tudo, a manutenção do C 180 não é tão cara.

Pontos positivos: A suavidade e solidez ao rodar, o preço de aquisição inferior e o custo de manutenção frente aos rivais.

Pontos negativos: Com motor menor e potência inferior, o C 180 fi cou para trás. O espaço interno na parte traseira também precisa melhorar

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