O belo A6 (acima, na versão Berlinetta) foi o primeiro modelo de rua da marca

Para muita gente, carros italianos que conciliam esportividade e requinte são sinônimo de Ferrari. A associação não está errada, mas existe outra marca — não tão conhecida do público, mas igualmente renomada — que comemora seu primeiro centenário este ano (mais antiga que a fabricante de Maranello, portanto) e cujos carros também unem desempenho, sofisticação e elegância.

Sempre com estilo - Lançado no início dos anos 1960, o 3500 GT é um dos mais belos Maserati já produzidos e foi um dos primeiros modelos de grande volume da marca

Em 1914, a Società Anonima Officine Alfieri Maserati foi fundada em Bolonha pelos irmãos Alfieri, Ernesto e Ettore. Mas, pouco depois, a Primeira Guerra Mundial atrapalhou os planos da empresa, que decidiu concentrar suas atividades nas competições.

O Khamsin, de 1972, possui um desenho que se mantém atual até hoje

Foi só em 1946, mais precisamente no Salão de Genebra, que a marca do tridente (confira a origem do emblema nas páginas a seguir) apresentou o seu primeiro automóvel de passeio, batizado simplesmente de A6, o qual ficou conhecido como o primeiro gran turismo do mundo. Com carroceria criada por Pininfarina, o veículo se destacava por sua elegância. 
A recepção do público ao modelo foi muito boa, mas, mesmo assim, a Maserati prosseguiu com seus investimentos no automobilismo. E em 1950, nasceu a Fórmula 1.

O Quattroporte, lançado em 1963 segue como  um ícone entre os automóveis de luxo

O início na nova categoria não foi dos melhores, mas a partir de 1952, com as novas regras, a Maserati decidiu dar mais atenção à categoria e no ano seguinte, contratou o campeão da temporada anterior Juan Manuel Fangio que terminou o torneio como vice-campeão. O argentino, então, saiu da equipe, mas retornaria em 1957 para conquistar o título da F1 pela quinta vez.

A Maserati comemorou 100 anos em 2014

A Maserati, aliás, já havia contado com os préstimos de outro ás do volante. O italiano Tazio Nuvolari, considerado um dos melhores pilotos da fase pré-F1, que competiu pela marca nos anos 1930, vencendo os GPs da Bélgica e de Nice (França), além do Tourist Thophy.

O Birdcage, que dominou as pistas no início dos anos 1960

Voltando aos carros de rua, em 1960 o protótipo “Dama de Branco” (que mais tarde se tornaria o modelo 3500 GT) é apresentado como a opção da Maserati entre os modelos luxuosos. O xá da Pérsia (atual Irã) ficou encantado com a “Dama”, mas desejava algo ainda mais exclusivo. O engenheiro Giulio Alfieri, então, decidiu criar uma obra-prima e instalou o motor V8 do modelo 450 S com o qual Fangio venceu as 12 Horas de Sebring no cupê, além de ter providenciado um acabamento nunca visto antes em um automóvel.

Juan Manuel Fangio a bordo do 250F

O resultado foi um modelo considerado até hoje como um dos mais belos e desejados entre os colecionadores e especialistas em clássicos do planeta, o qual apresenta detalhes internos de ouro, madeira nobre e pedras preciosas. Foi, simplesmente, o carro mais exclusivo e luxuoso do mundo naquela época.

Tazio Nuvolari, vencedor do GP de Trípoli, em 1930

A Maserati seguiu fazendo história com modelos exclusivos e sempre elegantes. Mistral, Ghibli e Bora foram alguns exemplares que marcaram época. Em 1993, houve a grande mudança: a aquisição da empresa pelo grupo Fiat. Com isso, a Maserati passa a ser comandada por Luca di Montezemolo, que já presidia a Ferrari.

Especialíssimo - O conceito Alfieri possui linhas impressionantes

As duas empresas da região de Modena (para onde a Maserati se mudou após a Segunda Guerra Mundial) iniciaram, então, uma parceria que acabaria se tornando ainda mais famosa que a antiga rivalidade.

Obra de Giugiaro - Em 1971, a Maserati ousou com o Bora, de motor central-traseiro

O modelo que marca essa mudança é lançado em 1998: o 3200 GT, um cupê de linhas exuberantes, criado por Giugiaro. Logo depois surgiu a versão conversível do modelo (Spyder), que marcou o retorno da marca do tridente ao mercado americano, após 12 anos de ausência.

De volta às pistas - Em 2004, a marca voltou às pistas com o MC12

Em 2003, outro nome famoso voltou a se associar à Maserati após um longo período: Pininfarina. Após criar o primeiro Gran Turismo, o famoso estúdio italiano foi o responsável pelo desenho do novo Quattroporte que não só foi muito bem recebido pelo público e pela crítica, como acabou sendo escolhido novamente para ser o carro oficial da presidência italiana.

Foto histórica com os irmãos Maserati em Bolonha

Este ano, para celebrar seus cem anos, a Maserati apresentou o conceito Alfieri, um legítimo GT 2+2 de linhas exuberantes, equipado com um poderoso motor Ferrari V8 de 460 cv. Máquina digna de uma marca centenária.

Logotipo da marca é inspirado na estátua de Netuno

Origem na praça
Seguindo a sugestão de um amigo, Mario Maserati, o único dos irmãos que não se especializou em mecânica, se baseou em um dos maiores símbolos de Bolonha (a estátua de Netuno, na Praça Maior, acima) para criar o emblema da marca: o tridente, um símbolo de força e vigor, segundo o artista.

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