Poucos segmentos são tão versáteis quanto o das picapes. No Brasil, existem as compactas, compactas de cabine dupla, compactas aventureiras, médias, grandes, com motor a gasolina, diesel, flex, trações 4×2 e 4×4. É quase impossível não achar uma que atenda às suas necessidades.
E foi no “quase” que a Chevrolet focou ao lançar a linha 2015 da S10, que traz evoluções no conjunto mecânico e novas versões para preencher as poucas lacunas que restavam no segmento.
O leque de opções está ainda maior com a chegada de uma S10 4×4 cabine dupla com o novo motor 2.5 Ecotec flex e câmbio manual de 6 marchas (a caixa anterior contava apenas com 5). Antes, a tração 4×4 só estava disponível em conjunto com o motor a diesel — e é assim também em picapes de outras marcas. “A S10 desempenha um papel importante em setores de ampliação da infraestrutura brasileira, e essa versão chega para contribuir ainda mais com isso”, explica Samuel Russel Jr., diretor de marketing da General Motors do Brasil. Durante a apresentação do modelo, Russel falou também da versatilidade da S10, que passa a oferecer nada menos que 14 opções de configuração para o consumidor.
A líder de mercado entre as picapes médias evoluiu bastante em tecnologia. O motor 2.5 Ecotec flex, que conta com injeção direta de combustível e duplo comando de válvulas variável, chega à versão LTZ e também à LT para substituir o 2.4 Flexpower, que agora ficará restrito apenas à opção de entrada LS.
Com 206 cv e 27,3 mkgf de torque, o novo 2.5 representa uma evolução e tanto em relação ao 2.4 de 147 cv e 24,1 kgfm. Na pista, o salto foi visível: a nova versão LTZ 4×4 com motor Ecotec acelerou de 0 a 100 km/h em bons 10s2. São 3s9 a menos do que o tempo registrado pela LTZ anterior, com motor 2.4. Além do motor, o engate extra no câmbio, que agora tem 6 marchas, ajudou na retomada. Para ir de 60 km/h a 120 km/h em quarta marcha, a S10 gasta 20s redondos, ou 3s2 a menos do que a LTZ anterior.
É uma evolução que ficou clara também na pista de testes da GM, onde a CARRO pôde acelerar a nova versão da S10 nas exigentes curvas da famosa pista D1, que simula trechos de serra e diversos tipos de piso. O Ecotec 2.5 mostrou fôlego nas subidas e deixou claro que ainda tem reservas para rodar com carga sem cansar o motorista por falta de potência.
Por lá também foi possível conferir o bom trabalho de recalibração da suspensão. Os engenheiros da GM passaram a trabalhar com buchas mais rígidas e mudaram a relação da direção, que agora está mais rápida. Com isso, a picape está mais “na mão”, deixando a experiência de condução bem próxima da que temos ao volante, de um sedã médio — característica comum nas últimas gerações tanto da S10 quanto das concorrentes, com destaque para a Ford Ranger. A S10 mudou também em acabamento e equipamentos. As versões LTZ (tanto a flex como a diesel) ganharam nova textura no painel, e a moldura central da peça, das portas e do volante agora tem material preto brilhante.
A lista de equipamentos da versão LTZ cresceu, com destaque para o assistente de partida em rampas, que não deixa a picape descer entre o tempo de tirar o pé do acelerador e colocá-la em movimento. O pacote da nova LTZ 4×4 flex manual, que chega por R$ 106.200, traz ainda controles eletrônicos de tração e estabilidade e controle de balanço de reboque, dispositivo que detecta uma alteração na trajetória de um trailer acoplado e é capaz de acionar automaticamente os freios.
Conclusão: A S10 não é líder de mercado há 19 anos por acaso. Ao lado da Amarok e da Ranger, é uma das referências de modernidade do segmento. Gostei bastante da resposta do novo motor Ecotec na exigente pista da GM. A picape não nega fogo nas subidas e a suspensão ficou muito bem calibrada. Nos trechos acidentados, as chacoalhadas típicas de picapes não incomodaram nem um pouco. Além disso, a versão flex com tração 4×4 passa a ser um coringa no segmento e tende a ter bom valor de mercado. É uma excelente opção de compra.
Médica final técnica: 6,4
Média final de mercado: 6,1
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