Luxo, altíssimo desempenho e baixo consumo de combustível. A Audi só podia escolher duas dessas três características ao desenvolver o RS7, e adivinhe qual delas ficou de fora da equação? Justamente a mais irrelevante para um veículo cujo proprietário desembolsará R$ 589.360 para tê-lo na garagem: o modelo registrou médias de 5 km/l em ciclo urbano e 11 km/l em rodovias — abastecido com gasolina Podium. Por outro lado, o cupê de 4 portas realizou um feito verdadeiramente impressionante em nossa pista de testes: acelerou de 0 a 100 km/h em 3s6 e de 0 a 200 km/h em 12s, e, com isso, tornou-se o veículo mais rápido já testado pelo Carro Online.
O desempenho do RS 7 torna-se ainda mais impressionante quando levamos em conta sua combinação distinta de interior luxuoso e dimensões nada compactas. Com 5,01 m de comprimento, 1,91 m de largura e 2,91 m de entre-eixos (basicamente as mesmas dimensões de um Range Rover), o cupê oferece porta-malas com bons 535 litros de capacidade, mas acomodação para apenas quatro ocupantes. Motorista e passageiro, no entanto, têm a seu dispor uma ampla lista de itens de série, começando pelos detalhes de fibra de carbono no primoroso acabamento interno, e no revestimento de Alcantara.
Itens como o ar-condicionado de quatro zonas, bancos dianteiros com aquecimento, suspensão adaptativa, teto solar elétrico, sensor de estacionamento dianteiro e traseiro, câmera de ré, sistema de som da marca Bang & Olufsen, partida por botão, sensores de chuva e crepuscular, indicador da pressão de dos pneus, rodas de aro 21” com pneus 275/35, entre outros, fazem com que este Audi apresente um peso nada modesto de 1.920 kg.
O responsável por “ignorar” o peso elevado na balança é um eficiente conjunto composto pelo sistema de tração integral quattro, câmbio automático de 8 marchas e o (impressionante) motor 4.0 V8 biturbo, capaz de gerar nada menos que 560 cv a 5.600 rpm e colossais 71,4 mkgf de torque a apenas 1.750 rpm. Na prática, o RS 7 oferece um mix de características que mostram uma “personalidade” forte. A suspensão se esforça para trabalhar com suavidade nas inúmeras irregularidades das vias paulistanas, mas deixa claro que o lugar deste Audi é em rodovias bem pavimentadas, para (rápidas) viagens. A direção atua de forma consideravelmente precisa para o porte do modelo, e o sistema de tração quattro se encarrega de trasmitir a sensação de segurança ao volante que somente um veículo com tração integral consegue passar.
O Audi Dynamic Drive Control permite que o comportamento do RS 7 seja alterado ao toque de um botão — as opções são Efficiency (para reduzir o consumo de combustível), Comfort (situação em que os amortecedores assumem atuação mais macia e as trocas de marcha são antecipadas para privilegiar o conforto), Auto (na qual o veículo se ajusta automaticamente às condições de direção), Dynamic (em que suspensão, câmbio, motor e direção assumem respostas mais agressivas) e Individual (a qual permite ao condutor configurar as características do veículo de acordo com o seu gosto).
Desse conjunto, a configuração que mais exalta a proposta do cupê de 4 portas é a Dynamic. Nela, qualquer passageiro passa a desejar ser o condutor para desfrutar do desempenho surpreendente do motor e provocar uma agradável sinfonia de gasolina sendo queimada no escapamento durante as reduções de marcha. É uma experiência marcante.
Conclusão:
Média final técnica: 8,7
Média final de mercado: 6,0
Um belíssimo cupê 4 portas que pesa quase duas toneladas e oferece uma cabine muito luxuosa, com direito a bancos revestidos de Alcantara com aquecimento, sistema de áudio de altíssima qualidade da renomada marca Bang & Olufsen, e que ainda é capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em 3s6. Assim é este Audi RS 7, um veículo que concilia luxo e alto desempenho com rara — e feliz — eficiência. Ele é bem caro (R$ 589.360), como seria de se esperar, mas para quem pode bancar esse investimento, vale a pena, sem dúvida.