Você já conferiu no Carro Online uma análise envolvendo o Fiat Palio Fire e o Chery QQ, os automóveis mais baratos do país. Sempre polêmica, reportagens como essa levantam as mais acaloradas discussões do tipo “prefiro levar o QQ completo do que um Palio ‘pelado’ pelo mesmo preço” e por aí vai. Enfim, você pode conferir a matéria neste link e tirar suas próprias conclusões. 

Agora, contudo, chegou a vez de levarmos para a pista o Palio Fire, que recebeu importantes melhorias na linha 2014 e custa R$ 24.190 com 2 portas ou R$ 26.190 caso você opte pela carroceria 4 portas. Além dos obrigatórios airbag duplo e freios ABS, o sucessor do Mille como o carro mais acessível em sua gama melhorou bem na parte interna.

Um dos destaques fica para o ótimo volante, com desenho bem caprichado e que oferece ótima empunhadura, em especial pelo “ressalto” para acomodar o polegar. Parece apenas um detalhe, mas a solução é muito boa.

Além disso, o novo painel e em especial o console central, ambos renovados, conferem ao interior do Palio Fire um aspecto bem melhor em relação às linhas anteriores. O mesmo vale para o tecido que a Fiat passa a utilizar nos bancos, de bom aspecto visual e sem falhas aparentes nas costuras.

Em um mercado bem mais competitivo para os carros de entrada, além de promover esse “upgrade” no Palio Fire, a Fiat tratou de baratear equipamentos como o ar-condicionado, que passa a custar 28% a menos e é oferecido como opcional por R$ 2.350.

E foi um Palio Fire 4 portas completo que pegamos para avaliar. Como a unidade testada, que contava com o “Kit Celebration 2” (ar-condicionado, travas e vidros elétricos), direção hidráulica, rádio com entrada USB (o que, automaticamente, inclui a predisposição para receber o equipamento) e o “Kit Stile” (rodas de liga leve aro 14” e faróis de neblina), o preço do hatch atinge R$ 32.402.

Com o mesmo 1.0 8V presente no novo Palio, o Palio Fire oferece desempenho que se espera de um modelo com esse tipo de propulsor. Ele precisa de 16s6 para acelerar de 0 a 100 km/h e retoma de 60 a 120 km/h em 24s9, números razoáveis para um “popular”. Saindo da frieza dos números, quando você está sozinho e sem nada no porta-malas, o Palio Fire não decepciona. Claro que, se um aclive surgir no caminho, fique preparado para as reduções de marcha.

A suspensão trabalha bem quando o assunto é conforto. Absorve bem as imperfeições do piso e tem atuação suave. Um problema, entretanto, é que em curvas mais fechadas a carroceria tende a oscilar lateralmente um pouco além do limite considerado ideal. Além disso, ele não é difícil que, em uma situação como a citada, ele comece a subesterçar, a famosa “saída de frente”. Nada comprometedor, uma vez que estamos em um carro feito para oferecer o máximo custando o menos possível.

De qualquer maneira, se não causa arroubos de emoção na hora de acelerar, pelo menos o Palio Fire é econômico. Bem econômico. Em nosso ciclo de consumo urbano ele registrou média de 9 km/l, número que subiu para 12,9 km/l na estrada, ambos com etanol. Não por acaso ele recebeu classificação A no Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular do Inmetro.

Além de poupar suas idas ao posto de combustível, o Palio Fire mostrou-se bem competitivo nos custos de manutenção, um ponto em que a Fiat trabalha com cuidado. Nossa cesta de peças padrão (farol esquerdo, retrovisor esquerdo, jogo de pastilhas dianteiras, quatro amortecedores, lanterna, para-lama esquerdo, jogo de velas, kit embreagem e filtros de ar, óleo e combustível) apurada nas concessionárias saiu por R$ 3.742, um bom valor. As revisões até 30.000 km somam mais R$ 688.

Logo, se você pensa em adquirir seu primeiro carro ou quer uma boa opção sem gastar muito e nem abrir mão de alguns equipamentos de conforto, vale a pena considerar o Palio Fire. A atualização na linha 2014 caiu muito bem ao modelo e ele é uma ótima escolha na faixa de R$ 25.000 a R$ 30.000.

Média final: 6,3

O Palio Fire não consegue fazer a “mágina chinesa”, ou seja, oferecer ar-condicionado, direção hidráulica, travas e vidros elétricos desde sua versão básica, porém, entre os rivais asiáticos, está muito a frente em termos construtivos, de acabamento e dirigibilidade. É a melhor alternativa se você está pensando em comprar um compacto chinês atraído (a) pelo custo-benefício. Mesmo completo, na faixa de R$ 30.000, é uma boa opção entre os carros de entrada. Vale a pena considerá-lo. –  César Tizo

Seu bolso

Preço (carro testado): R$ 32.402
Garantia: 1 ano 
Financiamento (taxa mensal): 0,99% 
Parcela (50% de entrada + saldo em 36x): R$ 545 
IPVA (4%): R$ 1.296 
Seguro: R$ 1.734
1ª revisão: R$ 172 
Versão básica: R$ 26.190

Nossas medições

Aceleração 0-100 km/h: 16s6
Retomada 60-120 km/h em 4ª: 24s9
Frenagem 80 a 0 km/h (m): 26,3
Consumo cidade (km/l): 9
Consumo estrada (km/l): 12,9
Ruído a 120 km/h em 5ª (dB): 70,8 dB

Dados da fabricante

Motor 4 cilindros, dianteiro, transversal, flex; Cilindrada 999 cm3; Potência (E) 75 cv a 6.250 rpm; Torque (E) 9,9 mkgf a 4.500 rpm; Câmbio manual, 5 marchas; Tração dianteira; Comprimento 3,82 m; Largura 1,63 m; Altura 1,43 m; Entre-eixos 2,37 m; Suspensão dianteira McPherson; Suspensão traseira eixo de torção; Porta-malas 290 litros; Peso 940 kg