Honda BIZ 125 EX

 

Se para quem já tem moto é difícil escolher por qual modelo trocar a atual, graças as incontáveis opções que o mercado brasileiro disponibiliza, imagina como fica a cabeça de quem está procurando seu primeiro veiculo de duas rodas, cheio de dúvidas sobre qual será sua parceira no ir e vir cotidiano em que investirá o batalhado dinheiro?

Se você precisa de um veículo para se locomover apenas dentro da cidade, com agilidade e gastando pouco, a Biz pode agradar

Ainda mais complicado! Quem já andou em uma Honda Biz 125 sabe da competência do produto, que só perde para a CG 150 Fan em vendas no Brasil. Extremamente confortável, econômica (no consumo e na manutenção) e prática, a motoneta tem atributos de sobra para fazer a Honda reinar na categoria cub, e está “dois passos” na frente da concorrência em tecnologia e funcionalidade. Para os usuários, experientes ou não, vale a ressalva de saber qual é a proposta da Biz 125 (assim como de qualquer cub) e não esperar que ela se comporte como uma uma trail, por exemplo.

O “abençoado” porta-capacete sob o assento é espaçoso e ajuda muito no dia a dia

Ela funciona muito bem para quem cansou do transporte coletivo lotado, e para quem não tem paciência para ficar horas no carro para andar poucos quilômetros todos os dias até o trabalho ou escola. Para iniciantes também, é claro, pois a Biz é menor e mais leve que uma CG 125 Fan, por exemplo e tem altura do assento — somado ao vão livre entre ele e o guidão — que atende muito bem os usuários (principalmente mulheres) de menor estatura. O câmbio semi-automático dispensa o manete de embreagem, se fazendo necessário apenas mudar no pedal as quatro velocidades disponíveis, sem preocupação. Estando na quarta marcha, se precisar parar, não precisa reduzir, basta, com a moto parada, “subir” mais uma marcha e o câmbio, que é rotativo, vai para o neutro. Este útil recurso evita muitas trocas de marcha durante a pilotagem.

Usuários de menor estatura ficam bem acomodados na Biz

Alimentado com sistema de injeção eletrônica flex (a única da categoria), o valente motor monocilíndrico de 124,9 cm³ é bem econômico, e se comporta bem no anda e para nos incontáveis semáforos espalhados pela cidade, com respostas lineares e na medida para quem vai enfrentar os infinitos corredores formados entre os carros no trânsito. Desempenho suficiente, mas que está longe de empolgar. Ainda que sejam muito mais confortáveis e com mais curso que as encontradas na maioria dos scooter, as suspensões da Biz também acusam  sem muita cerimônia as ondulações e demais irregularidades no asfalto, o que acaba comprometendo o conforto. Uma solução prática seria adotar novos amortecedores da suspensão traseira, com ajuste de pré-carga, adequando ela ao peso do condutor e as péssimas vias brasileiras.

A opção da partida a pedal ajuda, mas, a alavanca incomoda quem tem pé grande

Mesmo assim o conjunto proporciona uma pilotagem segura, bastando ter um pouco mais de atenção com a via. A Biz é uma ótima opção para te levar aonde quiser, mas não espere emoção ou o prazer ao pilotar de uma motocicleta propriamente dita. Quando se está beirando os 160 kg do limite de carga (e de segurança) da motoneta, todo o conjunto é afetado — e não somente o desempenho. Nada que desabone, pois as concorrentes nas mesmas condições “sofrem” mais ainda nesta situação. Na versão avaliada, a EX, a Biz 125 possui visual mais esportivo, com rodas de liga leve e o eficiente freio a disco, que garante frenagens mais precisas. Traz também indicador de nível de combustível e odômetro total em display digital (faltou um parcial), além de um espaço sob o assento muito útil, tornando dispensável carregar mochila nas costas ou instalar um bauleto. Isso resulta em mais conforto.

 Sem o manete de embreagem, a cuba atrai iniciantes

Circulamos pelas principais vias de São Paulo, incluíndo trecho de rodovia para chegar até a redação, e mesmo com um piloto fora das medidas adequadas para o modelo (com 1,85 m e 90 kg), provamos o conforto oferecido pela posição de pilotagem e o amplo assento. Uma ressalva é o pedal de partida, que incomoda muito o pé direito. Tirariamos ele se a cub fosse nossa no primeiro dia de uso, afinal, com a manutenção em dia, a partida elétrica já é o suficiente. Mas nem tudo são flores, pois o preço pedido pela Honda por tudo que ela oferece é alto em relação a toda concorrência, o que reduz o seu custo-benefício, fator que faz muitos usuários buscarem opções mais acessíveis que a competente EX.

O painel da versão EX é um diferencial

Para provar o nosso ponto de vista, tomamos como base a sua versão “simples”, a Biz 125 ES, que custa R$ 800 a menos com o freio a tambor, que em junho emplacou 3 131 motonetas a mais que a versão EX, com “apenas” 5 067 unidades. Juntas, apenas no primeiro semestre de 2014, as versões da Biz 125 tiveram 92 749 unidades comercializadas. Dados da Fenabrave que atestam o sucesso da motoneta da Honda, que além de tudo, conta com uma ampla e bem distríbuida rede autorizada. Isso ajuda muito a Biz, além da falta de rivais.

Na supensão traseira faltou o útil ajuste da pré-carga

Conclusão: 7,8

A consagrada Honda Biz 125 EX é como o saboroso cupcake, doce que olhamos, ficamos com receio pelo preço, mas lambemos até os dedos após a compra. Sem dúvidas, pelo que oferece, hoje é a melhor motocicleta cub do Brasil, mas seu preço afasta muita gente e compromete o seu custo-benefício, levando o consumidor a outras opções (até de outras categorias). Mas, quem compra, fica bem satisfeito com o que ela oferece, desde que usando-a de acordo com a sua proposta: locomoção dentro da cidade, em curtas distâncias com muita praticidade para tornar a rotina mais fácil.

Ficha técnica:

Motor monocilíndrico I  4 tempos I  arrefecido a ar  I OHC, 2 válvulas I  injeção eletrônica flex I embreagem centrífuga automática

Cilindrada: 124,9 cm³
Diâmetro x curso: 52,4 mm x 57,9 mm
Taxa de compressão: 9,3:1
Potência: 9,1 cv a 7 500 rpm
Torque: 1,01 kgf.m a 3 500 rpm

Transmissão
Embreagem: multidisco em óleo
Câmbio: 4 velocidades 
Secundária: Por corrente

Chassi
Tipo: Multitubular de aço
Balança: Duplo braço de alumínio
Cáster/trail: 26°30´/69 mm

Suspensão
Dianteira: Garfo telescópico
Curso: 100 mm
Regulagens: Não possui
Traseira: Duplo amortecedor
Curso: 86 mm: Pré-carga e extensão
Regulagens

Freios
Freio dianteiro: discos de 220 mm
Pinça: 2 pistões 
Freio traseiro: tambor de 130 mm

Rodas e pneus
Dianteira: 60/100 – 17″
Traseira: 80/100 – 14″
Modelo de pneu: Pirelli MT15

Outros
Potência específica: 60,6 cv/litro
Relação peso (seco)/potência: 13,87 kg/cv
Consumo gasolina (cidade/estrada): 39,5 km/l
Consumo etanol (cidade/estrada): 32,6 km/l

Medidas
Comprimento • 1 891 mm    Largura • 726 mm
Entre-eixos • 1 261 mm Altura do assento • 753 mm
Capacidade do tanque • 5,5 litros
Peso seco • 105 kg 
Capacidade máxima de carga • 160 kg
Distância mínima do solo • 130 mm

Seu bolso

Preço: R$ 7.350

Pastilha de freio: R$ 87,00
Sapata de freio: R$ 53,40
Manete de freio: R$ 10,96
Filtro de combustível: R$ 26,00
Filtro de ar: R$ 14,88
Vela de ignição: R$ 26,74
Kit de transmissão: R$ 155,91 
Retrovisor direito: R$ 31,67 
Farol: R$ 210,00
Lâmpada do farol: R$ 25,39

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