Hatch que tem como base o Sandero recebe novo posicionamento da fabricante que passa a chamá-lo de utilitário esportivo

Lançado no Brasil em 2008, o Sandero Stepway chegou com a proposta de ser um hatch descolado, com suspensão elevada e visual diferenciado. Inclusive era possível escolher os adesivos das colunas traseiras, inspirados em tatuagens tribais. O modelo agradou, conquistou consumidores e evoluiu junto com o irmão mais sóbrio.  

Agora na linha 2020, a Renault emancipou o carro, pois não tem mais o nome Sandero, ele passa a chamar-se apenas Stepway. Definitivamente a Renault assumi que ele é um modelo diferente do Sandero, não uma versão. E para confirmar esta independência, passa a denominá-lo SUV – mas nem todas as versões são mesmo SUVs de acordo com o Inmetro. Explicaremos o motivo adiante.

Toda a linha derivada do Sandero ganhou de série dois airbags laterais em acréscimo aos obrigatórios frontais, cinto de segurança de três pontos e apoios de cabeça para todos os ocupantes, reforços estruturais na carroceria, multimídia Media Evolution (exceto versões Life 1.0 e Stepway Zen), assinatura em LED nos faróis (exceto Sandero R.S.) e lanternas traseiras (exceto Logan). Nas versões com quatro vidros elétricos, todos os comandos passaram à porta do motorista.

O único com câmbio manual de cinco marchas é o Zen 1.6 (R$ 61.190), que possui stop-start, sensor de estacionamento, alarme, faróis de neblina, chave-canivete, mas não traz a nova central multimídia Media Evolution, apenas rádio comum. As rodas de 16 polegadas nesta versão são de ferro com calotas.

O Stepway Intense 1.6 CVT (R$ 70.990) perde o stop-start, mas tem o Media Evolution, com Android Auto e Apple CarPlay, mais câmera de ré, controle de estabilidade de tração, assistente de partida em rampas, controle de velocidade de cruzeiro com limitador de velocidade, ar-condicionado automático, vidro elétrico traseiro, banco traseiro com encosto e assento rebátivel 1/3 e 2/3, repetidores laterais de seta, retrovisores elétricos, volante revestido em couro sintético  e rodas de liga leve de 16 polegadas. Já a versão topo de linha Iconic 1.6 CVT (R$ 73.090) tem todos esses equipamentos da versão Intense mais bancos de couro, acabamento interno bitom, sensor de chuva e sensor de luminosidade.

SUV dependendo do câmbio

O motor SCe 1.6 4-cilindros gera 118/115 cv a 5.500 rpm e 16 kgfm com ambos os combustíveis a 4.000 rpm. O câmbio CVT X-Tronic, por sua vez, é o mesmo utilizado nos modelos Duster, Captur e Nissan Kicks e está uma geração à frente do que está no também compacto Nissan March.

Com a adição do CVT, Sandero e Logan tiveram a suspensão elevada em 4 centímetros – mesma elevação que o Stepway jáá tinha em relação ao restante da linha. Isso foi necessário para compensar a proximidade maior do câmbio X-Tronic ao solo que, caso fosse mantida a configuração original, poderia deixá-lo sujeito a contatos perigosos com lombadas, guias e desníveis de todo tipo.

Mesmo aspirando a ser um utilitário esportivo, no teste com o Stepway Iconic CVT, além de melhor acabado em seu interior, o aventureiro pareceu ser o mais refinado ao volante de toda a linha com câmbio X-Tronic. Apesar de elevado, sua suspensão segura o carro adequadamente nas curvas e, curiosamente, é até mais firme que o Sandero. Isso se explica porque cada um dos modelos têm calibração específica da suspensão.

Porém, o ponto mais próximo ao solo varia de acordo com o câmbio, não só no sedã e no hatch, mas também no aventureiro – e isso influencia sua classificação como SUV. Os ângulos de entrada e saída do Stepway o credenciariam a ser classificado como SUV pelo Inmetro, mas apenas a versão Zen 1.6 manual tem vão livre de 18,5 cm, ultrapassando os 18 cm exigidos para tal. Mas como o câmbio X-Tronic está 4 cm mais próximo do chão, as versões Intense e Iconic CVT do Stepway têm 14,5 cm de distância do solo. Portanto, normativamente falando, as versões automáticas do aventureiro não são SUVs – apenas o Stepway manual.

Share This