Parece que o Salão de Genebra está se tornando pródigo em lançar SUVs e crossovers compactos. Na mesma mostra onde o Jeep Renegade estreou, porém um ano antes, a Renault exibia como seu principal destaque o Captur, modelo baseado na geração mais recente do Renault Clio.
E a escolha de Genebra está longe de ser uma coincidência. Enquanto nos EUA os consumidores começam a abandonar sua preferência por utilitários grandes, na Europa, assim como ocorre no Brasil, a receita dos SUVs compactos caiu no gosto.
Tido pela crítica europeia como um “Clio anabolizado”, o Captur segue a proposta do Peugeot 2008. Seu foco é o ambiente urbano, por isso ele nem faz questão de se preocupar em oferecer tração integral. Este Renault quer mesmo é cativar os consumidores que buscam boa dirigibilidade, espaço interno generoso e versátil, bom porta-malas e um conjunto mecânico eficiente (entenda-se desempenho adequado sem consumir muito).
Nesse ponto o Captur merece destaque. Os dois motores a gasolina são novos, sendo que o de entrada é um 0.9 l que, com 3 cilindros e turbo, entrega 90 cv de potência e 13,7 mkgf de torque. Associado ao câmbio manual de 5 marchas ele é capaz de levar o Captur de 0 a 100 km/h em 12s9 e atingir uma ótima marca de consumo médio na casa de 20 km/l com gasolina, segundo dados da fabricante.
Já outra opção é o 1.2 l turbo com 4 cilindros, que se destaca não tanto pela potência (120 cv), mas sobretudo pelo torque de 19,3 mkgf. Como você pode conferir nas fichas técnicas dos demais modelos, o valor supera com facilidade até mesmo o de alguns motores 1.6. Com o 1.2 sob o capô, o Captur atinge 192 km/h de velocidade máxima, acelera de 0 a 100 km/h em 10s9 e percorre 18,5 km com um litro de gasolina, segundo a Renault. O câmbio é o dupla embreagem de 6 marchas.
E é essa a configuração do Captur que deverá ser oferecida no Brasil, uma vez que dificilmente um modelo nesse segmento “pegaria” com motor menor que 1.0 l. O antigo (e extinto) Ford EcoSport Supercharger está aí como lição.
Quando questionado pela Carro se o Captur seria oferecido no Brasil, o CEO da Renault, Carlos Ghosn, foi enfático “só precisamos terminar de lançar o carro na Europa. Tenha em mente que ele é um carro global, vamos oferecer em vários países”, declarou em março de 2013.
No ano em questão, o editor-chefe da Revista Racing (também publicada pela Motorpress Brasil), Venício Zambeli, teve a oportunidade de dirigir as duas versões do Captur e voltou com uma boa impressão do crossover. “Ele é espaçoso e bom de guiar, sendo que os dois motores surpeendem pela desenvoltura. Se você não olha a ficha técnica antes é difícil dizer que se trata de um 0.9 ou um 1.2 l. As acelerações e retomadas, mesmo em aclives, não deixam a desejar”, relembra Zambeli.
A previsão inicial é de que o Captur chegue ao país ainda neste semestre com preços entre R$ 60.000 e R$ 70.000. Não estranhe a sobreposição de valores com o Duster, uma vez que a estratégia da fabricante, como dissemos, será posicionar o Captur como um crossover on-road e ao Duster caberá ser a opção 4×4 dentro da gama de produtos da fabricante.
Pelo menos na Europa o Captur oferece várias opções de personalização, algo que deve agradar por aqui também. É possível contrastar a cor do teto com a carroceria, nos moldes do Range Rover Evoque, além de combinar alguns elementos do interior, como molduras no painel e o tecido usado no revestimento dos bancos.
Um dado interessante que apuramos – e você conferiu com exclusividade na edição passada da Carro – é que a Renault está com tudo certo para nacionalizar o Captur em 2017. Caso isso se concretize, ele deverá ser equipado com o motor 1.6 flex que a Renault produz no Brasil. Vamos acompanhar de perto.
Renault Captur 1.2 turbo (Europa)
Motor 4 cilindros, turbo, dianteiro, transversal; Cilindrada 1.197 cm³ ; Potência 120 cv a 4.900 rpm; Torque 19,3 mkgf a 2 000 rpm; Câmbio robotizado, dupla embreagem, 6 marchas; Tração dianteira; Suspensão dianteira independente; Suspensão traseira eixo de torção; Comprimento 4,12 m; Largura 1,78 m; Altura 1,56 m;
Entre–eixos 2,60 m; Porta–malas 375 litros; Peso 1.180 kg.